Capítulo 11. Javier narrando.JAVIER – 18 ANOS DE IDADE. — Como é possível que fique melhor a cada dia que passa? — Ainda com a respiração curta, comento com a minha namorada, que está suada e gostosa deitada ao meu lado na cama. Nós acabamos de transar tão intensamente que senti como se fosse a nossa última vez. Tem muita paixão entre a gente e nunca pude negar esse fato desde que os meus sentimentos pela minha preciosa mudaram, mas hoje realmente nos tocamos e nos olhamos como se existisse a ameaça de algo prestes a nos separar. Mas sei que não há nada errado. Fico bravo comigo mesmo quando esse tipo de insegurança invade a minha mente, porque sempre que acontece, sinto vontade de destruir o mundo inteiro, simplesmente porque não existe a menor chance de viver sem essa garota perto de mim. — Tenho que concordar com você, meu príncipe. — Jade se aproxima e beija docemente o meu peito. Como sou viciado nela, o inocente gesto da sua boca macia tocando a minha pele faz com que o
Capítulo 12. Javier narrando.— Você quer se casar comigo? — O quê?! A forma como seus olhos arregalam e sua boca se abre em formato de um O gigante é cômica. Por alguma razão, as suas bochechas ficam avermelhadas, mas depois da surpresa um sorriso surge no seu rosto novamente. Até mesmo eu estou surpreso pelo que acabei de falar, mas não voltaria atrás se tivesse a chance. Não estou brincando. — Quero saber se você vai se casar comigo. — Elabore melhor essa frase, porque acho que não estou entendendo exatamente o que está querendo dizer. — As palavras significam exatamente o que parecem. Eu te amo mais do que a minha própria vida e quero que se torne a minha esposa, minha princesa. — É claro, no futuro a gente… — Eu quero me casar com você agora, minha Jade. Meu coração erra a batida com as minhas palavras, mas as mesmas palavras se assentam no meu interior e percebo que é realmente isso o que eu quero. Desejo me casar com a mulher que amo agora. Aos dezoito anos de ida
Capítulo 13. Jade narrando.Você é patética. Acreditou mesmo que poderia se casar com um príncipe? Uma pobre coitada sem sobrenome cujo pai não passa de um servo do meu pai?Essas frases ecoam sem parar na minha cabeça. Elas rodopiam e fazem com que eu sinta tontura. As malditas frases, sempre as malditas frases. Foram palavras ditas por ele e que nunca mais saíram da minha cabeça. Não foram as piores frases que ouvi naquele fatídico dia. Mas foram essas as frases que ficaram na minha mente durante tantos anos e que nunca pude esquecer. Dezesseis anos depois e ainda não consegui superar. Quando a minha pele arrepia e a vontade de vomitar vem, sinto o meu corpo sendo sacudido com leveza, mas não consigo parar. É um vício.Como ser viciada na loucura, na tortura e na dor. Você é patética.Você é patética. Você é patética.— Mamãe… acorda. Mamãe, estou com fome. — Ouço a voz do meu menino, que vai ficando cada segundo mais nítida e agoniado. Então, lutando contra a minha mente
Capítulo 14. Jade narrando.Depois de prepararmos o café da manhã e nos alimentarmos na mesa pequena que fica posicionada na cozinha do papai, uma cozinha muito organizada para pertencer a um homem, voltamos para a sala e nos ocupamos com as nossas coisas por um tempo. Enquanto meu filho brinca de massinha e lego, termino de organizar o meu material para as aulas mais tarde. Após mais ou menos duas horas, colocamos os nossos aventais e voltamos para cozinha para prepararmos o almoço. Enquanto trabalhamos, falamos sobre o seu avô e o meu menininho diz que está ansioso para vê-lo. Por termos morado na França durante a sua vida inteira, ele não teve muito contato com a minha família, então está em êxtase pela possibilidade de conhecê-los melhor. Claro que Rodolfo lembra do avô, porque pelo menos uma vez por ano ele faz visitas rápidas. Todavia, não conhece as duas tias tão bem, considerando que ambas são ocupadas com suas próprias famílias e não ligam com tanta frequência. Mas sei
