Bella
Em algum momento da noite e levantei daquele chão frio aonde apenas tinha forrado os panos de chão, não era uma noite fria, porém tão pouco fazia calor, havia perdido o sono depois que tive um pesadelo, o menino sem nome, ele chorava, implorava pela minha ajuda, e eu nada poderia fazer.
Acordei agoniada tomada pelo desespero, parecia muito real.Quando abrir os meus olhos a primeira coisa que eu ouvi foi gemidos, e barulhos de alguém apanhando... minha cabeça começou a me perturbar com ideias mirabolantes, talvez Marco desistisse do emprego que Miguel lhe oferecerá de segurança, e esteja matando Greta para pôr as mãos em mim, e fugir. Passaram-se apenas um dia, se ele fugisse hoje, até que Miguel voltasse daria tempo o suficiente para sumir das redondezas, um pavor tomou conta de mim, minha mente era muito fértil para criar suposições.Por um momento de valentia me levantei arrumei os meus cabelos e saí na calada da noite, aMiguelArrumei uma desculpa esfarrapada para voltar ao Castelo disse para dona Graça e sr José que se quisesse ficar na casa do filho poderia,( o que fez e Heitor me olhar com ódio pois iria atrapalhar seus planos,) rapidamente tentei me consertar avisando que iria embora amanhã cedo e que os guardava daqui dois dias em casa, pois precisava dela.Chegando em casa eu encontro Greta morta na entrada da sala, corri escada cima procurando por Bella fazendo o mínimo de silêncio possível, escutei um gemido que me fez em correr imaginando o que poderia ser, e pronto para também matar mais dois, então eu os vi em meu quarto. Bella estava de joelhos com as mãos amarradas enquanto Marco a segurava pelos cabelos, com seu pau fora das calças. Minha vontade é de arrancar aquele pau nojento com as próprias mãos e dar as aves carniceiras, e o queimar vivo, mas eu não conseguia alcançá-lo. De repente eu estava em um quarto pequeno com
MiguelAgora preciso encontrar Bella, não me importei com os gritos de Greta logo eu a calaria. Não a encontrei em lugar nenhum, saindo pela porta dos fundos da cozinha de longe pude vê lá, próximo a horta em um coque firme, um vestido sujo e suada brilhava com a luz do sol, parecia muito cansada, 'como eu queria'. Quando me viu seus olhos se espantaram, talvez por não me esperar tão cedo( "Acredite querida eu sou imprevisível" )ela voltou em si balançando a cabeça e recolhendo as verduras vindo em minha direção.Bella- Ola senhor, o almoço será servido em breve.Seus olhos pareciam exaustos e não me sinto satisfeito como imaginei. Seus braços estão arranhados como se estivesse brigado com um gato.- Quero que tome banho e se arrume apresentável para almoçar em minha presença.Ela acenou com a cabeça e entrou pela cozinha comigo a seguindo, ela arregalou os olho
Bella...O almoço estava devidamente delicioso, percebi a carranca de Miguel se desfazendo, essa era minha chance de conversar.- Espero que a viagem tenha sido boa, voltou antes do previsto.Miguel- Isso tudo é saudade...? Disse com uma sombrancelha erguida.Óbvio que não iria concordar, que é melhor ele sendo bipolar do que aqueles seus amigos que me davam frio na espinha.- Onde está seus "amigos"?Miguel- Por que a pergunta? Eles já foram, queria se despedir.?- NÃORespondi rapidamente, Miguel parecia me avaliar.-E dona Graça não veio, ? Ela esta bem? Miguel- Como pode ver não, e você está muito faladeira, gosto de comer em silêncio.Terminava o almoço em silêncio, pensando nos meus afazeres e onde eu iria dormir essa noite. Miguel era definitivamente bipolar às vezes me tratava como uma pessoa normal e mudava radicalmente para sua postura fria, o que me leva a pensar que nunca vi seu so
