Nicole, furiosa, lançou um olhar gelado para Vasco antes de se virar e caminhar em direção à porta. Janaína prontamente a seguiu. No quarto, Vasco permaneceu sentado em silêncio na sua cadeira de rodas, seu rosto bonito pálido se tornando ainda mais branco enquanto segurava o encosto da cadeira, suas veias salientes e tensas. Ele se virou para olhar pela janela, onde a luz do sol brilhante iluminava os cantos ligeiramente úmidos de seus olhos. Vasco levantou o punho e bateu com força na própria perna....— Nicole, para onde vamos agora? — Perguntou Janaína, alcançando Nicole.Nicole parou, puxou Janaína para um pequeno quarto ao lado e trancou a porta atrás de si, sussurrando:— Vamos nos esconder aqui por enquanto, até termos certeza de que é seguro lá fora. Depois vamos procurar Davi.Janaína concordou, hesitou por um momento e então perguntou:— E o irmão do Presidente Davi, vamos deixá-lo para trás?Nicole franziu a testa:— Você viu como ele estava agindo antes. Eu arrisquei
— Nicole, você não está mais zangada com ele? Nicole respondeu com certa resignação: — Não é que eu não esteja zangada, mas também não posso simplesmente deixá-lo morrer. As pessoas no laboratório provavelmente já sabem que foi ele quem trouxe o Davi até aqui. Todos o odeiam, e você apenas deixou aquele homem desacordado, se ele acordar, o Vasco terá problemas. Janaína queria acompanhar Nicole. No entanto, Nicole considerou arriscado as duas virarem um alvo tão evidente. Janaína deveria ficar, pois se algo acontecesse, ainda poderiam recorrer ao Davi para ajudá-la. Assim, Janaína concordou relutantemente. Nicole abriu a porta com cuidado, observando primeiro o movimento no corredor para garantir que não havia ninguém, e correu rapidamente para o quarto do Vasco. Ao chegar à porta, ela a empurrou e entrou. Ouvindo o som da porta, Vasco, com um brilho penetrante nos olhos, levantou a arma e apontou para a entrada. O que Nicole viu foi o cano escuro da arma! Ela parou na
— Tem alguém aí na frente! — Vasco abaixou a voz. — Passar pela frente vai nos expor, entremos no quarto ao lado, esses dois cômodos são interligados. Os três rapidamente entraram no quarto ao lado. De fato, havia uma porta de vidro no outro lado do quarto, que levava ao quarto adjacente.Nicole perguntou baixinho:— Quem está lá dentro?Vasco estreitou os olhos:— Se eu não estiver enganado, devem ser as pessoas que foram trancadas aqui para tratamento, mas algo está estranho.— Como assim?— As pessoas de Davi invadiram o laboratório e assumiram o controle, mas essas pessoas não estão tentando fugir. Não acha isso anormal?Nicole pensativa:— Você quer dizer que eles foram controlados.As pessoas que fugiram do laboratório pensariam em capturar Vasco como refém e, naturalmente, também pensariam em capturar essas pessoas. Nicole caminhou silenciosamente até a porta e olhou através do vidro. Do outro lado, na sala ao lado, havia cerca de vinte pessoas, tanto homens quanto mulheres,
Nicole declarou:— Não se assustem, sou Nicole. Não somos maus, viemos para salvar vocês. Fiquem aqui por enquanto, quando for seguro, poderão partir.— Nicole? Você é a garota que a família Amorim trouxe de volta? — Uma voz a reconheceu no meio da multidão.— Sim, sou eu. — Nicole fez uma pausa. — Queria perguntar a todos vocês: alguém sabe onde minha mãe está presa?Olhares se cruzaram em silêncio, e uma mulher de meia-idade, mais próxima de Nicole, estava prestes a falar, mas subitamente seu olhar se voltou, aterrorizado, para algo atrás de Nicole.— Nicole! — Janaína também voltou sua atenção para trás, com um olhar assustado.A expressão de Vasco escureceu ainda mais.Um silêncio sepulcral tomou conta do ambiente.Percebendo o perigo iminente, Nicole sentiu um calafrio. Ela se virou lentamente e se deparou com um homem cujo rosto estava parcialmente coberto de sangue, apontando uma arma para sua testa.O homem, com olhos cheios de ódio, disse:— Você foi difícil de capturar, mas f
