Desde a morte da mulher que amo, minha vida perdeu a cor. Eu já não tenho motivos para sorrir. O dia em que jogamos suas cinzas no mar foi um dos dias mais tristes da minha vida.Um ano se passou e revivo a dor do luto todos os dias. A dor de perder o meu Henry e a Luna. Nesse tempo, algumas coisas aconteceram.Lorenzo sofreu um pouco, mas sua vida seguiu. Ele e Silvia estão num relacionamento há 5 meses e estão bem. É bom que conseguiram seguir suas vidas.Taty continua na empresa e ficou no apartamento da Luna. Ela também está conhecendo alguém. Torço por ela, Taty é uma mulher incrível e merece toda a felicidade do mundo.Quanto à Kimberley... vocês já devem imaginar a dor dela. Ela caiu em uma depressão profunda. Não há vestígio daquela mulher que conhecíamos. Ela largou a carreira de modelo e agora vive movida a remédios fortes para acalmar-se, mas essa calma só dura enquanto os calmantes estão fazendo efeito. Desde então, estou cuidando dela. Muitas vezes pego-a chorando com div
Depois de ser enganada por Kayla, fui apagada e fiquei por um tempo desacordada. Quando recuperei os sentidos, percebi que estava em um carro em alta velocidade, e logo notei que estavam sem minhas coisas - tiraram o anel que Adrian me deu, meu relógio e minha bolsa com meus documentos.Aos poucos, consegui ver nitidamente duas mulheres no carro: uma ruiva de cabelos curtos e Vivian, que dirigia feito louca. Vivian passava entre os outros veículos numa velocidade absurda, e durante uma das curvas, ouvi-as discutindo.— Falei para ser mais cuidadosa, você sempre faz as coisas sem pensar.— a ruiva falou, e sua voz não era estranha. — Como vamos escapar, Vivian?— Cala boca, Cassidy. Se tivesse feito seu trabalho sem erros, não teríamos perdido tanto dinheiro.— gritou Vivian. Ao mencionar o nome de Cassidy, lembrei da garota que insistia em fazer a minha cabeça para me prostituir, com o intuito de proteger elas. — Mas essa ruiva desgraçada vai me pagar cada centavo.— Eu não tive culpa,
Luna narrando:Sonho...Depois de muito tempo em completa escuridão, estou em uma sala muito bonita. Vejo fotos de uma mulher tão linda, seus cabelos cacheados e seu sorriso transmitem uma gentileza, tanta ternura em seus olhos. Seguro a foto em minhas mãos e uma vontade de chorar inexplicável me atinge. Não consigo entender por que isso está acontecendo.Logo à frente tem uma foto de um homem tão lindo, seu olhar parecia estar me encarando. Fico um tempo perdida naquela imagem, meu coração dispara sem nenhum esforço. Coloco-a sobre o balcão e me pergunto quem seriam aquelas pessoas. Eu não as conheço. Ao olhá-los novamente, sinto meu peito se apertar, não sei decifrar que sentimentos são esses.Estou com uma tristeza tão grande, mas não sei por quê. Por que estou aqui? Quem sou eu?Tantas perguntas para as quais forço minha cabeça a responder, mas não sai nenhuma resposta. Passo os dedos em contorno da foto daquele homem. Seus olhos me transmitem tanta paz, tanta segurança.— Você é
Abro os meus olhos sem entender o que está acontecendo. A minha cabeça está doendo. Depois de alguns minutos, ouvindo um rapaz de cabelos vermelhos, sorri ao me ver de olhos abertos.— Meu Deus, Luna, você acordou. — Um homem fala, chorando.Um médico se aproxima e coloca uma forte luz nos meus olhos. Tento me mexer, mas o meu corpo parece estar paralisado. Tento falar, mas as palavras não saem.— Consegue acompanhar o meu dedo? — O médico fala, levantando um dedo de um lado para o outro, os meus olhos seguem o seu movimento. — Muito bem... consegue dizer o seu nome?Tento pronunciar alguma coisa e percebo que não consigo. Lanço toda a minha força para movimentar os meus braços, mas eles não me obedecem. Desespero-me ao dar-me conta de que não sei quem sou. Arregalo os olhos, desesperada, e começo a chorar. Um choro silencioso, somente os gemidos saem da minha garganta.— Luna, diga alguma coisa. — O jovem ruivo fala, segurando a minha mão e levantando-a para cima. — O que está aconte
