Igor Carter Depois que eu e Bianca conversamos, ela chorou muito e isso pesou muito em meu peito. Eu queria ajudar mais. Queria amenizar aquela dor mas infelizmente eu não conseguiria fazer mais nada além de cuidar das duas. Assim que Bianca adormeceu, eu me levantei e fui direto para o meu escritório. Lembrei que precisava ligar para os agentes que estavam lidando com toda a situação da família da Bianca. A família biológica. Acabei descobrindo que a anos estão investigando sobre o paradeiro das meninas, e que por estarem sendo criadas longe de tudo que envolvia o tráfico, acabaram não sendo encontradas. O único que agora está na mira das autoridades é o Lauro pois a Manoela fugiu após a Alícia ser levada. Discando, esperei Oliver atender a chamada que não levou nem 10 segundos. — Fala, Carter. Soltei o ar com força enquanto me acomodava na cadeira e disse. — Bianca já está sabendo de tudo. O silêncio dominou por alguns segundos e então ele disse. — Ela está be
Igor Carter Já passava das 7 horas quando eu consegui me desvencilhar da Bianca. Ela dormiu a noite inteira agarrada a mim, tanto com os braços quando com as pernas e longe de mim reclamar, eu apenas tentei não acorda-la. Os compromissos do dia estavam em alerta máximo na minha cabeça, algumas ligações por chamada de vídeo com clientes, uma viagem com duração de 2 dias e a Alícia. Olivier havia dito ontem que poderíamos ir busca-la logo cedo mas estou preocupado por que não temos nada pronto para ela. Indo em direção ao banheiro, me despi e tomei um banho rápido para acordar por completo e me enrolando na toalha, me direcionei até o closet onde fiz a minha escolha de roupas do dia. Um terno de três peças preto com uma camiseta preta e abotoaduras prateadas. Borrifando meu perfume, passei os dedos pelos cabelos e em seguida os escovei, ajeitando as madeixas no lugar. Assim que me direcionei para o quarto, vi que Bianca ainda dormia na mesma posição em que eu havia deixa
Bianca Bernardes Senti um frio na barriga no momento em que atravessamos a porta do hospital particular em que minha irmã está sendo atendida. Até onde sei, ela está de alta médica e nos aguarda no quarto que está sendo vigiado por 2 seguranças na porta. Engoli em seco ao ver que isso realmente é verdade. Igor disse que havia colocado dois homens na entrada do corredor e mais dois na porta, impedindo o acesso a Alícia, e de fato, tem dois brutamontes parados na porta. Assim que Igor apareceu, ambos se afastaram e permitiram nosso acesso sem nenhuma palavra. Soltando o ar, atravessei a porta assim que Igor permitiu e olhando em direção a cama, encontrei minha irmã adormecida. Sua expressão serena não deixava nada claro sobre o que havia acontecido antes, sobre o que ela havia presenciado ou até mesmo sofrido. Me sentando na poltrona ao seu lado, acariciei seu rosto na tentativa de acorda-la e franzindo a testa, ela levou a mão até as minhas e abriu os olhos devagar.
