Melissa TompsonAcredite quando digo que tenho todos os motivos do mundo para não gostar nem um pouquinho das festas de natal. Ah! Antes que me chame de amarga ou coisa parecida, vou explicar com todo o prazer do mundo o motivo pelo qual não sou a fã número um desse feriado. Por exemplo, como sempre estive solteira nessa maldita época do ano consequentemente sempre adquiri o - tão magnífico, estou sendo irônica. - maldito privilégio de me sentar na mesa das crianças, algo que sinceramente não era nada agradável para uma mulher adulta.Na verdade, acho que para nenhuma alma viva é algo agradável. Por mais difícil que seja acreditar, eu de verdade amo crianças e quero sim um dia ter a minha própria família. Só que, não quero de jeito nenhum me sentar com elas no natal ainda mais quando algumas delas ficam grudando comida no meu cabelo ou pior chiclete. Presenciar essas ações fez com que me questionasse o meu amor por essas criaturinhas tão adoráveis.Poxa, você não mexe com o cabel
Melissa TompsonPosso dizer com toda as letras do alfabeto que viajar de carro não era a minha coisa favorita do universo.E com toda a certeza do mundo poderia também facilmente listar os motivos disso, por exemplo, era uma pessoa que não aguentava ficar parada em um pequeno espaço daqueles em suma era uma completa tortura.Além claro, que a minha bunda saia um pouco dolorida disso tudo. Fora isso, não posso negar que em partes a viagem foi agradável.Tive meus momentos de risadas e de algumas revelações, como... Eu nunca imaginaria que Theo Fernandes tem algum talento para música muito menos que ele em vida cantaria Lady Gaga.Aquelas horas dentro do carro foram ótimas, fizeram com que minha mente pensasse em outra coisa para variar e não no meu chefe ou no que insistia em me perturbar nos últimos dias.Demorou cerca de duas horas e meia até que conseguisse ver um pouco da casa dos meus pais, quando vi não segurei - nem quis fazer isso - o sorriso que aos poucos surgia em meu rosto
Melissa TompsonA cada passo que eu dava naquela pequena estradinha de pedra a minha mente era então submetida a várias lembranças, desde felizes até mesmo algo triste.Um misto de sensações me rodeava, estava de mãos dadas com Theo que ao meu lado exibia um sorriso confiante enquanto andava.Mentalmente agradeci por ele estar ao meu lado, mesmo que fosse ele ao menos teria alguém para me apoiar nessa loucura toda.Ao mesmo tempo em que andava já estava aos poucos me conectando com o clima do interior, algo muito mais pacífico do que a cidade. A minha única ameaça naquela lugar com toda a certeza do mundo eram os mosquitos. Odiava o barulho do zumbido no meu ouvido, principalmente quando ele vinha assim que me deitava na cama. Balancei a cabeça em uma negativa, afastando aqueles pensamentos. Olhei um pouco para cima e Theo imitou a ação a única diferença era que o loiro em questão tinha que olhar para baixo. Ele sorriu de canto, algo que me transmitiu confiança e então quando per
Melissa TompsonDepois de tudo o que aconteceu fomos para o quarto onde ficaríamos durante aquele curto período na casa dos meus pais, quer dizer, onde eu ficaria. Theo ficaria em um quarto separado, minha mãe não iria aceitar "numa boa" que a filha dela ficasse no mesmo quarto que um homem, mesmo que esse homem supostamente fosse o meu namorado. Essa realidade só seria realmente possível se Theo Fernandes fosse meu marido e olhe lá.Quando ele fechou a porta do cômodo esperei por alguns segundos.Sabia que minha família era fofoqueira - curiosa - e estaria ouvindo atrás da porta, por causa disso não ousei em falar nada em voz alta e sim escrever em um papel.O que de certa forma, acabava me deixando ainda mais doida. Ri, o hospício que me aguarde já que depois das festas de fim de ano eu com toda a certeza vou para lá. "Você está louco?""Não fale alto ou se quiser responder escreva algo, minha família pode estar ouvindo atrás da porta."Ele moveu a cabeça em negação ao ler. Dif
