Raylon PeresAcordei cheio de dores nas costas, pois dormi ao lado da minha mãe na cadeira. Os médicos me disseram que eu poderia ir para casa, mas eu preferi ficar com ela.Nesses meses que estamos aqui, foi bom para poder resgatarmos os laços de mãe e filho, embora eu sinta falta das minhas meninas.Como minha mãe ainda estava dormindo, me levantei e fui tomar café. Olhei o relógio e resolvi ligar para Mellory para saber como ela está. O telefone tocou algumas vezes até que finalmente ela atendeu."Bom dia, pai", nossa filha atende o celular, o que é estranho."Oi, filha, bom dia. Onde está a sua mãe?" - Pergunto curioso."Ela... tá tomando banho." - Não entendi o motivo que a fez pensar tanto para responder uma simples pergunta. Ao fundo, ouvi a voz de Mellory e logo ouço a sua voz."Oi amor", ela me cumprimenta."Oi, minha linda. Como você está?""Nessa e eu estamos bem, na medida do possível. Mas e você e Meridiana, como estão?""Estamos indo."Ficamos conversando por um tempo at
Eu não conseguia parar de chorar, nem nos meus melhores sonhos, imaginei vivenciar um momento como este."Eu te amo, Mel. Gostaria de estar aí com vocês.""Em breve estaremos juntos" - notei que ela estava tomando um líquido de cor âmbar na mão, será que ela está bebendo?"Mellory, você está grávida e bebendo?" - ela revirou os olhos."Estou bebendo refrigerante, seu chato. Me deixe em paz" - todos começaram a rir.Ficamos conversando por um bom tempo e depois cantaram parabéns para mim. Como amanhã, no caso hoje, é sábado e ninguém iria trabalhar no dia seguinte, passamos a madrugada em chamada de vídeo. A internet começou a ficar instável, então me despedi do pessoal. Mel me avisou que depois precisaria conversar comigo a sós, e eu disse que tudo bem."Nossa, meu amigo, fico muito feliz por você. Espero de verdade que as coisas dêem certo para vocês" - May olhou para mim e vi sinceridade no olhar."Só me preocupa se eu serei um bom pai. Não tive muito tempo com Janessa, pois quem es
Meridiana PeresEstou farta de estar no hospital, não vejo a hora de voltar à minha rotina normal. Resolvo pegar um livro para ler enquanto fico aguardando alguma enfermeira vir e me levar para realizar mais um exame."Bom dia, Meridiana, como está nesta manhã?" - Doutor Egon perguntou com um sorriso."Estou bem, ansiosa para ir para casa.""Você já quer me abandonar" - o doutor brincou e eu fiquei sem jeito. "Vamos lá para mais um exame.""E eu tenho escolha?" - digo revirando os olhos e ele deu um sorriso. Esses exames são muito desconfortáveis, mas eu preciso me curar.Uma enfermeira entrou e o doutor se retirou. Depois que estava preparada, fui levada até o local onde o exame seria realizado. Assim que cheguei, encontrei o doutor Andreas e a doutora Sofie."Come on, Meridiana, just a few more tests to see if you're ok, to be released.” (Vamos lá Meridiana, só mais alguns exames para vermos se você está ok, para ser liberada)- doutora Sofie diz.Doutor Andreas pediu para eu me deit
Mellory de Bragança PeresO dia começou muito bem, levantei cedo fiz minhas higienes, acordei Janessa e depois de prontas fomos para sala onde Dadá havia preparado um farto café da manhã e mesmo eu dizendo que não estava com muita vontade de comer, ela me avisou que eu deveria comer nem que seja um pouco pelo bebê e foi o que fiz. Jasmim chegou e a chamei para comer e mesmo ela dizendo que já havia comido insisti que ela se sentasse. Olhei para Janessa e ela estava mais quieta que o normal, perguntei a ela se estava tudo bem e mesmo dizendo que sim, preferi pegar o termômetro e medir a sua temperatura que aparentemente estava normal."Filha, tem certeza que você está bem?" - Perguntei a ela pela terceira."Sim, mãe" - ela continuou tomando seu suco de laranja, ainda bem que ela está ficando na empresa comigo, pois assim fico mais tranquila.Após o café fomos para empresa, assim que chego já descobri que havia um problema no setor de qualidade, deixei Nessa e Jasmim na minha sala e fui
