Nicole não tinha fome e não tocou na comida que a enfermeira trouxe a ela. Depois de se sentar um pouco no quarto, decidiu ir visitar Carolina. Ela saiu do quarto e perguntou a uma enfermeira, que informou que o quarto de Carolina ficava no andar abaixo. Nicole desceu de elevador e, ao chegar à porta do quarto de Carolina, estava prestes a bater quando, repentinamente, avistou através da fresta da porta um casal de meia-idade sentado no sofá ao lado da cama. Carolina tinha visitas, Nicole teria que retornar em outra ocasião.— Davi, ouvi dizer que parece ter uma mulher ao seu lado e que você é bastante atencioso com ela. Isso procede?Nicole estava a ponto de se retirar quando subitamente ouviu a voz baixa de um homem mais velho vindo do quarto, fazendo ela parar. Se seguiu um breve silêncio, e então a voz grave e indiferente de Davi ecoou:— Não.— Pai, Davi é atraente, e muitas mulheres se interessam por ele, mas ele sempre foi muito reservado. Não dê ouvidos a essas fofocas infu
Carolina queria confrontar Davi com todas as suas forças, mas, na frente de seus pais, tinha de fingir ser uma esposa amorosa.— Então, deveríamos deixá-la morrer? Davi perguntou, sem expressão alguma. Se tivesse de escolher entre Nicole e Carolina, certamente escolheria que Nicole sobrevivesse. Carolina, é claro, não queria que Nicole morresse, mas ainda assim estava furiosa com as ações de Davi, especialmente sabendo que quase tinha morrido! De repente, um pensamento ocorreu a Carolina, e ela olhou fixamente para Davi:— Você se importa tanto com ela... Davi, você está apaixonado pela Nic?...Nicole não queria ficar no hospital e decidiu receber alta imediatamente. Ela estava de pé na calçada em frente ao hospital, esperando o sinal vermelho. Um carro luxuoso branco parou à sua frente. Nicole olhou para cima e viu que a janela traseira do carro estava sendo abaixada. Vasco a olhava com um olhar zombeteiro:— Entre no carro.Nicole apertou os lábios, caminhou até o carro e ent
Por que ele está ligando?Nicole não queria atender o telefone e, casualmente, jogou o celular de lado. Após um momento, o toque do telefone parou. Davi não ligou novamente. À noite, após jantar, Nicole conversou com o roteirista sobre o script. Seu progresso no trabalho havia sido bastante atrasado. Depois da ligação, Nicole trabalhou no script por algum tempo e foi dormir cedo. Talvez por estar acostumada com a presença de Davi, deitada na cama familiar, sentia um vazio ao seu redor....Nicole dormia profundamente, ouvindo vagamente vozes ao seu redor e alguns ruídos sutis e leves. De repente, foi abraçada por um par de mãos.Assustada, Nicole acordou, abrindo os olhos enquanto instintivamente começava a se debater.— Não tenha medo, sou eu!Na escuridão, a voz profunda de Davi soou ao seu lado, e, ao mesmo tempo, os braços do homem se apertaram, colando seus corpos juntos, envolvendo ela com um cheiro familiar e agradável. Nicole ficou paralisada. Ele não estava no hospital
Nicole tremia os cílios, abrindo os olhos lentamente, apenas para ver Davi franzindo a testa, olhando ela intensamente com uma expressão tensa que era um pouco assustadora.Davi entrecerrava os olhos, seu olhar varrendo o hematoma na testa dela, uma sombra de dor passando por seus olhos. Quando as palavras chegavam à boca, o tom se suavizava:— Por que você está brigando comigo?Nicole encolheu as pupilas, fechou os olhos novamente e virou o rosto para não olhá-lo, com uma voz suave e indiferente:— Não estamos brigando, a Srta. Carolina ainda não recebeu alta, você deveria ficar com ela.Depois de esperar tanto tempo por uma frase como essa, Davi não pôde deixar de rir de frustração. Com os dedos apertando levemente seu queixo, Davi forçou seu rosto a se virar para ele de maneira dominadora:— Está zangada porque não fiquei com você ontem à noite? — Ele soltou o queixo dela e gentilmente deslizou o dedo pela ponte do seu nariz, dizendo. — Os pais da Carolina estão no hospital, foi po
Ele estava claramente sendo irracional.Mesmo tendo dado a casa para ela, como ele poderia se preocupar com uma cama?Nicole se sentia resignada. O homem que havia gritado que iria embora era o mesmo que agora queria ficar, e isso se tornava cada vez mais infantil.Eles estavam colados um ao outro, o calor do corpo dele se transmitindo para ela.Nicole ficou em silêncio por alguns segundos, um lampejo de emoção complexa cruzando seus olhos:— A Srta. Carolina ela...— Isso não é da sua conta!Davi interrompeu ela friamente, antes que ela pudesse terminar.Que mulher expulsaria seu próprio homem para fora?Somente ela faria algo assim!Merda!Ele tinha voltado por conta própria, ainda por cima carregando toda essa raiva!Davi realmente desejava estrangular essa mulher ingrata, para que ela parasse de irritá-lo todos os dias, mas, ao ver o hematoma na testa dela, se conteve.Se não fosse por ele, ela não teria sido sequestrada por Vasco. Afinal, ele a havia arrastado para essa situação.
