Pietro:
Depois da conversa com o Artur voltei ao quarto,ela estava deitada de lingerie,tinha os olhos fechados,parecia sorrir até o momento em que eu falo,quando ela ouve minha voz fica rígida.
-Vou voltar pra casa.
-Você não mora aqui como seu amigo não?-questiona curiosa.
-Nem um dos dois moram,ele só fica aqui uns dias.
-A.
-Então você é Belga?-falo analisando-a.
-Não,só morava lá,sou Holandesa,na verdade nasci na Holanda.
-Como sabe falar português?.
-Descendência e aulas.
-Descendência?.
-Sim,Amazônia...sou indígena,bom eu não,meu pai.
-E sua mãe Holandesa?.
-Sim...se conheceram no carnaval do Rio,meu pai trabalhava no sambódromo,eles se conheceram,ficaram,quando minha mãe voltou já estava grávida. Depois de um tempo caçando meu pai até o encontrar,contou a grande notícia,ele se mudou,conheceu melhor minha mãe e quiseram ficar juntos.
-Sua mãe é branca?.
-Quase parda,meu pai índio,então a cor mesclou.
-Entendi...bom,tenho mesmo que ir,coma e beba em-já me viro pra sair.
-Por favor,antes que vá me responda.
-O que?-olho pra mesma sério.
-Por que me prostituir?.
-Você não vai trabalhar pra comer,fique tranquila,nem mesmo para me pagar qualquer outra coisa.
-Então por que vou continuar prisioneira?.
-Porque eu paguei por você,não posso perder dinheiro.
Ela fica rígida como antes,saio do quarto depois de pegar minhas coisas e volto pra casa,chamei a Amber pra focar comigo um pouco,até porque ia começar a ficar ocupado.
-Que bom que decidiu trabalhar na sua empresa-fala felizinha.
-Não vejo isso como algo bom.
-Por que não?.
-Porque vou ficar sem tempo pra tudo,vamos nos vê muito pouco,tenho meus negócios ao qual tenho que dá atenção também,então meu tempo vai ser muito curto.
-Te dntendo,mas fica tranquilo,eu vou entender sua ausência até porque está fazendo pelo bem maior da sua família-ela sorria alegre,era realmente fútil de mais para entender que isso não tinha nada haver com o bem maior,era só a obrigação de ser rico.
-Que bom.
No começo da semana fui ao primeiro dia,minha mãe ficou feliz e comprou alguns ternos no cartão do meu pai,eu me olhava no espelho e não me via,me sentia um palhaço,me sentia preso,desconfortável,mas minha mãe estava feliz,então só isso que importava.
Conheci os funcionários,as funcionárias me olhavam sempre que podiam,eu não ligava,contanto que não viessem falar de trabalho comigo como se fosse algo normal e que fizesse parte da minha vida. Um homem mais velho que eu me ensinou o que eu devia fazer,eram coisas simples,eu precisava fazer investimentos e arranjar investidores para a empresa,tudo isso fazia o dinheiro correr e correndo nosso dinheiro triplicava,parecia lavagem de dinheiro do governo,mas os funcionários colocavam a mão no fogo dizendo que era um dinheiro lícito.
Eu estava trabalhando bem,bom,eu já tinha recebido muitos elogios sobre o tal,não sei se é porque sou filho do dono,mas eles pareciam ser sinceros.
Já era fim da semana,a famosa sexta-feira,estava dirigindo quando recebo uma ligação do Artur,só precisei fazer alguns movimentos de mão para atender,em segundos a voz do meu amigo ecoa pelo carro.Ligação:
-Pietro,preciso de ajuda,agora!é-ele aparecia assustado,ou agitado.
-O que houve?.
-Aonde está?.
-Á caminho de casa.
-Vem agora pra mansão,preciso mesmo de ti aqui.
-Ok.
Ligação:
Pego outra rota e vou pra mansão,assim que chego escuto gritos de socorro e xingamentos,entro ao local e estavam todas as mulheres na cozinha,depois de afastar o pessoal da roda,vejo a Ana tentando cortar a Niara.
O Artur me vê e nos dois segurando a Ana tirando ela de cima da menina,uma das mulheres que trabalhava para o Artur vai ajudar Niara,a Ana me vê e se acalma.-Você está maluca p****!-ja grito e ela abaixa a cabeça-,Ana pro quarto agora que depois conversaremos.
Ela sobe quieta e só se ouve o sim longe da porta batendo com força,todas olhavam para nós curiosas e assustadas.
-Todas pro quarto,só desçam na hora do jantar!!.