Já tinha passado uma hora e nada de uma informação de Janessa. Eu já estava aflita e, para piorar, não podia contar para ninguém porque era de madrugada. As horas passavam e nada. As lágrimas teimam em rolar dos meus olhos e, em meio a essa aflição, começo a fazer uma prece silenciosa para que ela se recupere.Uma enfermeira passou e a chamei, mas ela não sabia me informar nada. Estava preocupada até que vi a doutora Alice."Doutora, por favor, me conta o que está acontecendo?", ela olhou para mim."Venha até a minha sala, precisamos conversar urgentemente."Ao ouvir essas palavras, eu senti o meu coração acelerar. Assim que entramos em seu consultório, ela me pede para sentar."Vou ser bem franca com você, Mellory, o LLA está um pouco mais agressivo.""E o que temos que fazer?", pergunto a ela, que suspira."Ela precisará fazer quimioterapia." Uma lágrima escorre dos meus olhos."Essas coisas são dolorosas e cansativas, não é? Ela vai sofrer? Acho que o transplante é mais rápido.""I
Raylon PeresAssim que encerro a ligação com Dadá, fico olhando para o nada por um bom tempo. Mais que porra, deixei a minha mulher sozinha para lidar com tudo. Nem pensei muito quando vi, já estava de volta no hospital."O que já está fazendo aqui, filho? Sentiu saudade?" - Ela perguntou, mas quando viu meu semblante, ela se assustou. "O que foi, meu filho?""Mãe, eu preciso voltar para o Brasil." - Ela olhou para mim e ficou esperando que eu prosseguisse. "Dadá acabou de me ligar e avisou que Janessa está internada em estado grave. Infelizmente, não posso ficar aqui e deixar Mel lidar com tudo sozinha.""Pode ir, meu filho. Já estou bem melhor, e é com a sua família que você deve ficar.""Eu vou, mas volto." - Dou um beijo nela e voltei para o apartamento. Arrumei a minha mala e liguei para Mayla e avisei que precisava voltar para o Brasil. Pedi a ela que nesse meio tempo ficasse de olho na minha mãe.Consegui comprar a passagem e já fui para o aeroporto, mesmo sabendo que dormiria
Mellory Bragança PeresNo dia seguinte Raylon quis ir para a empresa comigo, e meus pais foram para o hospital com Dadá. Eles nos disseram que qualquer novidade passariam para nós, e os agradecemos por isso. Durante o trajeto para a empresa, fomos conversando a respeito de Janessa. Ele me diz que quer conhecer Angélica, e digo a Ray que podemos marcar alguma coisa lá em casa."Mas você estará cansada, amor." - Raylon olhou brevemente para mim."Não, eu preciso me distrair um pouco. Essa situação em que Janessa se encontra tem me tirado o sono.""Você precisa se acalmar e confiar que tudo dará certo. Eu já te disse isso." - Ray sorriu confiante, e eu retribuí o sorriso, embora esteja com muito medo de algo ruim acontecer. "Se você diz que não irá se cansar, tudo bem. Podemos fazer alguma coisa lá em casa."Acabei me lembrando que não avisei aos meus amigos sobre o estado de Janessa, pois tudo aconteceu tão rápido que acabei me esquecendo mesmo. Peguei o celular e liguei para as minhas
"Mellory, você precisa parar de ser relapsa." - Raylon estava chateado comigo."Mas o que você quer que eu faça se não sinto fome?" - De uns tempos pra cá, meu apetite deu uma boa diminuída, o que é estranho até para mim, pois eu sou muito fã de comida."Mesmo assim você deveria tentar comer, mesmo que seja apenas um pouco. É muito importante a alimentação na gestação, eu li isso em algum lugar na internet. Desculpe parecer chato, mas eu só quero o bem de vocês, assim como eu quero o de Janessa, mesmo que você esteja pensando o contrário no momento." - Ele diz isso, pois discutimos na noite anterior depois de fazer amor, e o motivo era a cirurgia.Raylon ficou um bom tempo reclamando comigo e só parou quando chegamos no restaurante. Sei que ele está certo, mas bem que Ray podia me entender um pouquinho, pois as coisas andam difíceis para mim. Fizemos os nossos pedidos e enquanto aguardávamos, liguei para Meridiana para saber como ela estava. O telefone tocou algumas vezes, e no quinto