Raylon PeresNão sei por que estava apreensivo com a saída das meninas, por mim Mel e Nessa não iriam, só que não queria que ela pensasse que eu queria podá-la ou trancafiá-la dentro de casa. Sempre que eu podia ligar para Mel, eu fazia. Quando percebi que estava importunando elas, decidi ligar a televisão para me distrair, só que sem sucesso, nada me distraía. Já estava procurando outra coisa para fazer quando minha campainha tocou. Me levantei para atender."O que tá fazendo aqui, Joca?" Pergunto a ele sem entender, já que não havíamos marcado nada. Joca entrou sorrindo e me entregou duas sacolas cheias de latas de cerveja. "Pra que isso?""Pra enfeitar, que não é. Vim ficar com meu mano, soube que você está solitário e enchendo o saco das meninas", ele sorri, mas eu percebo que Joca também não está bem."Quem te disse que estou solitário? Outra coisa, por que está com essa cara de enterro?""Ah, mano! Nem te conto.""Temos muito tempo", digo balançando as sacolas que ele me deu.Jo
Celina MagalhãesQuando a ambulância partiu, fiquei com os policiais e fiz o B.O, contei todo o ocorrido nos mínimos detalhes. Eles me pediram para dar uma descrição dos bandidos, e foi o que eu fiz. Após meu depoimento, os policiais quiseram me levar para o hospital na viatura, mas o casal que permaneceu aguardando disse a eles que me levariam."Não vai ser incômodo?" Perguntei a eles."Não mesmo, a menos que você queira ir no carro da polícia." A moça diz com um sorriso, e eu estremeço. Lembrei da voz da minha falecida mãe dizendo para eu nunca entrar no carro de polícia.Agradeci a eles e entrei no carro. Durante o trajeto, descobri que o casal se chama Fernanda e Lucas. Eles tentavam me distrair, pois viram o quão aflita eu estava. Naquele meio tempo, fizemos uma amizade."Vai ficar tudo bem com a sua amiga, você vai ver." Fernanda disse, olhando para mim com carinho."Espero que sim." Meu olhar estava perdido. Minha amiga estava tão feliz, e agora aconteceu essa coisa.Fiz uma pr
João Carlos (Joca)Quando Celina chegou, tudo que eu queria era poder tomá-la em meus braços, mas pelo seu olhar, eu sabia que ela não queria que eu me aproximasse dela, e respeitei o seu espaço. Estávamos em silêncio, à espera de informações, quando Celina lembrou que deveríamos ligar para tia Meridiana. Ela ia pegar o celular de Mel para ligar, mas eu pedi a ela que me deixasse fazer isso. Assim que recebo a sua permissão, pego meu celular e me afasto. Não vou ligar direto para tia Meri, vou ligar para Dadá, porque sei que ela vai conseguir passar a informação a ela de uma maneira mais amena. Esperei que ela atendesse."Alô! Quem fala?" - Ela perguntou sonolenta, e eu me lembrei que ela já deveria estar dormindo."Dadá, sou eu, Joca.""Joãozinho, tudo bem, meu filho?" - Ela perguntou, e neguei."Infelizmente, não, Dadá. Aconteceu uma fatalidade, e por isso estou te ligando."Ela fica aflita e pede para que eu explique tudo o que estava acontecendo, e foi o que eu fiz. Quando termine
Raylon PeresQuando cheguei atrás de informações sobre minha esposa todos me mandam aguardar, chegou uma hora que eu explodi e o médico chefe apareceu para conversar comigo."Muito prazer, eu me chamo Enrico Bernardes e sou o médico chefe e gostaria de pedir ao senhor que me acompanhasse, pois precisamos conversar", disse ele. Vou atrás dele e quando nos aproximamos, ele abre a porta e pede para que eu me sente."Senhor, estou ficando preocupado, pode por favor me dizer o que está acontecendo, como está a minha filha Janessa, minha esposa e os bebês?", perguntei, olhando para ele com pesar."Senhor...", ele hesita por um momento, esperando que eu diga meu nome."Raylon Peres", eu respondo."Senhor Raylon, sua esposa está em uma situação muito delicada. No momento, estamos tentando conter o sangramento. O problema não foi o tiro, pois ele foi de raspão, mas o problema foi a queda. Mellory apresentou um inchaço e precisamos induzi-la ao coma. Já em relação aos fetos, estamos preocupados