BellaMe despertei de tardezinha e na base do susto, olhando em volta pude perceber que estava no quarto de Miguel, ele não estava presente e eu não conseguia me lembrar de nada e nem de como vim parar aqui. Me levantei ainda sonolenta precisava preparar o jantar, mas a preocupação do que estava fazendo aqui me fazia sentir medo, toquei meu corpo por cima do vestido nada parecia dolorido, apesar de estar muito cansada pelo grande esforço de ontem e hoje com a noite mal dormida. Sai de fininho do quarto onde não vi a minha mala. Passei pela sala e também não estava lá o meu quarto ainda estava trancado então voltei para cozinha na esperança de encontrar com Graça, mas apenas encontrei Miguel tomando café, ele me olhou de cima embaixo e nada disse. O silêncio era torturador pois não imaginava o que ele estava pensando e nem se ele sabia onde eu estava.Miguel- Descançou o suficiente, pois acredito que a janta não ficará pr
BellaAssim que soube a probabilidade de Graça já ter chegado, escovei os meus cabelos rápido, lavei o rosto, e fiz minha higiene, corri para fora do quarto em direção a cozinha, mas não havia ninguém. Então puis a água para ferver e fui com um balde dizer olá para Mimosa, recolher o leite da manhã, quando eu vi o sr José e dona Graça descendo da carroça com sorriso no rosto, minha alegria foi tanta que deixei o balde cair, e corri em sua direção para abraçá-la. Ela era como uma avó que eu não tive, ajudei descer suas coisas e guardá-las em seu aposento, para enfim prepararmos o café da manhã, ela queria saber como foi os meus dias longe de sua presença e eu gostaria muito de contar, mas não me sinto confortável sabendo que Miguel pode ouvir a qualquer momento, esperarei o momento certo para conversar com ela e pedir ajuda.Miguel chegou sentou-se à mesa como se nada tivesse acontecido sr José e Graça relatam o corpo que viram
BellaEu mau dormi a noite ansiosa, passei quase que a madrugada toda arrumando minha mala, não poderei levar muita coisa, arrumei apenas os vestidos que Graça fez para eu, simples para o trabalho do dia a dia, e dois vestidos de festa, 'se caso eu precisasse para alguma ocasião especial, ou talvez até para vender, afinal todos os vestidos comprados por Miguel são meus' foram presentes, mas o que menos eu tiver deles, melhor ! porque apesar de todo nossas brigas sua grosseria e maldades, o meu corpo traidor me fazias sentir coisas que eu não devia por ele, teus olhos azuis me faziam lembrar de coisas que não queria, como de quando passei dias na mão do monstro que hoje sei que é um homem, e graças a Deus fui liberta viva e sem mais sequelas.Agora estou aqui saindo na ponta dos pés sem fazer um resquício de barulho, pode-se ouvir até os grilos no jardim e a coruja que passeava pela varanda. Levei minha mala até a porta dos fundos da cozi
BellaAssim que passei pela porta e o sino fez o barulho de um cliente chegando escutei os passos de uma senhora com aparência carinhosa de vó ela olhou para mim em espanto passou as mãos em seu avental como você limpasse de alguma sujeira e disse:Lurdes- Oh! minha querida, que prazer reve-la em que posso lhe ajudar hoje.?Assim que sua frase terminou ela viu a mala em minhas mãos, seus olhos arregalaram, esperava por uma resposta da qual eu não tinha para dar. Só agora eu me dei conta de que estava sozinha em uma cidade estranha, e que Dona Lurdes apenas fez um trabalho para mim quando eu paguei por ele, é às vezes Gleice tem razão a minha ingenuidade não me faz ver os possíveis erros nos planos, se Lurdes não me ajudar ao menos encontrar um lugar para passar a noite ou um quarto de aluguel o que será de uma j
BellaUma semana se passou e consegui alugar um pequeno, na verdade pode-se dizer uma minúscula casa com um quarto um banheiro é a cozinha apenas. O menino sem nome do qual hoje eu o chamo de Gabriel gostou muito de mim, e dos meus bolos. É uma alegria imensa poder proporcionar um sorriso sincero de uma criança que já sofreu tanto na vida. Em uma semana dividindo quartinho de dona Lurdes comigo, e eu ganhei sua confiança. Hoje é o primeiro dia em que sairei para vender meus pães e bolos, apesar do povo ser metidos, é uma cidade relativamente grande eu tenho chance de ganhar o paladar de muitos. Às vezes Gabriel me acompanha, outras vezes fica com com Dona Lurdes, é uma criança muito pequena mas já muito independente e esperto, ele entende o que a gente fala só não entendo porquê não fala, não tenho condições de levá-lo ao médico especializado para saber se é alguma doença ou psicológica, mas apenas de ver sua