— Ele atirou de repente, e eu não estava preparada. — Disse Janaína, com dor, falando em voz baixa."Janaína foi ferida por um tiro."Rivaldo, com um olhar sombrio, ergueu Janaína em seus braços e caminhou rapidamente em direção à saída.Os funcionários da Organização Sombra Verdejante chegaram e começaram a evacuar os pacientes da área, além de levar as pessoas dos laboratórios.Davi, com seus dedos longos, apertou a bochecha de Nicole: — Espere aqui um momento.Ele soltou a cintura de Nicole e caminhou até Vasco, notando o sangue em sua roupa, franzindo a testa: — O que aconteceu?— Não é meu sangue. — Respondeu Vasco. Davi assentiu, e Vasco continuou. — Todos foram controlados?Davi disse: — Desta vez, ainda tenho que agradecer a você.Vasco respondeu: — Não precisa me agradecer, eu não fiz isso por você.Ele tinha feito isso por Nicole.Davi, com um olhar mais frio, não disse mais nada e caminhou até onde Nicole estava.— Não pedi para você esperar lá fora? Como entrou aqui? —
Ela tinha um sentimento muito forte, não querendo se separar de Davi. Raramente mostrava esse lado tão dependente na frente de outras pessoas. Davi, incapaz de resistir aos carinhos de Nicole, ergueu os braços fortes e a envolveu, seus olhos sorridentes perdendo a frieza habitual.Ele não disse nada, apenas a abraçou, e o carinho em seus olhos quase fazia alguém se perder. Os empregados da Organização Sombra Verdejante esperavam ao lado, sem ousar apressá-los. Nicole abraçou Davi por um momento, então levantou a cabeça para encontrar os olhos escuros do homem fixos nela. Os lábios finos e sensualmente frios de Davi se mexeram levemente:— Tem algo que você quer me dizer?Os olhos de Nicole brilharam, ela falou baixinho:— Eu queria te lembrar que pode haver alguém se escondendo nas sombras, tenha cuidado.— Certo, vou lembrar disso. — Os lábios finos de Davi se curvaram em um leve arco, e ele passou a mão gentilmente por sua cabeça antes de se virar e se afastar com passos largos.
— Presidente Davi, o que aconteceu com você? — Seu empregado percebeu que sua expressão estava um pouco anormal.Ele não sabia por que, mas o sentimento de pânico estava se tornando cada vez mais intenso. Davi franziu a testa, uma ideia lhe ocorreu repentinamente, seu olhar se alterou, e ele começou a correr em direção ao outro lado do corredor.Ao chegar à porta do quarto, viu Severino sentado no chão, com Nicole desmaiada em seus braços. O rosto pálido de Nicole entrou em seu campo de visão. As pupilas de Davi se contraíram severamente, e sua mente zunia. Por alguns segundos, ficou paralisado, até que correu para frente e puxou Nicole dos braços de Severino para os seus, abraçando ela apertado.Severino ficou atordoado por um momento, um olhar complexo passou por seus olhos.— Nic? Nicole! Nicole! — Davi esbofeteou o rosto de Nicole, mas ela não reagiu.O homem apertou os braços em torno de Nicole, segurando ela firmemente e gritou para seus subordinados:— Chamem o helicóptero!.
Davi colocou Nicole na cama do hospital. — O que aconteceu com a Nic? — Perguntou George, franzindo a testa. Com o rosto tenso, Davi respondeu: — Ela desmaiou, a respiração está fraca, ela precisa de tratamento imediato. — Pobre Nic. — Disse Malena, com os olhos marejados. — Não fiquemos aqui parados, vamos levá-la para os exames e tratamentos necessários! Os médicos empurraram a cama em direção à sala de emergência, e Davi seguiu rapidamente. Nesse momento, outro helicóptero pousou. Todos olharam para a porta da cabine que se abria lentamente, prontos para ver Thainá, que havia desaparecido há mais de vinte anos! Quando Severino apareceu segurando Thainá, de cabelos prateados, todos ficaram boquiabertos de surpresa. Malena foi a primeira a correr até ela, tocando suas mãos trêmulas em Thainá, que mantinha os olhos fechados. Ao ver os cabelos prateados de Thainá, suas pupilas se contraíram e as lágrimas começaram a cair. Os outros membros da família Amorim também se