Quando cheguei ao quarto de Nessa, ela estava acordada e chorando baixinho. Aproximei-me dela lentamente e sentei ao seu lado."Oi, filha, o que aconteceu?", perguntei enquanto ela continuava chorando."A minha mãe morreu, não é?", ela perguntou chorando, e eu sabia que o que ela tinha presenciado poderia deixar um trauma."Não, sua mãe vai ficar bem", respondi. Ela balançou a cabeça negativamente."Eu vi o sangue dela, pai, e tinha muito... muito sangue", ela olhou para mim ainda chorosa. "Meus irmãos vão ficar bem também?", era a pergunta mais difícil de responder."Vamos torcer para que fiquem bem. Você quer conhecê-las?", perguntei a ela, que sorriu e balançou a cabeça confirmadamente.Ajudei Nessa a sair da cama e a levei até a UTI. Apontei para o local onde estavam as três bebês juntas."Pai, elas são muito pequenas", Nessa as observava de forma curiosa."Elas vão crescer", respondi, enquanto ela continuava encarando as meninas."Qual o nome delas?", ela perguntou, aproximando o
Gilvan Bragança. Marly está aperreada desde cedo dizendo que está com o peito dolorido e que acontecerá alguma coisa com Mel, eu disse a ela que era coisa da sua cabeça, mas a mulher é doida, liguei para Raylon e ele me tranquilizou dizendo que Mel e Nessa estavam em um bate volta, não sei o que isso significa. Passei para ela que mesmo assim ainda não tinha acreditado."Gil, coração de mãe é muito complicado, eu sei exatamente o que sinto." - Marly me diz olhando para mim."Mulher se acalme, a nossa filha está se divertindo com a filha e as amigas.""Ela está grávida." - Marly me diz olhando para mim irritada."E daí? Nossa filha é bem grandinha e sabe o que faz, não se preocupe amor.""Será que eu não devo me preocupar mesmo?" - Ela perguntou."Claro que não, a nossa pãozinho de mel é maravilhosa e sempre foi muito ajuizada.""Isso é verdade." - Ela tocou o meu ombro."Vou trabalhar com Fabinho." - Dou um beijo nela e vou para o estábulo.No final da tarde eu estava muito cansado e
Meridiana PeresAcordei bem disposta, acho que em breve terei alta definitiva. Fiz o que tinha para fazer e fui para a cozinha, de onde sentia cheiro de ovos. Dadá estava preparando ovos mexidos quando a cumprimentei. Senti que ela estava estranha, mas fiquei esperando que ela me dissesse o que estava acontecendo."Eugênia, esse seu silêncio está me incomodando. Diga logo o que está havendo.""Meridiana, estou tentando buscar palavras para te dizer." - Ela sabe muito bem que tenho problemas com ansiedade e fica fazendo suspense."Simplesmente me diga, eu prefiro que seja honesta comigo." - Eu respirei fundo algumas vezes, o que estava me deixando ainda mais impaciente."É a respeito de Mel." - Ela disse, e naquele momento eu soube que havia algo muito errado."O que aconteceu com a minha pupila e nora?"Ela me contou tudo o que sabia. Eu estava prestes a ligar para Raylon quando Dadá me obrigou a me alimentar primeiro. Rapidamente tomei o meu café, e antes que ela pudesse falar mais a
Raylon PeresJá se passaram três dias e nada de Mellory acordar, o doutor da ala de trauma me chamou e pediu para me avisar que, à tarde, Mel passaria por um novo exame para ver como está a concussão dela. Agradeci ao doutor e fiquei no quarto com ela até que uma enfermeira a levou para os exames. Sentei na sala de espera e fiquei aguardando notícias até que a conversa de uma enfermeira com a outra me chamou atenção."Tadinha da bebezinha, fiquei com muita dó dela, acho que das três essa não sobrevive", uma falou e a outra concordou."Eu também acho, inclusive, você ficou sabendo que ela deu convulsão na madrugada.""Primeira vez que temos um caso de bebês tão prematuras aqui."Neste momento não pude evitar, me levantei e me aproximei delas."Oi, desculpe chegar assim, mas não pude deixar de ouvir a conversa de vocês a respeito das bebês prematuras, elas são minhas filhas, por favor, vocês podem falar a real situação delas."As duas se entreolham como se tivessem falado mais do que de