Melissa TompsonAcho que em toda a minha vida nunca me senti tão nervosa nem mesmo quando fazia as provas da faculdade a tensão não era tanta assim.Como as outras pessoas presentes naquele lugar eu fiquei quieta, observei com atenção o loiro e escutei cada palavrinha que saia da sua boca o que me fez ficar com as bochechas cortadas e os olhos levemente arregalados.Eu sabia que Theo estava no personagem, sabia que aquilo que saia de sua boca não era verdade e ainda assim um lado meu se deixou levar.Meu pai recuou alguns passos, ele não estava mais armado ou com um olhar assassino.O mais velho respirou fundo, fechou seus olhos e olhou para o lado vendo a expressão no rosto de sua esposa e por fim no meu.Dava para ver no rosto dele que era uma luta intensa, estava indo contra si mesmo fazendo aquele tipo de coisa e por alguns segundos me senti culpada afinal de contas era por minha causa que ele estava passando por isso.O rosto do patriarca da fam
Melissa TompsonAssim que estive longe daquele lugar que um dia tive o orgulho de chamar de casa eu não me aguentei, os meus dentes apertaram tanto a minha pele que querendo eu ou não teve como lembrança uma pequena marquinha na pele, logo aquilo passaria.A dor que sentia não.Durante todo o caminho Theo não disse nada, ficou em silêncio e esteve ao meu lado respeitando o meu espaço e de certa forma eu agradeço por isso. Estava sentada no banco do motorista, com o corpo encostado um pouco na janela do passageiro. Olhava o nada, eu não tinha coragem de olha lar o loiro e nem queria fazer isso.Tudo isso poderia ter sido evitado se eu não tivesse aceitado aquela ideia maluca de viajar no natal.Percebia que as vezes ele me olhava, preocupado e ainda assim não abria a boca para falar alguma coisa, quer dizer, ele até tentava fazer isso só que parecia não encontrar as palavras certas.Pelo visto, consolar alguém não era o forte do gostoso do Theo Fernandes. Ri com esse pensamento. A l
Melissa TompsonConfesso que pelo olhar que o loiro me lançava fiquei com medo do que poderia acontecer, porém quando ele parou em frente ao pequeno shopping da cidade minhas dúvidas foram pro buraco. – O quê? – perguntei sem olha ló.Nem precisava de fato olhar pro meu rosto para saber que estava confusa, o meu tom de voz e a minha reação ao ver aquele lugar já deixavam tudo bem claro. – Você vai ver. – Disse ele um pouco animado. Theo parecia como uma criança, ansiosa para mostrar o que tinha feito.Desligou o motor do carro e logo então se livrou do cinto de segurança, pegou a carteira e saiu do automóvel.Eu que não sou besta nem nada sai também, porém antes de fazer isso aproveitei alguns segundos para poder observar o meu reflexo no espelho.Com toda a certeza não iria entrar em um lugar público depois de ter chorado horrores nos minutos atrás. Quando olhei meu reflexo no espelho suspirei fundo, estava do jeito que eu pensava.
Melissa TompsonFiquei por alguns segundos quieta, olhando o.Estava perdida em pensamentos tentando entender o que estava acontecendo, acabei sendo tirada de lá no momento exato que um grupo de meninas - adolescentes - passou pela gente, virei meu rosto um pouco na direção oposta e as vi rir. Depois ao sentir o toque suave de dedos na minha mão o meu rosto virou novamente para a direção oposta, observando a expressão em seu rosto.Minha respiração se aliviou por alguns poucos segundos. Poderia passar anos, poderia até mudar o lugar e as pessoas serem diferentes e ainda assim várias coisas não mudariam.Por exemplo, é anormal - na visão da sociedade - que uma mulher como eu fique com Theo.Isso me fazia sentir nojo, principalmente das pessoas que pensam da mesma forma.– Tic, tac. – Disse em voz baixa. – Se eu fosse você iria começar a correr Tompson. Ouvi isso e logo então tive um leve choque de realidade, se eu ficasse ali por mais tempo não poderia nem ao menos realizar aquele d