Quando Anna voltou ao escritório, a culpa a atingiu como uma tempestade. Ele havia partido o coração de Ivan da maneira mais cruel, mas no fundo sabia que era a coisa certa a fazer. “Eu não poderia continuar alimentando suas ilusões”, pensou enquanto seus passos ecoavam pelos corredores. Ivan merecia a verdade, por mais cruel que fosse. O pior teria sido deixá-lo continuar acreditando em algo que nunca poderia acontecer. "Não há esperança, nunca houve"Ele suspirou cansado, tentando se concentrar em sua próxima pergunta. No entanto, pouco antes de chegar à porta, um arrepio percorreu sua espinha. Ela parou abruptamente, sentindo como se alguém a estivesse observando. Ele se virou lentamente, examinando cada canto do corredor vazio. "Alguém está me seguindo ou sou apenas eu sendo paranóico?", ele pensou enquanto seu coração batia forte. Mas não vendo ninguém, ele balançou a cabeça e decidiu continuar seu caminho. "Deve ser apenas minha imaginação."Já em seu escritório, o ar de res
Um barulho infernal ecoou na entrada do hospital. Dezenas de mulheres, a maioria jovens, reuniram-se em redor, gritando insultos enquanto seguravam ovos, farinha e qualquer objecto que pudessem atirar ao ar. Seus olhos, cheios de raiva, estavam fixos em uma única figura: Anna.- Sem vergonha! Quebre lares! —gritou um deles, erguendo um ovo na direção de Anna, pronto para jogá-lo.Anna, perplexa, mal entendia o que estava acontecendo, enquanto os guardas tentavam manter o caos sob controle. Mikhail, desesperado, moveu sua cadeira de rodas com uma velocidade que ele não achava possível em seu estado. Na tentativa de protegê-la, ele se virou violentamente e, com mão firme, puxou-a para seu colo.—Mikhail, não! Eu não quero machucar você! —Anna protestou, empurrando-o gentilmente, mas ele a segurou com força.—Não vou deixar que te machuquem mais, Anna. “Não vou deixar você ir”, respondeu ele, ele, determinado, foi acusado de fúria contida. Os gritos não pararam. Um após o outro, os ovos
"Deixe comigo", respondeu Sergei.Mikhail, ardendo de raiva, dirigiu-se ao escritório de Maria como um vendaval. Abrindo a porta, ele a encontrou rindo sozinha, saboreando sua vingança.—Quero uma explicação agora! Mikhail rugiu, com os olhos cheios de fúria. María, surpresa com a brusquidão, levantou-se da cadeira.—O que diabos há de errado com você, Mikhail? —ele se defendeu—. Não sei do que você está falando!—Não me faça cara de idiota! —gritou, aproximando-se—. Sei perfeitamente que você está por trás de todo esse escândalo.—Você não tem o direito de me culpar por nada. —María tentou manter a compostura, mas sua voz traía o medo que ela começava a sentir.—Você ultrapassou um limite, María. Você atacou Anna diversas vezes, no passado eu te perdoei porque estava confuso, mas dessa vez eu juro que não vai ficar assim. Você vai pagar por tudo que fez.Maria, sentindo seu controle escapar, começou a chorar histéricas, tentando manipulá-lo mais uma vez.—Você destruiu minha vida! V
Mikhail tinha sido meticuloso em cada detalhe naquele dia. Ela fez questão de pedir à empregada que saísse mais cedo, com a desculpa de que Anna não queria estranhos em casa. Foi um pedido suave, mas firme, como se tudo estivesse sob seu controle, quando na verdade ele estava com muita raiva.Enquanto isso, Tatiana assumiu a responsabilidade de preparar o jantar para todos. Ele sabia que a tensão na casa era incômoda, então decidiu preparar algo simples e rápido. “Bife grelhado com legumes e molho branco”, murmurou enquanto tirava os ingredientes da geladeira. Ao verificar a cozinha, percebeu que faltava alguma coisa e, depois de olhar as prateleiras, sorriu ao ver o tempero que precisava. Estava numa prateleira alta, mal ao alcance de seus dedos, então ele se inclinou para frente, esticando-se o máximo que pôde.De repente, ele sentiu uma presença atrás dele. Antes que ele pudesse reagir, uma mão firme baixou a garrafa e entregou-a a ele. Ele se virou rapidamente, ficando cara a