Mais dois anos se passaram, meus filhos estão com 4 anos. Eles são um verdadeiro sucesso, várias marcas estão procurando por eles. Fomos chamados para um desfile nos Estados Unidos, estamos terminando de arrumar nossas malas. Denis vai comigo, ele disse que foi lá que tudo aconteceu e quer descobrir mais sobre quando morei lá. Ainda moramos no Brasil, fizemos algumas viagens, mas nada fora do país. Confesso que estou com um pressentimento estranho, como se algo fosse acontecer.Mesmo depois de tanto tempo, sinto saudades de alguém. Tudo que eu queria era saber quem eu era e se fui importante para alguém. Tenho gravada na minha mente a imagem dele, o homem dos meus sonhos. Quatro anos se passaram e aquele sorriso está presente todos os dias no meu subconsciente, aqueles olhos penetrantes que me fizeram se apaixonar por eles. Estou amando alguém que não conheço. Talvez ele seja fruto da minha imaginação, talvez eu precise tentar seguir em frente, mas tudo que faço é sonhar com ele, dese
Nossa, como o tempo passou! Nesses anos, algumas coisas aconteceram.Vendo como os negócios iam tomando um percurso estranho, quebrei contato com a agência Gustaman. Agora tenho a minha própria marca, "Del Luna". Sim, coloquei o nome da mulher que amo. Assim, de alguma maneira, mantenho a memória da única mulher que amei viva. Kimberley virou a minha sócia e agora trabalho com modelos infantis.Desde a morte da minha princesa, não sinto mais nada. Digo, sinto sim, sinto um vazio imenso aqui no peito. Parece que aquele homem tão apaixonado morreu junto com ela. Por mais que Fernando e meu irmão insistam em dizer que a vida continua e que preciso seguir em frente, não existe mulher que possa ocupar o seu lugar. Isso tenho certeza que nunca vai acontecer e posso ser sincero, realmente não quero. Meu amor verdadeiro entreguei apenas a ela, então, somente ela é digna dele.Depois de um ano e meio morando no mesmo apartamento que vivi os melhores momentos com ela, comprei um apartamento em o
Luna.Denis disse que vamos ficar um tempo por aqui, então a agência arrumou um apartamento. O lugar é lindo, muito bem decorado. Mesmo tentando disfarçar, desde que cheguei estou inquieta. Meu peito está apertado, minha cabeça doi de um certo jeito que não sei explicar, mas o que está apertando mesmo é a saudade. Não consigo entender de onde vem essa saudade, mas algo me diz que logo vou descobrir.Meus meninos chegaram cansados. Eles tomaram banho e foram dormir. Amanhã será o grande dia do desfile. Acho que eu estou mais nervosa que eles.Denis deitou no quarto com as crianças. Estou nervosa demais para dormir. Tomo um banho e resolvo sair dar uma volta na cidade. Quem sabe andando por aqui me lembre de alguma coisa.— Será que é aqui que você está? — Falo, me olhando no espelho.Fecho meus olhos por alguns minutos e a imagem daquele homem aparece perfeitamente nos meus pensamentos. Ando desejando encontrá-lo. Parece loucura? Sim, mas é essa loucura que me faz sorrir todos os dias.
Ele passa levemente os dedos no meu rosto para limpar minhas lágrimas e sorri.— Menina Luna, nunca existiu outra mulher na vida dele, mesmo ele achando que você está morta. Ele nunca quis se relacionar novamente. Adrian sempre disse que ninguém vai ocupar o seu lugar. Como ele dizia?... Ah, lembrei, "ninguém vai ocupar o lugar da minha princesa".— Princesa? — Pergunto surpresa. — Estranho... é assim que meu filho Henry me chama.— Ele sempre te chamou assim, quando não é minha doce Luna, ou minha ruiva. Bom, ele sempre teve apelidos carinhosos quando se referia a você.— Como consigo falar com ele?— Infelizmente, já faz um tempo que ele não vem aqui, sempre nos encontramos na rua. Eu tinha o telefone dele, porém o meu celular queimou e não lembro do número dele de cabeça.Abaixo a cabeça e suspiro pesadamente, quando penso que estou perto de uma resposta volto à estaca zero. Não sei que quando vê-lo vou continuar com ele, desde que esse homem aparece nos meus sonhos nenhum outro me