No passado Não foi fácil deixar a segurança da casa da minha avó em Salvador, depois de perder meu pai e voltar para o Rio, somente acompanhada pela minha irmã, Hande, mas era preciso, tinha feito a bendita prova para entrar no colégio interno de uma amiga do Roger, prometi ao meu pai, que se eu passasse, eu iria, podia simplesmente desistir e não ir, mas gostava de pensar que ele estava me olhando do céu e de lá, desaprovava completamente a desistência. Eu não sabia que minha vida mudaria pra sempre com aquela decisão. Era um dia de verão qualquer, caminhava distraída, pensando se fiz uma boa prova ou não, quando um garoto de cabelos cacheados, com um sorriso aberto, olhos castanhos travessos, uma jaqueta preta de couro, se esbarrou em mim. Caímos no chão com força, o garoto amorteceu minha queda, me segurando pelos braços, ele me ajudou a me levantar. — Posso saber o nome da garota linda que acabei de salvar? Você é nova aqui? Ele era diferente dos garotos que eu conhecia,
Tomás AlonzoO Objetivo da viagem era aproximar Thalita de nós dois e melhorar o humor da Carla depois do que a irmã aprontou, ela merecia descansar e eu aproveitar que voltamos, então pedi à Any e Mariana que levassem Thalita pra conhecer a cidade enquanto eu preparo uma surpresa para Carla, eu comprei um presente, um colar novo para simbolizar a nossa volta, é dourado, com um pingente de lua minguante com um sol dentro dela. Quase um eclipse. Tomamos seu café da manhã favorito ( Tapioca com leite condensado e coco e um copo de suco verde) enquanto minha namorada me conta sorridente que contar nossa história pra Thalita, está aproximando as duas. — Eu quero dar a minha versão desse primeiro dia depois, você falou como se eu fosse um convencido! — Cruzo os braços como uma criança emburrada. — Porque depois? Podemos descer agora e contar. — Ela sorriu, se levantando pra sentar no meu colo. — Porque agora,meu amor, eu tenho que entregar o seu presente. Fecha os olhos e espera que
Carla Clarke Achar o vestido ideal para festa foi uma tarefa difícil, porque eu queria uma roupa confortável, que ao mesmo tempo passasse uma boa impressão para os meus novos colegas, um look que fosse capaz de imprimir minha personalidade. Nada que estava nas lojas parecia me agradar, voltamos para casa sem um vestido novo. — O que você vai vestir se não gostou de nada? — Hande me pergunta quando entramos em casa. — Eu não sei, alguma coisa que eu já tenha aqui — Corri para o meu quarto e abri a mala, jogando tudo em cima da cama. O quarto fica uma bagunça e eu me perco no meio dela até reparar num vestido verde claro longo, com fenda laterais, mangas bufantes, e florzinhas vermelhas como estampa, uma sandália branca de salto médio combinaria muito, coloquei um gloss rosa nos lábios e máscara de cílios nos olhos e a maquiagem estava feita, resolvi deixar os cabelos soltos, mas fiz cachos nas pontas. E até que gostei da imagem que vi através do espelho, a adolescência foi uma
Tomás me conta que eu desmaiei depois de vomitar e viemos pro hospital, fizeram uma bateria de exames em mim, desacordada mesmo, que não apontaram nenhuma anormalidade. Tive vontade de gritar “ então, porque você tá me olhando desse jeito? Como se eu fosse feita de porcelana e pudesse quebrar ao mínimo toque? Você sabe alguma coisa que eu não sei? “ — Tá tudo bem comigo? — reúno forças para perguntar. — Na verdade, linda, você está mais do que bem. — Ele se aproximou de mim, passando as mãos de leve pelo meu cabelo, ele sorria muito. Aí então deve ter sido uma queda de pressão ou sei lá. É a primeira coisa que se passa na minha mente, em seguida, as engrenagens do meu cérebro começam a girar com o que Tomás profere: — Ainda é cedo para ter certeza, os exames apontaram, mas talvez, existe uma pequena possibilidade de você estar grávida, há uma semana. Meus olhos se arregalam, um sorriso incrédulo curva meus lábios, quero gritar de felicidade. Vou ser mãe,minha Vitória