Capítulo 15. Jade narrando.Quando volto para casa está quase perto do horário de preparar-me para o primeiro dia de aula na universidade. Com o coração na mão depois de deixar o meu menino com a sua babá, faço a viagem até o campus que dura apenas quinze minutos. Fico sem graça por estar andando com motorista como se eu fosse uma milionária, mas também não posso recusar, não quando sei que ter alguém à minha disposição ajudará bastante. Além do mais, o senhor de cinquenta e cinco anos de idade é um querido e não quero o deixar sem emprego. Sérgio contou que o meu pai o contratou exclusivamente para levar-me e trazer para onde eu quiser. Como não é a primeira vez e estou acostumada a lidar com jovens, apresento-me quando começo a minha primeira aula e felizmente os alunos são tranquilos. Pelo menos os da primeira turma são, o que é um bom começo.Sendo esse o meu primeiro dia, não passo nenhum conteúdo e ficamos apenas conversando sobre as nossas vidas pessoais. Eles se apresent
Capítulo 16. Javier narrando.JAVIER – 18 ANOS DE IDADE. O dia marcado para o meu mundo desmoronar amanhece como qualquer outro dia comum e não faço ideia de que algo acontecerá e mudará a minha vida para sempre. No momento não faço ideia do que está prestes a acontecer e do que levará todo o meu mundo a ruir além de qualquer conserto. Tudo o que conheço sobre ser feliz e sobre mim mesmo desaparecerá em um piscar de olhos e o Javier que restará depois de tudo será irreconhecível até para mim mesmo diante do espelho. Acordo às sete horas da manhã, tomo banho e faço a minha higiene matinal. Como hoje é sábado, os meus irmãos e eu decidimos cavalgar pelas terras do palácio, um hobby que nós três temos em comum e sempre aproveitamos para conversarmos como jovens que não têm grandes responsabilidades além do fato de serem da realeza. Até porque, sermos filhos do rei é responsabilidade o suficiente e ainda temos o peso de sabermos que todas as nossas escolhas para o futuro terão que
Capítulo 17. Continuação do capítulo anterior.Javier narrando.Depois que volto da corrida à cavalo com os meus irmãos, tomo um banho no começo da noite e fico andando de um lado para o outro no meu quarto, antes de ser chamado para jantar com a minha família. Enquanto fico nervoso e sentindo-me acuado, a minha mente trabalha e tenta me fazer desistir para mais uma vez deixar o que precisa ser feito para o dia seguinte. — Você não pode ser tão covarde, Javier. Você fez uma promessa para a sua garota e quer cumprir essa promessa o quanto antes — falo comigo mesmo em voz alta. Quando escuto o som de notificação do meu celular que está em cima da cama, pego em minhas mãos e espero que seja uma mensagem da minha garota. Quando não estamos juntos fisicamente, sempre conversamos através de ligações e mensagens. Eu amo você. Já disse hoje? Leio com um sorriso idiota no rosto.Se os meus irmãos estivessem me vendo agora, eles estariam debochando de mim. Você disse, e apesar de acredi
Capítulo 18. Continuação dos capítulos anteriores.Javier narrando.— Eles dois são jovens e… — Nicolas começa a falar, mas o meu pai parece não estar disposto a ouvir e ele não consegue terminar a frase. — Não use a justificativa de que eles são jovens, meu amigo. Você sabe que é mais do que meu funcionário e que te tenho em alta conta, mas o fato de sermos amigos não muda a realidade de que você continua sendo meu funcionário. A sua filha, ela é uma plebeia e não serve para o meu filho. Não criei os meus herdeiros para se envolverem com plebeias. Porra! Essa conversa não está indo nada bem. Eu penso em invadir a sala e também dar a minha contribuição sobre o assunto que envolve diretamente a mim, afinal, eles estão falando sobre a minha vida e o meu relacionamento com a mulher que amo, mas as próximas palavras do senhor Nicolas me fazem parar. — A minha filha é uma ótima garota, rei Otávio. E acredite quando digo que também não gostaria que ela se relacionasse com qualquer um