O anjo Perdido Solaris o Despertar
O anjo Perdido Solaris o Despertar
Por: Camila Nunes
Prólogo

Londres 20 de Março de 2014 

Passava das duas da madrugada quando Jhulie dirigia pela Estrada de Londres tentando se manter viva de mais um ataque contra sua vida. Até o amanhecer, tinha certeza absoluta que essa noite seria um verdadeiro inferno, outra vez eles estavam em seu rastro. Uma sequência de tiros são disparados sobre o veículo que Jhulie está, que tenta desviar o máximo que consegue para não perder o controle do carro e sofre um acidente! Contudo, se torna cada vez impossível, pois, mais uma vez ela ouve tiros na traseira do automóvel, a lata velha que roubou na cidade vizinha para fugir não suportará por muito tempo.

Olha pelo retrovisor para ter ideia de quantos carros estão no seu encalço e talvez tenha 5 veículos na sua cola, ela sabe que o automóvel velho que dirige não é tão veloz quanto o deles. Mais por enquanto, está lhe mantendo viva, outros tiros são disparados sobre o carro e um deles atravessam o banco do automóvel, então jhulie sente uma fisgada em um dos lados de suas costela e leva a mão sobre a camisa, percebendo um líquido viscoso entre seus dedos sabendo que foi atingida por uma das balas a dor aumentar e arder como se fosse o fogo queimando sua carne mais ela precisava se manter forte e no controle da situação.

Pisou no acelerador do veículo para ir mais rápido. Em seguida ouviu o pneu traseiro estourar, ela precisava agir imediatamente ou eles a pegariam, então abriu sua mochila que se encontrava no banco do carona, pegou uma das suas granadas e retirou o pino com a boca e na sequência jogou a granada na direção dos veículos. Vendo a explosão pelo retrovisor de seu carro, os automóveis ficaram completamente em chamas, mas ainda restavam três que desviaram do fogo indo em sua direção . Jhulie tinha que sair daquela situação o mais rápido possível! Se não dessa vez não duraria mais do que essa noite, estava disposta a tudo para se salvar, não sobreviveu até agora para morrer assim e não pretende que seja hoje, iria virar esse jogo a seu favor. 

Na estrada à sua frente uma fábrica industrial abandonada surgiu no seu campo de visão pensou: aquele lugar seria sua oportunidade de se salvar então virou o carro em sua direção pisando no acelerador ao máximo. Puxou sua mochila para si e arremessou o veículo contra a usina. Pulou pela porta e rolou no chão, o veículo se chocou com a mesma, explodindo em segundos, Jhulie se levantou apressadamente e correu o mais rápido que podia para a outra parte abandonada da indústria subiu as escadas rapidamente. O local parecia ser onde ficava a linha de produção da usina, tinha várias máquinas paradas ali era perfeito para se esconder, apesar de esta um pouco escuro e sujo, contudo iria enxergar perfeitamente os indivíduos, se abaixou perto da janela de vidro para ver quantos homens havia no local, pois todos estavam completamente armados tinha certeza que, eles vinham para dentro da fábrica. Jhulie sentiu novamente uma fisgada no ferimento que foi causado pela bala, precisava agir rápido ou morreria perdendo todo aquele sangue, os homens começaram a vasculhar o local procurando vestígios de sua presença, enquanto ela permaneceu atenta a conversa de dois sujeitos que pareciam ser os líderes do grupo.

— Você tem certeza! Que viu ela entrar aqui mesmo John? 

— Claro Simon que tenho! Vi exatamente o momento em que ela pulou do carro e correu em seguida para dentro dessa fábrica imunda.

Então Simon, que parecia ser o líder principal do bando, se pronunciou em voz alta. 

— Ratinha… É melhor você se entregar! Aparece vamos te achar e te eliminar, de hoje você não passa. — John e Simon continuam a vasculhar o local, enquanto Jhulie escuta novamente um dos dois afirmando sério.

