**Isabella Carter**— Você já pensou em como vai ser ficar aqui sem parte de suas coisas? – Morgan perguntou.— Ainda não, mas são só objetos; tudo o que realmente preciso tenho comigo. Depois farei algumas compras de roupas. Agora me ajude a escolher alguns livros para ler, senão irei enlouquecer naquele apartamento sozinha com o seu irmão. Morgan se aproximou de Isabella e sussurrou em seu ouvido:— Tem um cara bonitão que não tira os olhos de você – ela sorriu. Isabella olhou para os lados procurando pela pessoa.— Aquele moreno de cabelos ondulados, que está próximo ao caixa. Isabella olhou para a frente e viu de quem se tratava; era o mesmo homem que a cumprimentou no avião quando chegou na cidade. Ele percebeu que ela o encarava e deu um sorriso, indo em sua direção. Isabella ficou sem reação, abaixou a cabeça com as bochechas levemente coradas e fingiu estar procurando um livro.— Senhorita Scott, que coincidência encontrá-la novamente – o estranho sorriu.— River City não
**Isabella Carter** Estava tão empolgada fazendo sua compra que, sem prestar atenção, virou a taça e derramou quase todo o conteúdo dela no sofá. Isabella levantou num pulo, jogou seu celular no outro sofá e correu para pegar papel toalha na cozinha, com esperanças de secar antes de manchar. Quando voltou, usou vários papéis para enxugar, mas já era tarde; havia uma mancha enorme no sofá de Dylan, que para piorar, era de uma cor clara.— Dylan vai querer me matar – ela sussurrou. — Preciso pensar no que fazer – Isabella andava de um lado para o outro, nervosa. Sua primeira ideia foi pegar a bucha da pia e detergente para esfregar com água a mancha. Enquanto esfregava, percebeu que a mancha ia saindo, mas após passar um pano úmido tirando o detergente, a mancha ainda estava ali, e agora havia aumentado por conta da água. Isabella colocou a mão na cabeça em pânico. Apesar de ter muitos pensamentos contra Dylan, ele estava sendo um bom anfitrião nesse pouco tempo que esteve ali. Ela
**Isabella Carter**— Estou indo – Dylan falava enquanto Isabella o arrastava para a porta — Para que tanta pressa? Relaxe.— Nunca vi um homem tão vaidoso, senhor Carter – ela revirou os olhos.— Eu só estava verificando se estou apresentável. O que você acha? – ele parou em frente à porta esperando por sua resposta.— Você está lindo, vamos logo. Dylan saiu com um sorriso no rosto.******************— Alguma vez na sua vida você foi a um supermercado, Dylan? – Isabella perguntou assim que Dylan estacionou o carro. Dylan nem mesmo sabia onde ficava o supermercado, e como muitas coisas haviam mudado na cidade desde quando ela morou ali, precisaram pesquisar no Google o mercado mais próximo, só conseguiram chegar ali com a ajuda do GPS. Dylan nem mesmo sabia que havia um estacionamento do lado de fora para os clientes.— Uma vez, mas estava bêbado, por isso não lembro direito.— Como você faz compras? – Isabella se virou para ele horrorizada.— Eu pago pessoas para fazerem isso por
**Isabella Carter** Isabella concordou e pegou uma coxinha enquanto andavam em direção ao açougue. Dylan tinha razão, já fazia horas desde sua última refeição, ela até se sentia mais cansada e fraca. Após comer uma coxinha, se empolgou e comeu mais duas. Seu estômago já estava roncando de fome, mas se conteve para não comer o resto, pois se sentiria envergonhada ao passar pelo caixa com o saquinho vazio, por mais que pagasse por elas. Isabella pegou a senha do açougue, esperando serem chamados para fazer o pedido. Enquanto isso, um homem moreno e alto chegou perto dela.— Você é Isabella Scott? – ele perguntou.— Sim, sou eu – Isabella respondeu.— Sou fã do seu trabalho, poderia tirar uma foto comigo?— Agora é Isabella Carter – Dylan se aproximou dela, puxando-a pela cintura. — Sou Dylan, o marido dela. É um prazer conhecê-lo – Dylan estendeu a mão para o rapaz.— Perdão, não sabia que você era casada, senhora Carter.