Maddie— Vamos, por que você não me atende? — eu murmurei agoniada ao ouvir mais uma vez a mensagem da caixa postal do celular de Matteo.Nós estávamos dentro do carro retornando para nossa casa depois que meu pai nos retirou do evento, nos despachando como dois desconhecidos inconvenientes que invadiram uma festa importante.— Ele deve ter desligado o celular — Alex sussurrou ao meu lado. Que droga Matt, você não pode apenas sumir assim, deveria me dar algum sinal de vida!— Por que você falou aquilo? Ela não o tinha notado ali! — eu senti as lágrimas começarem a queimar meus olhos ao me lembrar da forma como Matteo foi tratado na frente de todos.Eu não queria nada daquilo, nada aconteceu de acordo com os nossos planos! — Eu não pensei que ela o associaria a tudo. Simplesmente saiu na hora — ele deu de ombros.— E isso pode colocar tudo a perder! E se eles forem deportados? — eu virei meu rosto em sua direção, me sentindo apavorada com aquela possibilidade.Se isso acontecesse, o
BeatriceObservei chocada meu irmão parado junto à janela de seu quarto. Ele inclinou a cabeça para cima, observando o teto antes de jogar o celular de qualquer maneira sobre a cômoda, sem notar minha presença.— Você fez o que eu entendi que você fez? — decidi chamar sua atenção, entrando no quarto.Matteo se virou em minha direção, e por um segundo meu coração se partiu com a expressão desolada que tomava conta de seu rosto.— Eu quero ficar sozinho, Beatrice — ele se esforçou para manter a voz firme, se virando de costas enquanto eu me aproximava.— Matt, o que aconteceu? — eu ignorei seu pedido.— Eu disse que quero ficar sozinho! — E eu não vou deixar! Você é meu irmão, você é a segunda pessoa mais importante para mim! Então não me peça para te deixar sozinho em um momento como esse, porque não vai acontecer! — Eu cruzei os braços, o encarando com uma expressão firme.Meu irmão apoiou os cotovelos no peitoril da janela aberta, escondendo o rosto nas mãos, fazendo meu coração se
AlexanderAbri meus olhos, sentindo minha cabeça latejar. A última noite tinha sido infernal, apesar de Annie garantir que estava bem e que tudo não passou de um mal entendido com Matteo, eu pude ouvi-la chorando em seu quarto no chalé que tínhamos alugado nos Alpes suíços por boa parte da madrugada.Mas eu não tinha tempo para aquilo, tinha meus próprios problemas para resolver. Louise ignorou todas as minhas mensagens e chamadas, se recusando a sequer ouvir minha explicação sobre o que tinha acontecido.Que merda, por que eu fui sugerir aquilo para Annie? Eu sabia que quando se trata de desafiar a rainha ela aceitaria sem pensar duas vezes, ainda mais depois da forma como ela tratou a Beatrice. Mas eu estava tão irritado com o meu avô insistindo que deveriamos visitar um especialista em fertilidade para garantir que o plano deles desse certo. E foi quando descobri que eles planejavam que tivéssemos uma menina para se casar com o futuro filho de Louise e Frederick, conseguindo coloc
MatteoSaí da reunião com Maximilian Lechner me sentindo exausto, porém aliviado. Depois de uma rápida ligação no natal, ele pediu para que eu aguardasse alguns dias até a reunião, e foi o que fiz. Já era dia 30 de dezembro quando enfim ele me ligou pela manhã, colocando fim ao mistério de nosso futuro naquele país. Não demorou para que Bea me alcançasse, já que ela tinha me acompanhado até o restaurante onde aconteceu o encontro, me esperando em uma praça do lado de fora enquanto eu conversava com meu antigo patrão.— E então, como foi? O que ele te disse? — Ela perguntou sem rodeios, caminhando ao meu lado.— Bom, ele me pediu desculpas por toda a situação envolvendo a Madeline, disse que foi uma cena lamentavel e sentia muito por eu ter sido envolvido naquela confusão — eu comecei a explicar.— E o que mais? — Beatrice não parecia com paciencia para descobrir todos os detalhes da conversa e eu não podia culpa-la, afinal, nosso destino dependia daquilo.— Ele me demitiu, disse que