 — Dessa vez! Temos que eliminá-la, ela não pode fugir. O chefe a quer viva ou morta, sem fracassos ou ele fará o mesmo que fez com o Isaac, não quero perder uma orelha ou uma mão muito menos algum membro do meu corpo…

 — Sei John! Você pensa que quero perder alguma parte do meu corpo também? Vocês aí, vão procurar naquela parte das máquinas, essa infeliz deve está por aqui escondida como uma rata… Vem John, vamos verificar ali no rumo daquelas escadas! 

Os homens continuam a procurar por Jhulie que pegar seu revólver, colocando munição puxando o gatilho silenciosamente para se preparar para os confrontá-los, novamente ela ouve o tal do Simon dizer em voz alta. 

— Aparece logo sua ratazana imunda! Facilite nosso trabalho, você já deu dor de cabeça o suficiente.

Jhulie contou a quantidade de homens em cada grupo, enquanto eles permaneciam a procurá-la entre as máquinas paradas, tinha quase uns seis ao lado do John, e mais quatro na lateral direita de Simon, ela retira uma das granadas e puxa o pino jogando no bando dos seis capangas. Um deles, observou algo cair e olhou curioso para ver do que se tratava. 

— Mais o que e isso? Oh! Merda se afastem… — as tentativas de se salvarem eram um pouco tarde, os pedaços de cada um, voaram entre os ares os 4 que ainda restavam olhavam perplexos a cena de carnificina, jhulie se levantou e se agachou do lado de uma das máquinas atirando novamente e um deles e na sequência no outros dois, deixando apenas 1 e se pronunciou ao líder dos capangas.

 — Simon… Simon… Você não deveria ter vindo atrás de mim! Porque de certa maneira, você e seus homens cavaram suas próprias covas! 

 — Sua vadia covarde! Porque não ataca de frente? — ela mira seu revólver acertando um tiro na mão direita de Simon que grita pela dor que a bala lhe causa enquanto confessa com sarcasmo. 

— Ah! Agora a covarde sou eu? Você é o quê Simon? Trazendo todos esses homens com você para me matar!

Simon segura sua mão enquanto John e seu último capanga tentam achar sua silhueta, Simon falou jogando uma emboscada, pensando que ela não observa suas técnicas de distração.

 — Até o final dessa noite! Você acabará morta sua vadia… — ela atira em John em seguida no outro capanga que ainda restava, os dois caem completamente mortos ao lado de Simon em questão de segundos. 

— O único que vai conhecer o inferno hoje! Será você, seu infeliz, ainda não chegou a minha hora e muito menos será hoje

 Jhulie dá um empurrão pelas costas nele que o faz cair sobre o chão, Simon ainda tenta pegar a arma que acabou caindo da sua mão pelo impacto da queda, entretanto, ela arremessa a própria para longe e acerta outro chute na sua cara enquanto Simon afirma rindo lhe olhando. 

— Como se me matar! Fosse resolver seu problema, sua vagabunda. Outros virão atrás de você, sua otária — ela enfia sua faca de caça a cravando em seu pescoço e responde enquanto retirava a faca de volta.

 — Os próximos terão o mesmo destino que você! Agora vá para o inferno…

Ela o empurra pisando sobre seu peito, olhando ele se engasgar no próprio sangue e morrer em minutos. Ainda ferida pega sua última granada que lhe restava e segue para fora da fábrica abandonada, havia apenas um carro, com dois homens. Jhulie retira o pino da granada e arremessa na direção do veículo, que cai exatamente debaixo do automóvel, os dois homens ao perceberem, tentam sair imediatamente. Mais parece ser um pouco tarde o carro explode, transformando-se em chamas.

 Jhulie anda até um dos automóveis que pertenciam ao grupo e por sorte um dos veículos estava com a chave, procura no GPS o hospital mais próximo que podia encontrar em Londres e havia um à meia hora de estrada. No carro tinha uma garrafa de uísque, ela abre e bebe para tentar aliviar a dor enquanto dirige. Quando finalmente enxerga o hospital, entra no estacionamento e opta por ir pela entrada dos fundos. Os corredores do hospital estavam tranquilos, jhulie vai olhando os nomes de cada sala, mas percebe que sua visão está ficando embaçada, só que ainda consegue visualizar os nomes até ver a sala de curativos e primeiros socorros ao adentrar o cômodo tem um enfermeiro de aparência bem jovem organizado os medicamentos e acessórios. Ela entra fechando a porta e o rapaz se assusta ao ver sua presença e olhar com medo ao perceber a arma em uma de suas mãos. Jhulie confessa levantando sua blusa ao se aproximar dele.

