BRUNO NARRA.

Eu me sentia ansioso e desesperado dentro da minha casa, era inútil auto-flagelar com a mão em nome de Abigaíl como se eu fosse uma criança necessitada, sinto que não me encaixo no meu próprio corpo e a necessidade de drenar isso que me sobrecarrega, o sentimento não é novo, mas é certamente a primeira vez que sinto isso assim. Senti que o ódio dentro de mim é tão grande que deve emergir motivado pela dor que se transformou em fúria e escuridão que matou minha alma, mas hoje me sinto tão desesperada porque quero sentir novamente as risadas e a felicidade que tenho com Abigail; é algo inédito e eu sou incapaz de reconhecê-lo mesmo em voz alta, mas o vazio que sinto hoje não clama por vingança, clama por aceitação, rendição e risos de uma mulher proibida.

Olhei no meu celular o número do homem que pode me dar uma maneira de libertar meus malditos demônios, ele responde e me dá um endereço, eu saio da cama e ligo para quem eu sei o que pode querer me acompanhar.

Mais tarde