Bianca Bernardes Enquanto eu e Alícia preparávamos nossos sanduíches, fiquei apenas analisando seus comportamentos e expressões, ela finalmente pareceu se sentir a vontade na minha presença. Talvez fosse pelo fato de ter saído da casa da nossa família a pouco tempo ou até mesmo por ter ouvido coisas que não deveria. Difícil saber. Levando um prato para a pia, Alícia colocou os pães e disse. — Fico feliz por você estar bem. Parei de embrulhar os pés fatiados e a encarei em silêncio, tentando entender o que ela queria dizer com isso. — Antes, o papai… Ela parou de falar por alguns segundos e coçou a garganta ao se corrigir. — Lauro disse que você seria apenas uma boneca nas mãos do Igor… Nesse momento senti minhas sobrancelhas se unirem ao formular uma resposta e quando eu iria abrir a boca , uma mão surgiu atrás de mim e me puxou para perto. — Ela pode até ser uma boneca, mas é toda minha. Igor murmurou enquanto me olhava. O brilho divertido estava em seus olhos
Bianca Bernardes Assim que Igor voltou para o escritório, eu e Alícia arrumamos a cozinha e fomos direto pelo corredor. Expliquei onde ficava nossos quartos, disse que eu estava dividindo um quarto com Igor e a resposta dela me deixou um pouco constrangida. — Seria até estranho se não fosse assim. Ela cobriu o boca enquanto deu uma risada baixa e disse. — Não consegui me acostumar com a beleza dele. Não parece real. Rindo eu neguei com um gesto e falei . — Okay, engraçadinha. Siga em frente e na primeira porta a esquerda fica seu quarto. Ela continuou andando ao meu lado com um sorriso no rosto e logo que paramos, ela estendeu a mão e puxou o ar devagar, como se tentasse reunir coragem para ver além da porta. Eu sei como ela se sente. Assim que ela girou a maçaneta e empurrou a porta, a primeira expressão que surgiu foi surpresa e depois espanto. — Bia… Ela apontou o dedo para o interior do quarto e me olhou atônita e entrando, ela me puxou junto com ela e entã
Igor Carter O ambiente estava escuro e úmido quando acordei. Eu sentia muito frio e não conseguia dormir direito. Eu conseguia ouvir os lamúrias por perto. A minha mãe estava chorando depois sermos obrigados a sair da casa que estávamos por causa do meu pai na noite passada. Chegou muito fora de si por causa da bebida, fez muito barulho e o dono da casa já estava cansado desse comportamento dele e acabou nos jogando para fora. Não pensou em deixar a mulher com o filho dentro da casa. Ou até mesmo chamar a polícia e levar meu pai. Ao invés disso, ele expulsou nós três. Como se tivéssemos culpa por ter um alcoólatra viciado em apostas como familiar. Como se tivéssemos o mesmo peso na sociedade. Esse homem era Everaldo Goulart. O mesmo homem que tem envolvimento com tráfico humano até o pescoço. Acordei num sobressalto quando entendi o motivo do meu sono ficar tão pesado. Eu não estava apenas sonhando e sim relembrando. Vou pegar aquele filho da puta. Vou ving
Igor Carter Depois que eu e Alícia conversamos, ela finalmente foi dormir. Falei a ela que essa semana iria continuar estudando em sua escola atual e que teria seguranças de olho nela durante esse tempo, e ela pareceu relaxar com isso. Ela disse que sente medo de ser levada mais uma vez mas assegurei a ela, que nada mais aconteceria. Na verdade, não posso deixar isso soar possível. Agora estou aqui, montando uma equipe de apoio para deixar na empresa para garantir a proteção da Bia e outra equipe na escola até conseguirmos transferir a Alícia para uma instituição particular e segura o suficiente. Enquanto eu não ter certeza de que aquelas pessoas irão ficar por um longo tempo na cadeia, eu não vou sossegar. Não posso me dar ao luxo. Soltando o ar, sinto minha cabeça relaxar depois de resolver essas pendências. A segurança da Bia tem sido muito importante para mim e por isso me cobro tanto, ela não sabe, mas o Lauro e Everaldo estão na mira da polícia e isso pode deixá-
Igor Carter Depois que Emily atravessou a porta, Bianca soltou um suspiro ao sentar ao meu lado e disse. — Obrigada por falar para ela. Eu neguei com um gesto e respondi. — Na verdade foi o mínimo. Eu entrelacei nossos dedos e disse. — Ela está vestindo a camisa da empresa e isso precisa ser destacado. Assentindo, Bianca confirmou com um gesto e respondeu. — Ela estava desanimada a pouco. Falando a respeito de um problema financeiro e isso a animou. Assentindo, eu acariciei sua mão e disse. — Ela vai ganhar um bônus por ter feito além do trabalho, e se tudo correr como esperado, o valor mensal do contrato vai ser aceito também. Sorrindo, Bianca se aproximou de mim e depositou um beijo em minha bochecha e murmurou. — Obrigada por cuidar dela também. Olhando em seu rosto, eu admirei a sua beleza por alguns segundos enquanto ela prosseguiu. — Não é função do Ceo ficar cuidando disso. Fiz um gesto com a cabeça e respondi. — Não, mas gosto de ficar de olho