- Sai, a mãe disse para eu me arrumar, você está pronta...
- Eu já nasci pronta, não preciso ficar duas horas colocando maquiagem...
- Mãeeeeee! Olha ela de novo...
- Desce, filha!
- Eu estava aqui primeiro, ele pode usar o outro banheiro, mãe!
- Eu quero esse! As minhas coisas estão aqui...
- HURR!!! Quer suas coisas pega lá...
Joguei a maleta dele longe e aí o tempo fechou de verdade, como quase todos os dias!
- Desçam os dois agora!
- Por que você casou com o pai dele e ainda conseguiu uma miniatura igual a ele? Eu estou em desvantagem!
- Ai, coitadinha, olha a dona bonita, não preciso me arrumar, estou no banheiro porque quero.
- Aquele é o meu banheiro! O seu é dentro do seu quarto, bonitinho!
- Parem agora!
- Mãe! Está fazendo de novo... Ele tem o banheiro dele.
- Chega! Depois nós acertamos essa história dos banheiros! Seu pai está nos esperando lá na frente.
- E ele ganha de novo...
- Chega, Lisa...
- Mãe!
- Vamos, já disse, depois!
Entramos no carro ainda discutindo, e a miniatura, Francisco, sentado no meio. O pai se virou para nós.
- Se não se acertarem agora não iremos mais para a avó de vocês!
- Tudo bem! Não vamos, então. - Desci do carro e bati a porta.
- Também não quero ir mesmo! - Bruno desceu e bateu a porta do carro.
Ok. Agora a coisa ficou muito tensa, nosso pai desceu e bateu a porta do carro também, veio atrás de nós, está certo, eu sou birrenta, mas não precisou ele gritar comigo. Voltei correndo para dentro do carro. Eu não queria o ouvir gritando.
- Bruno Benvenute, no carro agora! Já! E o assunto quarto ou banheiro acabou. Quer o banheiro do corredor, terá o banheiro do corredor. Sua irmã e você trocarão de quarto... E final da história!
Ele entrou furioso no carro, e eu louca para festejar. Uhu! Meu quarto com banheiro... Ganhei! Doze anos para conseguir o quarto com banheiro...
Eu sou Lisa Moraes Benvenute, minha mãe casou com o pai do Nuno há doze anos, depois de uma convenção de uma empresa multinacional, onde se conheceram lá no Brasil, ela é uma das auditoras administrativas e ele é um dos advogados. Viemos morar em Portugal e ele nos assumiu e me registrou. Então ele é meu pai, me tornando irmã da criatura mais mimada e insuportável da face da terra. Chegamos na casa da vovó, Francisco sai correndo passando por cima de mim, ela se abaixou e pegou-o no colo, vindo na nossa direção.
- Vovó!
- Oi, meus queridos. Venha aqui me dar um beijo. Fiz sagu! Sei que adoram sagu...
Olhei para Bruno que parou e cochichou.
- Você gosta de sagu? Eu não sabia!
- Eu odeio sagu! Você? – Olhei para ele.
- Eu também não gosto! Acho que ela nos confundiu com os outros netos.
Nós dois começamos a rir e abraçamos a vovó!
- Meus queridinhos! Quanta saudade de vocês, precisam vir mais aqui.
- Só se viermos morar aqui, vovó!
- Bruno!
- O que foi, pai?
- Respeite sua avó! Oi mamãe! Nós estivesmos aqui faz duas semanas.
- Por isso! Demoraram. Vamos, o café está na mesa, fiz cuca e bolo de chocolate.
- Isso eu gosto. – Disse Bruno.
- Eu também!
- Esperem seus ingratos, irei pedir para o pai deixar vocês dois de castigo. Abusam porque eu sou criança ainda! – Fran veio correndo atrás de nós dois.
Entramos correndo na cozinha e sentamos em volta da mesa.
- Pegue, irei fazer seu café com leite, mana!
- Obrigada, Nuno. Irei arrumar o Fran aqui! Vem, o que você quer tomar?
