Quando segurei Nicole inconsciente em meus braços, um medo que nunca senti em toda minha vida tomou conta de mim, ela precisava ficar bem, precisava voltar para mim. Corremos para o carro e a colocamos no banco de trás, deitada no colo de Mariana, que não desgrudou da amiga nem por um segundo. Pedi a minha mãe que ficasse, mesmo morrendo de preocupação, pedi que ela fizesse o brinde no meu lugar, afinal toda a história da fazenda era dela também, tudo começou com sua família, ninguém melhor do que ela para fazer um brinde a isso, e no fundo, sabia que aquilo seria revigorante para ela, se sentir importante novamente para a fazenda.Os demais ficaram ali para apoiá-la, e prometi dar notícias de Nicole conforme tivéssemos novidades, fiz o caminho para o hospital em tempo recorde, Nicole recuperou a consciência no caminho, e até alegou que estava melhor, mas eu jamais ariscaria seu bem estar, assim que chegamos, ela foi ser consultada pelo médico enquanto eu preenchia a papelada.- Em
A enfermeira me levou para baixo e para cima para fazer todos os exames solicitados pelo médico, mas como já estava medicada e sem dor, foi tranquilo se fazer, não fosse pelo sono que eu sentia por já ser de madrugada e o extremo cansaço que me corpo sentia após suportar uma crise.Meu coração ainda apertava no peito sabendo que Pedro tinha perdido uma noite importante por minha causa, mas era uma linha tênue entre a culpa e a gratidão por ter um homem que estava ao meu lado acima de qualquer coisa.Quando finalmente voltamos ao quarto Pedro estava sentado na cadeira ao lado da cama com um copo de café nas mãos, seu rosto não escondia o quanto ele ainda estava preocupado, mesmo que eu tenha garantido quando sai que estava melhor.A enfermeira me ajuda a subir de volta na cama e avisa que logo o médico virá com os resultados.Pedro se aproxima, se sentando na beirada da cama, sua mão procura meu rosto e eu sorrio de volta, ele suspira, cansado.- Se quiser tirar um cochilo, eu juro que
Apesar de perfeitamente ajustado, senti o colarinho da camisa começar a me sufocar quando ouvi o médico dizendo que queria conversar.Me sentei ao lado de Nicole e esperamos que ele começasse a explicar sobre seus exames.- Bom, vamos começar pelas boas notícias - eu e Nicole concordamos com a cabeça, em silêncio e ele continua - no geral, seus exames estão bons, está tudo bem com você, a sua “dor nas costas” - ele faz aspas no ar - na verdade foi uma cólica de rim O queixo de Nicole cai.- Nossa Doutor, eu tinha certeza que era minhas costas que doíam, e era meu rim? - Exato! A realidade é que pela localização da dor, ela pode realmente ser muito facilmente confundida com dor nas costas, e conforme o grau da dor aumenta ela passa a irradiar, chega um momento que você provavelmente não sabe mais de onde vem a dor, cólica de rim realmente é um dor forte e não me surpreende que você tenha momentaneamente perdido a consciência, cada corpo reage de uma forma a dor.- Entendi Doutor, ent
Naquele momento, quando ele me beijou, eu sabia que meu relacionamento tinha acabado.*** Qual é o meu limite? Até quando arrastar um relacionamento que no fundo, já sabemos que não terá futuro, abrir mão da segurança de alguém que já se conhece chega a me dar tremedeira nos ossos, não estou pronta pra isso, pensei. Meu relacionamento com Marcos já não era lá essas coisas, apesar de estarmos juntos há um tempo, nunca me senti tão distante, queremos coisas absurdamente diferentes, eu quero o mundo, quero sonhar (ainda que não realize), e ele está feliz onde está, será que isso vai funcionar? Meus pais são casados há mais de 20 anos, eles não desistiram um do outro, mesmo quando tiveram problemas, é isso que eu quero para mim também, nem todos os dias serão fáceis, mas eu quero um amor que fique, pra vida toda. Enquanto eu estava perdida em pensamentos, quase perdi a hora de ir pra faculdade, me arrumei com a rapidez de uma tartaruga enquanto aquela coc