— Eu preciso de ajuda, estou ferida! levei um tiro e está sangrando muito.

— Chamarei o médico! Será preciso aplicar uma anestesia nesse ferimento para retirar a bala e talvez você precise de um raio x para saber o lugar exato que ela se alojou. — quando o rapaz fez menção de sair ela o puxa pela sua camisa e disse apontando a arma para ele de modo irônica. 

— Você, realmente pensa que sou alguma idiota? Não quero anestesia nenhuma, faça você mesmo o procedimento! Só preciso que retire essa bala agora. 

— Não posso fazer isso! Você precisa de um médico , talvez até seja o caso de cirurgia.

 Jhulie aperta o gatilho da arma, sentindo sua visão ficando turva e disse de um jeito ameaçador ao rapaz.

— Faça essa merda agora! Retire a porra dessa bala e costura, você não é enfermeiro? Acredito que estudou para isso… Se não fizer o que estou te pedindo agora vou te matar, eu não posso demorar nesse lugar tem pessoas más atrás de mim e tenho certeza que você não quer morrer também! — o enfermeiro parece tomar conta da situação melhor e pega um pano e lhe entrega dizendo. 

— Tudo bem! Isso doerá um pouco… Você terá que morder esse pano para controlar a dor.

 ela acena concordando enquanto ele começa a limpar seu ferimento aplicar algo para o sangramento parar, depois usa uma pinça para retirar a bala assim que o jovem começa a penetrar e puxar a bala parecia que Jhulie ia ao inferno e voltava, à dor era insuportável, mais já estava acostumada a passar por isso. Após a bala ser retirada, o enfermeiro verifica o ferimento, certificando que esteja tudo certo antes de finalizar os próximos passos.

— Você teve sorte! Ela não se alojou tão fundo, limparei em seguida vou costurar, aplicarei um remédio para aliviar a dor. — ela observa o jovem continuar os procedimentos quando terminar seu curativo ele se manifesta com um pequeno sorriso e comenta. — Pronto! Agora terminei, esse remédio aliviará sua dor. Leve esses comprimidos aqui! Para tomar de 6 horas a 6 horas e esse outro a cada 12 horas. — Ele entrega quatro caixas de medicamentos, e vira para retirar os produtos que foram usados em seu atendimento jogando no lixo. Jhulie Levanta respondendo e agradecendo.

— Obrigada! Você foi muito gentil, nunca esquecerei o que fez por mim…

 ela acerta uma coronhada nele que cai desmaiado na mesma hora pelo impacto da pancada e pensou: “me desculpe por isso mais e para seu bem quanto menos soube de mim melhor e para você”. 

Ela sai pela porta dos fundos, entra no carro olhando o GPS e o atinge com várias pancadas com a garrafa de uísque até o objeto apagar. Liga o carro pegando a estrada em direção a outra cidade logo irá amanhecer, jhulie precisa de um lugar para ficar uns dias até se recuperar novamente. Talvez um hotel de beira de estrada desses baratos sirva para passar alguns dias. Ela continua fugindo de um passado onde nem mesmo consegue ter as respostas! Não entendendo nada, apenas está tentando descobrir esse mistério. Os únicos que poderiam responder a essa pergunta, estão mortos e não podem lhe dizer porquê? Desses indivíduos lhe perseguirem tanto e tentam a todo custo tirar sua vida e não estão poupando esforços para isso, a última oportunidade de encontrar essa resposta está com sua tia, é a única que pode ajudar a descobrir toda a verdade sobre isso… Esse segredo ultimamente tem a atormentado, só precisa saber a verdade. Mas enquanto isso não acontecer vai levando essa vida de forasteira sem rumo, e se virando como pode cada dia em um lugar diferente, jamais muito tempo em um único lugar, vivendo um dia de cada vez. Sem saber o que o amanhã reserva. Pretendendo se manter viva apenas para ver o sol novamente no dia seguinte. 

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