TâniaFui correr de manhã, e quando voltei, as pessoas me olhavam de maneira estranha.Não precisava de magia para saber que a notícia de que o Alfa havia encontrado sua companheira predestinada já tinha se espalhado.Léo não tentou esconder a atração entre ele e Amanda. Fiquei me perguntando se os membros da Matilha estavam felizes por saber que seu Alfa seria mais forte agora que havia encontrado sua companheira predestinada.Me perguntei se eles estavam preocupados comigo, com a dor que eu teria de suportar, uma dor que, eventualmente, poderia me enlouquecer.Honestamente, me perguntei de que lado eles estariam.Corri entre os membros da Matilha e voltei para minha casa.Léo estava tomando café da manhã. Eu não tinha falado com ele e não pretendia fazer isso, porque não tinha nada a dizer.Fui para o quarto tomar um banho e me vestir para o dia; tínhamos uma reunião para participar juntos.Por mais que eu preferisse não ir, havia prometido à Luna Alana que estaria lá.Ela era a pess
TâniaEu não falei com Léo durante toda a viagem.Toda a tentativa que ele fez de falar comigo foi barrada pelo meu silêncio. Quando chegamos em casa, fui direto para o quarto.Nossa casa tinha quatro quartos. Escolhemos a casa para que nossos filhos tivessem um quarto cada um para si, mas isso não seria mais o caso. Fiquei me perguntando em qual dos quartos seria pedida para me mudar quando Amanda se mudar.As palavras de Lívia continuavam na minha mente, e assim como as dela, eu sabia que minha cama logo estaria fria.— Tânia, por favor. — Léo disse, me seguindo até o quarto.— Por favor, Tânia. — Ele implorou, e eu me virei para olhá-lo.— Por favor, o quê? Todos estão falando sobre isso, Léo. Você me humilhou na festa. E daí que ela é a sua predestinada? Você tinha que deixar meu lado, ir para a varanda e se beijar com ela? Você sabe o que significa autocontrole? — Perguntei, e ele abaixou a cabeça.— O sentimento foi avassalador. — Ele disse, e eu ri.— Melhor ir para a Matilha da
TâniaOutro mês se passou, e as coisas só pioraram entre Léo e eu. Ele nunca mais passava tempo comigo e parecia ter milagrosamente se mudado do nosso quarto.Eu já via tudo acontecendo, mas isso ainda me incomodava.Ele a levou junto para os compromissos para os quais foi convidado e me disse para cuidar da Matilha. Eu estava trabalhando na minha saída, então continuei me dizendo a mim mesma que só demoraria um pouco mais.Eu frequentemente olhava para o meu pescoço, onde a marca dele repousava, e sentia vontade de limpá-la. Eu odiava tanto vê-la que sempre cobria a área. Minhas lágrimas já haviam se esgotado.Algumas Lunas me procuraram para me dar apoio, enquanto outras parabenizavam Amanda; ela ainda não havia sido nomeada Luna, e eu sabia o porquê.Amanda era médica, e não estava treinada para batalhas. Nomeá-la Luna significaria que ela teria que assumir todas as minhas responsabilidades, incluindo a liderança nas batalhas. Acho que a vida dela era importante demais para isso. Eu
Tânia— O que o Alfa da Matilha da Floresta Esmeralda está fazendo aqui? — Perguntei mentalmente a Lívia, e ela resmungou.— O Caio acha que nossa região precisa fazer uma aliança com eles para lutar contra o Senhor dos Lobos. — Explicou Lívia, e eu franzi a testa.— Não seria procurar encrenca? — Falei, e ela balançou a cabeça.— Eu acho que sim, mas os Alfas não. Você não compareceu à última reunião, então perdeu o Chauvinismo. Eles estão se unindo para levar a luta até o Senhor dos Lobos. Disseram que o nosso mundo seria melhor sem ele. Ele dominou toda a região norte e oeste. — Disse ela.Olhei na direção do Alfa Davi, que estava parado pacientemente, esperando eu terminar a conversa com Lívia.— Vou pensar sobre isso. — Falei, e ele parecia surpreso com a minha resposta. Não esperava que eu dissesse "não".— Então, vou esperar pacientemente até que decida. — Ele fez uma reverência e se afastou. Consegui ouvir o rugido de Léo em minha mente.— Eu vou te dar uma surra quando chegarm