Elas obedecem,eu olho sério pro Artur,só quem sobrou na sala foram nós quatro e a Caral que limpava os rastros de sangue da Niara.
-Valeu irmão,quase que acontece algo pior.
-Isso foi culpa sua,aposto!!.
-Não era eu quem estava batendo nela,está louco?!!.
-Depois a gente conversa Artur,espero que aprenda com suas criancices,ela não tem nada haver com suas birras e problemas,e quem vai acabar destruindo o que construiu vai ser você mesmo.
-Mas...
-Chega valeu...Yasmim,obrigado por cuidar dela,mas agora eu posso fazer isso.
-Nada senhor Pietro-ela sorri e vai acalmar o Artur.
Eu pego a menina no colo que chorava e sangrava com cortes não tão profundos no corpo,levo ela pro quarto,ponho na cama e limpo os cortes.
-Para de chorar!-acabo gritando e ela tenta não emitir mais soes,eu respiro fundo-,foi mal tá bom,me desculpa.
Eu tento colocar a mão nela,mas ela puxa o braço.
-Eu quero ir pra casa!-diz como a Sara quando era criança e não estava gostando da festa das amigas ou da família.
-Eu sei.
Tiro os sapatos,a parte de cima do terno e só fico com a calça,ela me olhava com o rosto apoiado nos joelhos.
-O que aconteceu?.
-Me deixa ir embora,por favor,eu quero meus pais,minhas irmãs pequenas,por favor.
Passo a mão em seus cabelos grandes e lisos com uma bem leve ondulação,puxo ela de vagar para meu colo e ela vem,deita a cabeça na minha perna e chora de soluçar.
-Eu só queria a minha mãe,ela deve está fazendo já o café da manhã,ou se preparando pra isso...eu só queria torradas de queijo e chocolate quente que ela faz-diz por alto,talvez lembrando.
-Fica calma tá bom,vou pedir a Carolina pra fazer o que quiser.
-Para de tentar ser bonzinho comigo!!,por sua causa eu estou aqui presa,estou sem tudo que gosto,todas as suas mulheres me odeiam pelos "privilégios" que ando tendo,eu fui cortada com estilete por sua causa,só me deixa morrer,me ignora,me espanca igual seu amigo,me deixa sem comida e água,assim eu morro logo e em paz!!!-la chorava mais e estava irritada.
-Entendo sua irritação,mas fica calma,logo tudo passa.
-Não passa,estou no meio dessa tortura até meus últimos dias.
-Eu vou conversar com ela,agredir e tentar matar não faz parte da nossa política...-meu celular toca-,perdão,tenho que atender.
Ligação:
-Oi mãe?.
-Aonde está meu filho,não chegou ainda,estamos preocupadas.
-Estou resolvendo uns assuntos importantes.
-Não volta tarde não querido,fico com medo(eu também!-grita a Sara).
-Mãe acho que não vou voltar hoje,amanhã eu apareço aí.
-Vai dormir aonde?.
-Na casa do Artur tá bom?.
-Sim,claro. Isso é choro?-la hora que ela fala olho pra Niara.
-Não...
-Pietro não bateu na Amber né?.
-Não,nem a vi hoje.
-Então quem está chorando.
-Mãe!.
-Está com outra mulher sem ser sua namorada.
-Tchau mãe.
-Esta igual seu pai,por mais que eu insista para ser diferente.
-Mãe não estou com ninguém-a menina me olha séria-,bom,talvez eu esteja mas não diz isso pra Amber.
-Tudo bem,não irei contar...mas não se torne como o Gregorio,por favor.
-Não vou ok,beijos,te amo,amo a Sara,até amanhã.
-Também te amo meu amor,se cuida,cuidado,até amanhã.
Ligação:
Respiro forte, sempre sabiam e falavam de mais,olho que me encarava seria ainda,mas pelomenos parou de chorar.
-Não me falou sobre sua vida fora daqui.
-E nem vou,não tem lógica te falar algo se vai embora.
-Você não ia deixar eu ir,eu sei disso.
-Como?.
-Esta no seu rosto.
-Você é uma menina muito esperta para seus 17 anos,observadora de mais,posso te considerar como um perigo,ou uma ameaça?.
-A você eu não sou nem um dos dois-sorrio.
-Por causa de uma ficada?,deveria ser mais prudente,eu posso ser um perigo pra você.
-Você está totalmente inofensivo-ela era incrivelmente divertida com seu jeito de falar-,seu amigo é um perigo eminente.
-Por que entregar?.
-Ele faz tudo pra ter o que quer e ele me detesta,a primeira vez fez tudo,como você o proibiu,ele arrumou outra forma de me punir com seu ódio.