Há quem diga que eu sempre conquistei tudo o que eu queria, e que muita dessa conquista é fruto da minha herança. A bem da verdade, eu sempre fui assunto para as pessoas, estou acostumado a ser medido da cabeça aos pés por todos os lugares em que eu chego. Não sei explicar bem o porquê disso, mas talvez esteja relacionado ao fato de que tenho 1,85 de altura, cabelo castanho escuro, pele bronzeada e o corpo estruturado, definido, em razão dos esforços que a agropecuária exige. Nascer e crescer numa cidade pequena não é tarefa fácil, mas os comentários que me rodeiam nunca foram suficientes para me abalar. No fundo, eu gosto é que falem de mim, isso me ajuda a afastar pessoas imaturas, inseguras e falsas. Então o veneno, na dose certa, acaba servindo como a cura, como é no meu caso. Embora minha fama seja de um homem de sorte, cheio de mulheres desejáveis a minha volta, há tempos não me sinto atraído por nenhuma delas. Relacionamento amoroso nunca foi o m
Aquilo não podia ser real, eu era uma piada pra Deus? Uma coisa era cogitar que ele poderia mandar uma mensagem, outra era realmente ele mandar. Fiquei igual uma idiota, olhando pro celular, parada na calçada, desliguei a tela joguei o celular na bolsa e fui andando até minha casa, como morava perto da faculdade, era muito comum ir a pé, e hoje, aqueles quarteirões nunca pareceram tão longos. Fingi que estava tudo bem, e que nem estava pensando na tal mensagem, mas a verdade é que eu estava me coçando para responder, e responder o quê? Eu não sabia se já cortaria ele logo de cara, ou se daria uma chance para ver o que ele quer. Fazia muito tempo que não sentia um frio no estômago, o que estava acontecendo comigo? Uma mulher quase formada, COM UM RELACIONAMENTO, com borboletas no estômago por causa de macho, não é possível, recomponha-se. Chegando em casa, fiz absolutamente tudo que podia para me ocupar, me distrair, passei aspirador na casa, tomei banho
Chegando no bar, já tinha bastante gente em pé, estava cheio, por sorte conseguimos uma mesinha no estilo bistrô, próximo da calçada, estava batendo uma brisa gostosa para amenizar aquele calor infernal, logo pedi um drink bem docinho do jeito que eu gosto, enquanto Mari entrou no Gin e Lucas na Cerveja. Nós começamos a conversar e rir, basicamente eu e a Mari conversamos e rimos, Lucas estava mais na dele, falando pontualmente, e vamos lá, eu e ela temos muito assunto, nem demos muita falta do pobre homem que ria da nossa conversa fiada. Dois drinks depois eu já estava pronta para pedir água, meu limite alcoólico é baixo e tendo em vista minha última decisão no WhatsApp, eu não era muito confiável.- Você não vai pedir água, vamos pedir um drink, desses de criança que você gosta – Disse Mari, fingindo que também não estava com o riso frouxo.- Mari você sabe que eu fico bêbada rápido, deixa eu me recompor senão não vou aguentar nada, daqui a pouco vou ficar com sono.
Depois que eu enviei aquela mensagem puxando assunto com a Nicole não consegui mais tirar ela da cabeça. A diferença de um homem para uma mulher, quando estes estão interessados, é que a mulher não consegue fazer mais nada além de querer atenção e uma boa conversa, já o homem, como no meu caso, toca os seus afazeres e apenas lembra quando a vontade aperta, principalmente na região dos testículos. Logo quando recebi a sua resposta, fiquei pensando diversas formas de puxar assunto e convencê-la a sair comigo. Mas eu sabia que não podia querer acelerar o processo. Nicole além de estar comprometida, sempre foi o tipo de garota que não sai respondendo para aqueles que ficam atirando para todos os lados. Eu sabia que se quisesse ter ela para mim, ainda que por um breve momento, teria que me esforçar um pouco mais. Um pouco não, bem mais. De tudo o que eu poderia imaginar para esse sábado, nada chegaria perto de ver a Nicole, muito menos, ver a Nicole no “bar do gaúcho”.