O gesto dele me fez rir. Peguei a rosa que ele me ofereceu e a cheirei suavemente, mantendo os olhos fixos nele.Seus olhos azuis eram brilhantes e me causaram borboletas no estômago.Ele se levantou e estendeu as mãos para mim.Eu não hesitei em pegar suas mãos.Ele sorriu para mim e me conduziu até a pista de dança.— Você está deslumbrante, Luna Tânia. — Disse ele, e eu lhe agradeci.— Fico encantado que uma mulher tão bonita como você tenha aceitado dançar comigo, Tânia. — Ele disse e me puxou para seu peito.Eu permiti.Fazia mais de um mês que eu não era tocada delicadamente assim. Ouvi os rosnados de Léo na minha cabeça, mas Camila e eu estávamos ocupadas demais aproveitando o momento para nos importar com isso.— Eu gostaria que fôssemos amigos. — Disse o Alfa Davi. Olhei para ele, tentando descobrir se estava brincando, mas percebi que ele não estava.— Como podemos ser amigos se você não é daqui? — Perguntei. Ele sorriu, exibindo uma dentição perfeita.— Eu ficarei aqui por u
— Não desrespeite nenhuma mulher à minha mesa, Alfa Léo. — Advertiu Alfa Davi. Ele tentou se acalmar, pois não ousava responder.Caio se juntou a nós, e Marco, o marido de Alana, também. Eles me olharam com desgosto, mas não ousaram falar.— Onde está a Lívia? — Perguntou Caio.Eu não respondi, e Alana também não.— Onde está minha esposa? — Perguntou ele a Alana, e ela deu uma risadinha.— Não seja desrespeitosa, Ave. — Disse Marco. Desde que Alana me contou que ele a agredia, perdi o respeito por ele.— Não sei. Não é como se você se importasse, de qualquer forma. — Respondeu ela, e Marco rosnou.— Chega dessa bobagem. — Avisou calmamente Alfa Davi, e eles ficaram quietos.Logo Amanda começou a se sentir mal, e Léo teve que levá-la para casa.Ele tentou me convencer a ir com eles, mas eu recusei.Disse a ele que duvidava que Amanda quisesse minha presença no mesmo carro. Ele não teve outra escolha senão ir embora. Mas eu pude ver o medo nos seus olhos.— Por favor, volte para casa, T
Tânia— Não precisa. — Respondi, e ele se aproximou, olhando nos meus olhos. Eu sabia que ele estava sofrendo, mas a dor dele não se comparava à minha.Ele estava do lado que ganhava.— Não consigo te deixar ir, Tânia. — Disse ele, colocando as mãos suavemente nos meus ombros.— É normal desistir de uma situação e de alguém que você não entende, Tânia. Eu entendo sua raiva e por que você vai flertar com o Davi. Sei que você tem uma razão forte para desistir de nós, mas estou te pedindo para me dar uma chance. Sei que podemos fazer isso funcionar. Estou disposto a fazer qualquer coisa por você, Tânia. Sei que estou errado, mas me diga o que fazer para te manter. Farei qualquer coisa para te manter, Tânia. Eu estava esperando que você pudesse me ensinar como. Vou aprender a ser uma pessoa melhor para você, por favor. A Amanda estava além do meu controle. Me desculpe. Você sabe que tentei. Por favor, Tânia. — Ele implorou com lágrimas nos olhos.Léo se ajoelhou e me abraçou pelas pernas.
Léo foi quatro rodadas comigo naquela noite até que eu não aguentasse mais. Me perguntei de onde vinha aquele fogo. Me lembrou os velhos tempos. Tempos que eu sabia que haviam ido embora para sempre.Acordei. Para minha surpresa, Léo estava deitado ao meu lado na cama.Lágrimas se acumularam nos meus olhos, e eu quis chorar. Houve um tempo em que eu acordava todas as manhãs com a visão dele, antes de sair para minhas corridas. O destino havia destruído minha vida completamente, e eu duvidava que algum dia seria feliz novamente.Levantei-me e coloquei meu roupão para cobrir o corpo quando, de repente, alguém começou a bater na minha porta.Eu sabia que era Amanda. O que ela queria? Eu nunca bati na porta dela. Por que ela estava batendo na minha?Léo acordou abruptamente e me olhou.— Bom dia. — Ele disse, e a batida veio novamente. Ele me olhou, sem saber se deveria abrir a porta ou não. Eu queria vê-lo lutar com isso.Ele acabou se levantando e foi até a porta.Abriu-a, e Amanda entro