-Fica que isso não vai mais acontecer...
-Por que eu me defendo provavelmente tem uma namorada?.
-Como sabe?.
-Eu escutei sua mãe falando pelo telefone,foi baixo,mas não sou surda e nem burra.
-O que isso interessa a você?.
-Realmente nada...mas eu ainda quero entender porque me defende e cuida tanto de mim se tem uma namorada?,e porque você tem uma namorada?.
-Nada importa,só saiba disso.
Niara:Um dia depois que ele foi embora parecia tudo vazio,eu queria andar pelo local,conhecer e talvez achar uma fuga desse lugar.Quando estava saindo entra uma menina bonita,ela tinha tatuagens,piercing e um sorriso encantador,era o oposto da maior parte de meninas,ela parecia simpática e bem madura.-Oie,sou a Yasmim-ela estende a mão-,prazer.-Oi,prazer.-Qual seu nome?.-Niara.-Bonito nome,podemos conversar rapidinho?.-Sim-falo meia insegura.Ela entra e fecha a porta,a mesma senta no sofá e eu na cama,ela olha ao redor e depois me analisa.-O Artur mandou eu vir aqui lhe oferecer algumas roupas,parece que foram ordens do senhor Pietro.-Ata-sorrio e ela estende uma sacola rosa de pano,tinham roupas como as de todas as meninas,curtas e extravagantes-,são bonitas,mas não gosto de coisas assim.-A Claro,o Artur falou algo sobre isso,mas essas são improvisadas,só pra não andar pela casa com aasroupas do seu dono,as meninas não gostam muito de vê outras meninas usando coisa dos do
Niara:Já fazia quase dois meses que eu estava aqui,as vezes eu ia pra sala aonde tinha a TV só pra ver o jornal,não passava nada sobre mim,nem denúncias e muito menos investigações.-Calma amiga...deve não passar no jornal daqui,você moreva muito longe.-Não é isso Yasmim,meus pais não estão atrás de mim,não desconfiam ou não ligam-eu choro em pensar nesse fato-Lanche meninas-diz a Carolina com uma bandeja nas mãos.-Obrigada Carol-diz a menina linda.-Nada amores. Tudo bem Iara?.-Não,mas também não faz diferença,mas obrigada pela preocupação Carol.-Nada,se precisar de algo pode me dizer,recebi ordens diretas de ajudá-la.Eu sabia quem mandava nela e meio que obrigava por ter uma contia boa em mãos.-E ele?.Ela me olha e balança a cabeça negativamente com os olhos tristes,fazia hoje 1 mês que eu não o via,ele me fazia uma pequena falta,tudo me irritava sem ele e com ele eu seria mais calma.-Não está com raiva né?-diz a Yasmim questionando com cautela.-Não...será que você pedind
Pietro:Depois que passamos a noite juntos,só abraçados eu fui pra casa antes dela acordar,quando sai dei de cara com o Artur,nos falamos normais e depois eu segui meu caminho.Eu estava trabalhando em um projeto com uma colega de trabalho,estávamos focados,ela ia na minha casa ou eu ia na dela,comemoravamos cada parte termina com noites quase que acordados e no outro dia voltávamos a ser só colegas de trabalho,eu estava tão ocupado que não ia na mansão e nem chamava a Amber pra me vê,na verdade nem estávamos nos falando direito.Eu mandei a Carolina e o Artur cuidarem da Iara pra mim,ela era a única coisa que eu não esquecia,eles concordaram e a Coral me contava tudo que se passava com ela.*_______________________________________*Artur:Os dias estavam passando e eu virei babá de índia mal criada,mas o que meu melhor amigo não pedia,que eu não fazia né.Ela é a Yasmim não desgrudavam mais,elas estavam tomando banho de piscina e eu estava perto,elas brincavam de jogar água uma na
Niara:Eu respiro,detesto quando preciso fazer algo,mas sou fraca.-Idiota,idiota,idiota!-grito com o rosto no travesseiro.Eu era fraca de mais,idiota de mais,até mesmo uma mulher egoísta,que só pensava no meu prazer e a coitada no quarto dormindo,com medo de sair e todas ficarem perguntando o que foi,o que ela fez ou o que aconteceu.Resolvo tomar um outro banho e dormir,se eu pensar de mais vou ficar louca.No outro dia acordo cedo,arrumo o quarto,ajudo na faxida da mansão e depois vou ajudar a Carol fazer o café e o almoço. Eu cortava os legumes e percebia seus olhos sobre mim,eu não queria perguntar,mas estava curiosa.-Tinha formigas na cama?-pergunta antes de mim.-Não...só não consegui dormir direito.-Saudades ou culpa?- ela fala tudo sorrindo leve,não parecia me acusar e nem condenar.-Você sabe?-digo assustada-,que vergonha-ponho as mãos em formato de conchas na frente do rosto.-Calma Iara,não fique assim,não precisa.-O que sabe?.-Acho que sei de muitas coisas,eu vejo m