- Suco de uva.
- Tome. – Bruno me alcançou a jarra do suco.
Eu servi e entreguei o copoa para o Francisco. Nossos pais pararam na porta abraçados.
- Nem parece que estavam quase se batendo hoje cedo.
- Não entendo esses dois.
Nossa avó entrou. – São irmãos, isso justifica tudo. Lembro de você brigand quando eram crianças. Achava às vezes que iriam se matar quando se pegavam de soco. Bons tempos esses!
- Ótimos tempos, mamãe! Eu imagino o quão bom deve ter sido. Eu não aguento os dois discutindo, imagino nós que saíamos no soco. Tenho a cicatriz na nuca até hoje da pedrada eu o Nano me deu.
- E está vivo ainda. Deixe as crianças. Venha tomar café.
- Sim, sogra. Já estamos indo.
- Acorda, Nuno, irá se atrasar... Já fiz o café, vem!- Está bem! Obrigado. Eu te amo!- Também te amo, vamos, se chegar atrasado essa semana o papai vai te colocar de castigo e não poderá ir para seu curso. E eu não verei o Dom...- Esquece ele... Hum! Que isso, ficou bom, a cara está horrível, mas é gosto.- O nome é omelete!- Muito bom! Vou escovar os dentes e já vamos...- Vou te esperar na rua, a Diane chegou.- Oi. Estudou para prova?- Sim, mas será fácil.- Vamos, cheguei.Fomos caminhando, a nossa escola é bem perto de casa. Diane é nossa amiga desde que ela se mudou, isso já faz uns oito anos.- Hoje eu irei sentar com vocês duas, não estudei para prova.- Sério? Quando você estuda?- Estou falando sério!- Só se
Nada melhor que acordar com uma discussão no sábado de manhã, amo muito minha família.- Dezoito anos Bruno! Você irá completar dezoito anos e não faz nada da sua vida! O mínimo que teria que fazer é tirar notas acima da sua irmã... - Colocaram o meu na jogada. – Um absurdo isso, ela ainda poderia ter a desculpa que faz aquele curso inútil de culinária. - Nossa o papai anda com problemas, ele não costuma ser assim. – Agora você vive fora de casa e não apresenta um bom rendimento escolar, o que é isso? - Ele achou o boletim escolar, eu falei que isso nãoseria bom. – Irá começar a trabalhar na empresa de tarde! Será estagiário. - Ih, fedeu agora.- Eu não vou, coloca a Lisa, ela também não faz nada! - Poxa que droga, vou ter que me meter? E meu curso?- Não coloca ningué
- Bom dia! Que você está fazendo?- Sai daqui, não te interessa!- Ainda está brava comigo?- Dá para notar? Desculpa não era para transparecer...- Diz para o Pedro que você fala com ele depois, quero conversar!- Não é ele, é o Levi! Fala logo o que quer.- Droga, Lisa, você está há uma semana sem falar comigo. Não sai nem para comer. Desculpa, acabei escapando ileso nessa de novo, sei que cobram mais de você e eu acabo me aproveitando disso. Eu não sabia que você tinha ido mal, muito menos que havia parado na diretoria de novo.- Se vivesse um pouco mais para os outros e menos em torno do seu mundinho, teria percebido que fui suspensa, eu nem voltei com você aquele dia, e você não notou minha falta, chegou, me cumprimentou e nem percebeu que não te pedi para ver o Dom! E me diz como você
- Tá, depois eu vejo!- Não dá para ser agora? Estou precisando mesmo... – Falou um colega.- Espera, vou ver na minha mochila, só um poquinho.- O namorado está com problemas?- Não Nuno, ele não está com problema e não é meu namorado, nem sei o nome dele.- Tem o mesmo nome do seu irmão mais novo!- Como sabe? Para falar a verdade, não me interessa...- Grossa.Lisa remexeu na mochila.- Tome, acho que ficaram boas, dá uma olhada.- Fotos perfeitas! Obrigado. Me disseram que você é a única aluna do último ano que tem o caderno completo! Vou lá. Será que podemos sair para tomar um sorvete como forma de agradecimento? Perguntou o colega.-Acho que já agradeceu, isso é o suficiente!-Certo, desculpe se seu namorado possa ter não gostado.