A voz suave e sonolenta dela fez a manhã se animar.Nicole esfregou o rosto no travesseiro, não despertou e voltou a cair num sono profundo.Davi, observando sua preguiça, se riu irritado.Nicole, sem coração, que o atraía tão intensamente, por que não se responsabilizava por resolver isso?Davi estava prestes a acordar Nicole quando seu celular tocou de repente.Ele pegou o telefone com impaciência, franziu a testa ao ver o número, lançou outro olhar para Nicole, ainda dormindo, e saiu da cama, se dirigindo à porta com um semblante fechado.— O que é?Ele deixou o quarto, atendeu o telefone com uma expressão fria e começou a descer as escadas.— Davi, meus pais estão perguntando por você, venha logo, hoje minha família também vem me visitar.Carolina provavelmente estava no banheiro fazendo a ligação, sua voz era baixa e sussurrada.A resposta fria de Davi não demonstrava nenhum calor:— Hoje preciso ficar em casa com ela, não tenho tempo para ir ao hospital.— Como vou explicar isso
As empregadas estavam aterrorizadas em um canto.No restaurante, a comida e os utensílios estavam espalhados pelo chão, uma mesa de jantar cara estava partida ao meio, e vinho escarlate fluía pelo piso, criando um cenário caótico.Vasco estava sentado em uma cadeira de rodas, com uma faca de prata cravada em seu ombro, e o sangue se espalhava rapidamente ao redor da ferida.A faca, embora não fosse muito afiada, estava quase completamente enterrada em sua carne, o que demonstrava a força brutal com que Davi havia atacado.— Você realmente pensou que eu viria aqui despreparado?Vasco, aparentemente insensível à dor, segurava um revólver preto em uma mão pálida, com o cano apontado diretamente para Davi.Davi, sem piscar, olhava ele com desprezo e, de repente, soltou uma risada fria, se movendo rapidamente como um relâmpago.O coração de Nicole, já tenso, disparou de medo!Antes que ela percebesse o que estava acontecendo, a arma estava nas mãos de Davi.Com o braço baixo, ele agora pres
— Você ousa mostrar isso a ele?! — Davi apertou o queixo dela com força, seus olhos frios brilhando com um desejo possessivo violento."Mostrar o quê para ele?"Nicole parecia confusa.Após alguns segundos, ela entendeu do que se tratava e baixou a cabeça para olhar, percebendo que estava vestindo uma camisola de alças que expunha seu peito.Nicole imediatamente ficou envergonhada. Realmente, tinha sido um descuido de sua parte e não era apropriado visitar Vasco daquela maneira.Nicole disse:— Vou trocar de roupa antes de ir.— Você não vai! — Davi franzia a testa, gritando irritado, o doce afeto que ele sentia por ela um momento antes se transformando totalmente em fúria.Nicole, surpresa, disse seriamente:— Davi, eu sei que você não gosta dele, mas ele está ferido, precisamos ir vê-lo.— Eu disse que você não pode ir e ponto final! — Davi encarava ela fixamente. — Desde quando vocês dois são tão próximos? Está tão preocupada que ele se machucou? Sente tanto por ele assim?As palavr