Carla e Tomás voltaram para o hotel em 20min, chegam caminhando de mãos dadas como se flutuassem, os amigos esperavam por eles, já no saguão, com expressões preocupadas em seus rostos. — Onde vocês estavam? De hoje que a gente tá ligando e só dá caixa postal,gente! — Mariana é a primeira a perguntar. — Ah, no hospital, eu desmaiei, minha pressão caiu — Carla responde, como se não fosse nada demais, tranquila. — É uma péssima hora para contar que sua irmã está vindo pra cá, porque viu as postagens nos Instagrams de fofoca que estamos aqui, você tem duas opções — Josh começa, mas logo é interrompido por Any. — Vamos para Porto Seguro, como estava combinado desde o início, agora à noite ou voltamos para o Rio antes que ela chegue aqui — Any completa, olhando fixamente pra Carla. — Desculpa estragar sua surpresa, Tomás! — Tudo bem, eu já dei o colar pra ela, não aguentei esperar. Carla sabia que não resolveria nada fugindo e não podia continuar evitando a irmã, só porque hande
Tomás Alonzo Acalmar Carla foi uma tarefa difícil, ela chorou nos meus braços pelo que pareceram horas, eu a carreguei e coloquei na cama, fiquei passando as mãos no cabelo dela e dando uma garrafinha de água, pra ser sincero, eu não entendi o motivo de tanto nervosismo, o que Hande poderia fazer? A relação delas tinha muitos altos e baixos, mas, eu não queria acreditar que ela machucaria Carla, de alguma forma, o jeito como minha namorada agia parecia que era isso que ia acontecer. Senti que eu deveria protegê-la do que viesse pela frente ou pelo menos, estar ao seu lado e demonstrar apoio. Depois de meia hora, Carla adormeceu, eu fiquei observando-a dormir, encolhida, o rosto inchado pelas lágrimas. Josh: como a Carla está? Vocês estão prontos? Eu: Ela chorou até dormir, hoje era pra ter sido um dia de alegria e amor pra Carla e terminou assim. Josh: o que importa que vocês estão juntos e bem, planejou o que vai fazer se a Hande aparecer aqui? Eu: Acho que a Carla precisa
Carla Clarke Quando acordei, Tomás não estava no quarto, mas eu conseguia ouvir sua voz me defendendo do outro lado da porta, também ouvi minha irmã dizendo que eu era ingrata e devia muito à ela, portanto, deveria deixa-la me controlar, mesmo sendo uma adulta independente, me segurei para não sair da cama e dar uns bons tapas em Hande, cada dia que passava, entendia porque o ex-marido dela meteu o pé; É uma pena que ele não levou meus sobrinhos, terão que crescer com essa mãe. Levantei da cama, lavei o rosto, me arrumei, terminei de organizar as malas, resolvi fingir que estava bem, Tomás já estava preocupado o suficiente e não queria assustar Thalita também. — Carlinha? Tá melhor? — Tomás me abraça pela cintura, beija meu rosto e canto da boca. — Sim e alguém aqui me deve uma surpresa — Sorri, continuando a aplicar minha maquiagem. — Vamos viajar primeiro, linda. — Ele deixa um beijo no meu ombro.— Tudo bem, obrigada por tudo, meu amor! Agradeço para que ele entenda que e
Quando chegamos a entrada do colégio. Entramos de mãos dadas na festa, de repente, pareceu que os olhares das pessoas presentes ficaram pregados em nós. Esse era o preço de sair com o “ filho “ da diretora no primeiro dia no colégio. — Quer dançar? Eu não sou muito bom nisso, mas, por você, posso tentar! — Ele ofereceu, com uma careta, eu quase ri do desespero dele. — É só não pisar no meu pé! Tocava Enchanted da Taylor Swift nas caixas de som, Tomás passou os dois braços ao redor da minha cintura e eu passei os meus ao redor do seu pescoço. Meu corpo nunca tinha ficado tão colado ao de um garoto, eu temia que ele pudesse ouvir as batidas aceleradas do meu coração enquanto giravamos timidamente pela pista de dança. Ainda um pouco trêmula descansei a cabeça em seu ombro, seu perfume invadiu minhas narinas e o cheiro que eu senti não era nenhuma colônia masculina, era de morango, minha fruta favorita. A música já estava na metade quando ele me fez levantar a cabeça e colou