- Mãe, eu vou sair!- Aonde você irá, filha?- Na praça!-Leva o Francisco junto.- Sério, mãe?- Sério, leva ele. Não estou pedindo...- Vamos, praga suprema.- Você vai namorar?- Não “homem de ferro”! Vamos fazer um trabalho, estudar.- Eu posso ajudar?- Se nós precisarmos eu te falo... Vamos chamar a Di. - Toquei a campainha.- Vai junto, coisinha?- Minha irmã disse que se precisar, eu vou ajudar no trabalho!- Sério? Que legal, acho que você pode segurar as canetas e alcançar as cores que pedirmos, o que acha? Vai ajudar bastante.- Posso, mana, mesmo?- Se a Di disse que pode, então pode!Chegamos na praça e sentamos embaixo de uma árvore, Diane, Otávio, Sunny e eu. Fran sentou ao meu lado.- Ele é seu namorado?
- Vai comigo hoje? O Pedro pediu para te levar...- Sim, eu quero falar com o Levi, amanhã ele vai me ajudar a fazer um prato novo.- O que o papai disse de você cai fazer o intercambio?- Ele concordou, disse que será bom para o meu francês. Eu só não disse que será em Miami.- Ele irá enlouquecer quando chegar o pacote de viagem.- Irei falar antes de chegar.- Vai falar antes ou depois de contar do seu namoro com o Denilson.- Como soube isso? Quem te falou?- Eu vi vocês dois juntos.- E não surtou? Como isso?- Eu não gosto da ideia, mas não vou fazer você terminar. Só que eu acho que tem que falar logo para eles, ou ainda terá problemas por causa disso.- Eu sei, irei falar, queria primeiro ir para o intercambio, acho que p papai não irá gostar e é capaz de me proibir de ir. O sina
Estava saindo da aula já tomando rumo para ir junto com o meu irmão, que resolveu dar uma trégua, levantou a bandeira branca, e eu resolvi aceitar o tratado de paz...- Senhorita Benvenute!Virei e vi que era o motorista da empresa em que meu pai trabalha.- Sim. Em que posso lhe ajudar?- Seu pai pediu para buscá-la, e levá-la para a empresa, ele precisa falar com a senhorita...-Ah sim! Só um momento, por favor.Entrei novamente na escola.-Oi, pai, seu motorista está aqui e disse que veio me buscar a seu pedido, posso ir com ele?- Sim, filha. Pode vir com ele. Preciso conversar com você!- Certo pai, eu estou indo!Gritei para meu irmão.- Bruno, falei com o papai, tenho que ir lá conversar com ele. Diz para o Denilson que eu espero ele depois do curso lá em casa.- Tá, eu digo.Fui ter a tal conversa, o que
- Mana, vai ficar em casa hoje?- Sim, vou.- Posso pedir para o papai para você me levar na praça de tarde? O inútil do seu outro irmão irá sair para variar!- Ai, meu amorzinho, eu tenho trabalho para fazer de tarde, lembra dos meus amigos daquele dia? Eles virão aqui. Vamos levar a tarde toda envolvidos nisso, querido.- Eu queria que você namorasse aquele seu amigo.- O Otávio? O que o Deni tem de errado?- Nada, mas o Otávio é mais legal!- Está bem, Fran, agora saia do meu quarto. Quero dormir mais um pouco... Por favor.- Acho que não irá dormir mais! Nem um pouquinho nem um muitinho...- Levanta, Lisa, agora.Meu pai entrou no quarto do Bruno e mandou ele levantar e nos deu dez minutos para nós dois descermos. Droga, mais uma DF, discução familiar, no sábado de manhã. Meu pai adora is