MaddieQuando enfim me vi na segurança do banco de trás do carro, me permiti desmoronar. Pela milésima vez nos últimos dias, as lágrimas corriam sem controle pelo meu rosto enquanto soluços sentidos saiam de meus lábios.— Srª Weisman, está tudo bem? — Carl me observou através do retrovisor.— Sinto muito, mas você pode apenas fingir que eu não estou aqui? Eu… desejava não estar — eu solucei, recebendo um olhar compreensivo do rapaz.Ele acenou de maneira afirmativa com a cabeça, não voltando a proferir uma palavra sequer até cruzarmos os portões de minha casa, depois de tudo o que aconteceu a unica coisa que eu desejava era me deitar e esquecer da minha existencia. Por mais que eu afirmasse para mim mesma que tinha feito a coisa certa, a reação, ou melhor, a falta de reação de Matteo me machucou. Eu me sentia esgotada com tudo o que estava acontecendo, já faziam cinco dias que eu não via nem falava com os meus pais ou Lizzie, que apesar de ter decidido fazer as pazes com Alex ontem,
IslaEstava sentada na poltrona de minha sala pessoal, bebericando uma taça de vinho enquanto lia um romance sobre a monarquia na época vitoriana.— Por que você insiste tanto em tentar conquistar o principe? Se você fosse inteligente, ficaria com seu amigo de infancia que é louco por você desde sempre — Eu tomei um gole da taça, enquanto mantinha um dialogo mental com a protagonista da historia. As pessoas leem esse tipo de livro e já se imaginam levando uma vida de glamour, mas se soubessem o inferno que é a vida na monarquia, agradeceriam a Deus por suas rotinas comuns. Virei a pagina, ouvindo alguns sussurros do lado de fora da sala, tentando me concentrar na leitura enquanto a conversa parecia ficar mais clara a cada segundo.— Eu não acho que seja uma boa ideia chama-la, é apenas um motorista, ele deveria passar recado e não falar diretamente com a Condessa — ouvi a voz de minha governanta.— Ele garantiu que é um assunto sério e confidencial, e se tiver acontecido alguma cois
MaddieMeu coração batia de maneira lenta, quase anestesiada enquanto eu encarava a escuridão absoluta ao meu redor. Alguns sons vinham do lado de fora, mas eu não sentia o menor interesse em me levantar da minha cama para descobrir o que estava acontecendo. Eu estava segura ali e sabia que nada poderia me atingir contanto que eu não saísse do meu refugio. Uma pequena batida soou na porta antes que uma fresta fosse aberta, permitindo um pouco de claridade entrar e me cegar temporariamente. Phillip suspirou, entrando no quarto e fechando a porta atras de si antes de caminhar até a cama onde eu estava encolhida, acendendo a luz fraca do abajur na mesa de cabeceira.— Você não dormiu de novo, não é? — Ele se sentou na beira da cama.— Eu estou bem — eu murmurei em resposta, sem me preocupar em olhar em sua direção.— Não está. Já faz cinco dias e você não está comendo ou dormindo — ele ralhou.— Acho que eu não estaria viva se não estivesse comendo — Olhei em sua direção com uma express
MaddieObservei as minhas opções para roupa, escolhendo um longo casaco por cima de um vestido de inverno e botas. Não demorou até que estivesse descendo as escadas da casa do meu pai pela primeira vez nos últimos dias.— Phillip vai demorar muito? Não devemos nos atrasar — Max reclamou.— Por mim, nós sequer apareceríamos, mas devemos isso à ela — Isla murmurou — Foi muita cara de pau dos Weisman envolver a rainha no que aconteceu.— Por favor, Isla… Ela se envolveria de uma forma ou de outra. O futuro rei também foi enganado — meu pai apontou.Então, os Weisman desistiram de tentar conseguir uma reunião privada comigo e apelaram para a rainha. Por que não estou surpresa? Mas meu pai tinha razão, ela se envolveria de uma forma ou de outra, afinal, estavamos falando da noiva do Fred! — Anna, você saiu do quarto! — Minha mãe se surpreendeu ao me ver.Ela estava sentada com meu pai no Hall de entrada aguardando por Phillip e ao que parece, nenhum dos dois esperava que eu tivesse aceit