CAPITULO 02

BARAN CELIKKOL

Dou uma olhada longa e severa para o relógio em meu pulso, constatando que ainda faltam 15 minutos para chegar em casa. Embora tenha sentido falta da pequena faladeira e da minha mulher, jamais poderia deixar-me desviar do meu grande objetivo. Com a volta de Mel às aulas e, ainda mantendo todo um cuidado com a sua saúde, tive que deixá-las em New York, mas desta vez, além de Alex, mesmo sem terem conhecimento, aquela que para alguns é somente uma das funcionárias encarregadas de ajudar a cuidar de Melanie e agora namorada do homem, o qual tem minha total confiança, foi infiltrada ali com a finalidade de protegê-las a qualquer custo, pois estando sob a proteção de Natasha e Alex, sei que as duas estarão em segurança e mesmo que se não fosse pelos dois, quem ousar fazer algo contra elas, vai conhecer de verdade quem é Baran Celikkol.

O caminho trilhado até aqui acabou tendo alguns obstáculos, porém, nada que seja suficiente para me deter. Para os desgraçados dos traidores, de nada serviu o fim do maldito do Massimo, pois deveriam saber que ninguém cruza o meu caminho e sai ileso. Foi o que aconteceu dias atrás, quando algumas ervas daninhas surgiram dentro do império mafioso. Senti o ódio me incendiando ainda mais por dentro e meus pulmões estavam em ebulição ao saber que além de Jasper, Peter também estava envolvido no esquema de desvio das mercadorias com destino a Itália. Entretanto, ao sair para mais uma caçada, a fera do meu interior parecia um tigre faminto e só teve sua fome saciada, assim que arranquei os órgãos internos dos infelizes com as minhas próprias mãos, porém, o cheiro de sangue fresco fez com que as trevas assumissem total controle do meu corpo, acordando algo muito mais sombrio, causando-me um forte desconforto, ao ponto que ao voltar para casa e adentrar o meu quarto, meus pulmões ainda funcionavam aos espasmos. Algo começou a me queimar por dentro, fazendo todos os meus demônios despertarem e tudo que via em minha frente se resumia em uma intensa escuridão, mas em meio a toda aquela obscuridade, o cheiro inebriante da minha mulher, invadiu minhas narinas, assim como a imagem do seu rosto angelical surgiu como um forte clarão em minha frente.

— Senhor!

As lembranças se perderam com o som que repercutiu no espaço.

— Já iremos aterrissar.

Esboço um sorriso pela expectativa de que logo estarei junto daquela que é a única capaz de satisfazer-me por inteiro. Instantes depois, assim que a aeronave pousou, ao sair dela, toda uma movimentação aconteceu a minha volta e em passos largos avanço para dentro do ambiente. Segundos deram lugar a minutos que foram o suficiente para que eu viesse a atravessar os corredores e ao adentrar a sala de estar, o barulho que ecoou no ar, acabou chamando a minha atenção e novamente com passadas apressadas, comecei a caminhar chegando em frente à porta da brinquedoteca e ao abrir a porta, o som irritante daquela porquinha chata era predominante no espaço. Entrei no cômodo e o pequeno anjo que tinha o olhar grudado na tela notou a minha presença, eu senti meu corpo ser tomado por uma sensação sublime de paz e plenitude assim que o par de olhos azuis, mais cheio de magnetismo que já tinha visto na vida, ficou cravado na direção do meu rosto.

— Papai você chegou — disse e rapidamente se levantou e veio correndo, ao acabar com a pouca distância, a pego em meus braços e a sapeca começou a distribuir beijos no meu rosto.

— Eu estou morrendo de saudades, papai — aquela última palavra acabou se tornando algo que ao ouvir, sempre deixa meu coração agitado e embora ainda ostentando uma expressão um tanto fechada, eu confesso que gostava daquilo, pois alguém jamais havia me amado de uma forma tão verdadeira e pura. Um amor que estava visível em cada gesto e em seus olhos que brilhavam ainda mais ao estar em minha presença.

— Achei que iria ganhar um abraço mais apertado — digo e seus pequenos braços se enroscaram em volta do meu pescoço.

— Eu amo muitão você.

— Você é a minha princesinha.

Dou um beijo no meio da sua testa e vendo que ela desviou o olhar para tv, onde a tal Peppa Pig, estava com um balde em mãos, colhendo flores, que segundo a dita cuja iria fazer perfume. Ciente que tinha uma grande concorrente, já que Mel parecia amar essa criatura chata, resolvo perguntar algo antes de deixar o ambiente.

— Onde está a sua mãe?

— Ela foi tomar banho e a vovó Nanda foi ao quarto pegar o celular que ela esqueceu — ela fez uma pausa e continuou. — Pode ir ver a mamãe, eu já sou mocinha e vou ficar aqui com a vovó.

Seu rosto foi envolvido por um largo sorriso, me deixando sem reação assim que dei um beijo na sua cabecinha cheirosa e ao colocá-la no chão, começou a pular dizendo.

— Peppa, logo vou ser como você. Vou ter um irmãozinho.

Saio do pequeno estado de estupor e ao deixar o cômodo, me vi questionando como alguém tão pequena podia ser tão astuta. O trajeto até o meu quarto foi feito numa velocidade que mais parecia que eu estava correndo para disputar uma olimpíada, quando entrei no recinto que estava vazio, o barulho do chuveiro me deu a certeza de que ela estava realmente no banho. Fui logo retirando as minhas roupas, ficando somente de cueca e segui para o toalete. Quando entrei no cômodo, ela estava deixando o box, enrolada somente com uma toalha em volta do seu corpo magnífico.

— Baran! — disse assustada, mas logo se recompôs, se movendo até a bancada da pia, colocando a escova de cabelo que tinha em uma das mãos sobre o mármore e deu alguns passos como se ela fosse escapar de mim e então prosseguiu. — Enquanto você toma o seu banho, vou ver como a Mel está.

— Antes você precisa cuidar do seu homem que está faminto.

Seu rosto ficou ruborizado e seus olhos se arregalam quando abaixei a cueca. Só de imaginar que logo a posuiria, a minha excitação aumentou.

— Está gostando do que vê baby? Logo ele estará todo dentro de você.

Antes que minha presa tentasse escapar, reduzi a distância entre nós dois e com um único movimento, puxei sua toalha, deixando seu corpo nu e exposto aos meus olhos de predador, tendo a visão da perfeição em minha frente.

— Linda!

Digo e ver o jeito tímido que ela se encontrava e saber que daqui a alguns minutos, ela libertará a pequena devassa que está presa em seu interior, só me deixava ainda mais sedento.

— E... Eu não pensei que chegaria tão cedo.

— O seu homem já não via a hora de tê-la entre seus braços e, de poder explorar cada curva desse corpo magnifico e fazê-la lembrar-se de que você é toda minha. Só minha!

— A Mel estava com... — enquanto ela falava, comece a empurrá-la até o móvel, pressionando o seu corpo contra o balcão, em seguida comecei beijá-la com vigor, introduzindo a minha língua em sua boca, meus lábios devoram os seus e aos poucos, ela assim como o esperado, foi cedendo, enfiando suas mãos úmidas em meus cabelos. Quando senti que sua respiração estava ofegante, afastei a minha boca da sua, os olhos azuis ficaram em chamas e eu a faria minha de todas as formas possiveis, pois Elisabete Evans era perfeita para mim e seria minha para sempre, só minha.

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