Mikhail parou de pensar naquela conta imediatamente. Tudo o que o preocupava naquele momento desapareceu; Ele não poderia se importar com nada além de Anna. Ele se sentia incapaz de se concentrar em qualquer outra coisa que não fosse a mulher em sua mente e coração. Respirando fundo, pediu ao gerente do hospital que entrasse em contato com Olga. Ele lembrou como ela sempre ajudava algumas instituições com doações ou custeava tratamentos médicos para pessoas necessitadas, tudo para obter uma reputação de benevolência. Ele sabia que sua mãe adorava chamar a atenção com essas doações e, em sua mente, presumia que essa conta também deveria ser coisa dela.—Ficamos assim, Sergei. Você cuida do que está faltando. "Obrigado por tudo", disse Mikhail enquanto se apoiava na porta do banheiro, seu corpo exigindo uma pausa que ele ainda se recusava a fazer. Após se despedir, entrou no chuveiro que havia sido preparado para ele, foi libertador, poder tomar banho sozinho, a água quente, o ajudou
A expressão de Anna mudou imediatamente e ela começou a rir como se tivesse ouvido a piada mais engraçada do mundo.“É a mentira mais absurda que já ouvi”, respondeu ele, rindo, incrédulo.Mas o homem tirou uma pasta da jaqueta e estendeu-a para ela.—Aqui você verá que não estou mentindo. Minha vida está em perigo, então não tenho muito tempo, mas se você ler esses documentos com atenção, entenderá.Desconfiada, Anna pegou a pasta.“Eu disse que não tenho dinheiro”, respondeu ela, ainda insegura sobre aceitar aquele pacote.O homem, com olhos assustados, balançou a cabeça.—Não estou mais interessado em dinheiro, senhora. Agora, a única coisa que importa para mim é permanecer vivo. Por favor, não jogue fora meu esforço. Estou arriscando minha vida por isso.Naquele momento, as portas do elevador se abriram. O homem fugiu antes que Anna pudesse reagir.Curiosa, embora seu instinto estivesse gritando para que ela não o fizesse, ela abriu a pasta. Entre os papéis encontrou uma carta aut
—Então o que é? Diga-me o que está acontecendo para que eu possa ajudá-lo. Eu não quero ver você chorar. "Me mata ver você assim." Sua voz era uma mistura de preocupação e culpa. Eu faria qualquer coisa por você.Mikhail tentou pegar a mão dela, mas Anna imediatamente a puxou, apavorada. Essa reação o alarmou ainda mais.“Eu quero saber a verdade...” Anna finalmente disse, quebrada mas firme, entregando-lhe os documentos. Por que você me rejeitou no começo? É por causa disso? Você sabia disso, certo? O que diz aqui...Mikhail pegou os papéis e, enquanto lia, seu rosto endureceu. Eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Tudo girava em torno dele, e sua mente recusava-se a aceitar a realidade que aqueles documentos lhe apresentavam.—Isso... isso é um testamento. Diz que você é filha e herdeira do meu pai... —sua voz falhou—. Mas isso não pode ser verdade. Simplesmente não pode ser!—Você não pode ser filha do meu pai. Eu não vou aceitar isso. Isso é obra da minha mãe, deve ser a
Anna chegou em casa com a alma quebrada, incapaz de conter a tempestade emocional que a consumia. As lágrimas já não eram suficientes para aliviar a dor que a sufocava. Trancou-se em seu quarto, fechando a porta com um baque surdo, como se tentasse fugir de um mundo que agora lhe parecia cruel e incompreensível. Ele caiu de bruços na cama, abraçando desesperadamente o travesseiro, como se fosse sua única salvação naquele mar de sofrimento. Seu coração transbordou de lágrimas silenciosas, e cada soluço ecoou no quarto vazio, amplificando sua solidão."Por quê?" ela sussurrou, afogando-se em seu desespero. Desta vez, a dor foi mais devastadora do que na primeira vez que perdeu Mikhail. Agora, a derrota foi definitiva. Eu o havia perdido para sempre. Um amor condenado antes de florescer, reduzido a cinzas por uma verdade que a destruiu. Ela se sentiu quebrada, acabada de uma forma que nunca havia experimentado. A descoberta de que Mikhail era seu irmão destruiu qualquer esperança. O am