— Sem problemas, sobre sua pergunta, ficarei feliz em tirar a
**Isabella Carter** Isabella temperou o frango enquanto Dylan demorava mais do que o necessário para guardar tudo. Depois que lavou o arroz, deixou-o secando enquanto lavava os legumes.— Onde você guarda suas panelas? – Isabella perguntou. Dylan parou para pensar, foi até o armário e retirou uma caixa que ainda estava fechada.— Ganhei da minha mãe quando me mudei para cá, mas nunca as usei – ele explicou. Isabella levantou a sobrancelha enquanto ele abria a caixa.— Fico surpresa por você ter isso aqui. Tinha me esquecido desse detalhe, quase achei que teria que fazer tudo na frigideira – ela sorriu.— Seria bem desafiador – ele falou, pegando as panelas e levando até a pia. — Pode deixar que lavo elas. Enquanto Dylan lavava as panelas, Isabella foi até o bar e pegou um vinho branco e duas taças.— Fique bem longe do meu sofá com isso – ele a informou. Isabella não conseguiu evitar sorrir ao se lembrar do acidente mais cedo.— Pode deixar, amanhã prometo que darei um jeito nel
**Isabella Carter** Dylan levantou as duas mãos em oferta de paz e agiu como se estivesse ofendido.— Você pensa muito mal sobre a minha pessoa.— Então diga, o que você quer?— Deixe-me mostrar para você o lado bom da vida, e você entenderá os meus conflitos pessoais e por que levo a vida levemente.— Por que é imaturo? – ela debateu.— Você não está em uma boa posição para me ofender, Isabella. Lembre-se de que precisa de mim para convencer os seus pais – ele estendeu a mão. — E aí?— Tudo bem – Isabella apertou sua mão.— E tente ser um pouco mais boazinha comigo, sem esse humor terrível.— E desde quando eu o trato mal? – Isabella se levantou da cadeira, ofendida.— Sempre que encontra uma brecha, aproveita a ocasião para dizer o quanto sou imaturo e irresponsável – Dylan cruzou os braços, encarando-a.— Bom, eu não prometo nada – Isabella cerrou os olhos, encarando-o de forma fria e ríspida.— É disso que estou falando, tente ser mais boazinha. Você está muito irritada esses dia
**Isabella Carter** Por falta de tempo, Isabella nunca conseguiu ler ele. Ao abrir o livro, aproximou-o do rosto e sentiu o cheiro das páginas, um dos seus maiores vícios como leitora: sentir o cheiro de livro novo. Pode parecer estranho, mas aquele cheiro de folha nova e tinta recém-impressa dava uma maravilhosa nostalgia. Por mais que já tenha vivido momentos inesquecíveis, nada se compara à sensação de ler um livro bom pela primeira vez, e Isabella estava vivendo essa mesma experiência naquele momento. A história de Sofia e Ian a envolveu tanto, que quando percebeu, já havia lido a metade do livro, e Dylan batia na porta chamando por ela.— Isabella, daqui a pouco temos que ir buscar seus pais. Isabella arregalou os olhos, surpresa ao ver o horário no relógio ao lado de sua cama. Havia se conectado tanto com aquela história que não viu a hora passar. Ela deixou o livro ao lado da cama e levantou-se, abrindo a porta para Dylan.— Está tudo bem? Você passou a manhã toda aí – Dyl
**Isabella Carter**— Por que você se casou comigo naquela noite, Isabella? – Dylan perguntou, olhando profundamente em seus olhos. A maneira gentil com que ele a encarava quase fez Isabella confessar tudo. Dylan estava mexendo com a sua mente de uma maneira que ninguém jamais conseguiu, e Isabella estava se odiando por isso.— Quem sabe um dia eu te conto? – Isabella sorriu, abrindo a porta do carro e saindo, deixando-o lá dentro, perdido em seus pensamentos.****************** Não é engraçado como a vida tem esse jeito de virar as coisas de cabeça para baixo e bagunçar tudo ao redor? Se alguém dissesse para Isabella um mês atrás que estaria casada com ninguém menos que Dylan Carter, a pessoa que não só partiu seu coração no ensino médio, mas que ela jurou jamais rever, ela daria uma gargalhada e ignoraria. Mas ali estava ela, esperando seus pais chegarem no aeroporto, em um casamento de mentira, com Dylan pegando em sua mão, eles estavam não só enganando seus pais, mas sim o mun