Niara:Eu ficava grudada quase 24 horas no Pietro,ele parecia não ligar,ele sorria mais ao meu lado e eu me sentia feliz por isso. Ele foi beber e eu fiquei no colo dele(pois pediu),ele bebia e me olhava e eu encarava seu rosto lindo.O Artur passa por nós e diz que vai voltar pra casa,eu só permaneço como estava,Yasmim foi vê-lo ir embora e depois voltou meio tristinha,eu saio do colo do PP e vou até ela.- Tudo bem amiga?-ela me olha e sorri sem mostrar os dentes.-Somos mesmo amigas?-ela olha as mãos.-Sim,somos não?.-Somos-ela olha pra porta-,e você,está bem?.-Sim,bem melhor agora-sorrio olhando pro homem do outro lado,ele olhava as meninas ensaiando para a noite.-Gosta dele?.-Acho que sim...não sei,ele me trata muito bem,um cavalheiro...mas,ele é alguém que não se deve gostar.-Verdade,assim como o Artur.-E vocês?.-O que tem?-diz séria me analisando.-Estão bem?,te procurei mais cedo e não achei,imaginei que estavam juntos.-Sim...mas o Artur é um cara sério,grosso,seco,tud
Artur:-Está bem mesmo?-pergunto olhando ela que parecia sentir dor.-Sim meu filho,só me senti um pouco fraca-tinha caído de novo,agora foi no banheiro,estava com os braços roxos.-Esta tomando as vitaminas para os ossos e corpo?.-Estou sem dinheiro meu filho,tenho feito tantas contas.-Cara,quando for assim é só me falar,eu tenho dinheiro,é só falar vó.-Não gosto de te incomodar,só liguei mesmo pois estava com saudades e precisava de você.-Vem,vamos comprar tudo que precisa.-Para com isso Artur,eu não quero,não precisa gastar seu dinheiro.-Vamos logo vó.Ela se veste para o frio e eu também,saímos no meu carro,já fazia três dias que eu estava aqui,fomos na farmácia comprar seu remédios primeiro,depois fomos ao mercado comprar várias coisas,no fim eu guardei as coisas,jantamos e fomos dormir.No dia seguinte acordei cedo,ajudei nas coisas de casa e sai,fui na verdade para duas ruas depois da minha,bati algumas vezes é logo a Lurdes abriu.- Ainda rola aquele café?.-Sim,entra-el
Pietro:Depois que ela saiu do quarto eu fiquei conversando com a Amber,que se lamentava da minha ausência e dizia que eu estava muito distante e estranho,eu enrolei a tonta e logo dormi um pouco.Acordei e já estava quase na hora dos clientes e hoje chegar,a Niara não estava no quarto,já fiquei mais sério e irritado,eu ja disse que não era pra ela sair do quarto nos dias e no horário de trabalho. Me arrumo e saio,vou para o cômodo e ela bebia com a Yasmim,elas riam e brindavam,já puxo o braço da Iara que se assusta.-O que eu disse sobre descer na hora do trabalho?!!-eu grito com ela,o som do local era mais alto,mas quem estava perto ouvia.-Senhor Pietro,foi eu quem a chamei,me desculpa.-Ela não deve ficar aqui!!.-Sim senhor,não irá acontecer mais-ja puxo ela pra sair dali.-Pietro me deixa ficar,por favor-diz já fazendo beicinho pra chorar.-Se sair com qualquer um desses caras eu vou ser obrigado a fazer o que não quero.-Fica tranquilo.-Estou de olho em você.Saio de sua prese
Niara:Eu já não sabia pra que viver,o homem em quem eu tinha confiança e segurança,se tornou de uma hora pra outra uma das pessoas mais perigosas pra mim,ele me batia por qualquer coisa,por eu falar com homens,por ajudar as meninas a servir,por falar com os seguranças,eram coisa bobas e idiotas,mas eu era agredida.-Tudo bem Niara?-olho pra Cléo que estava de bruços na mesa ao qual eu estava,ela tinha a voz mansa e um sorriso gentil.-Sim...só estou mesmo pensando.-Em que sereia?-eu sorrio,a forma como me chamou saiu divertida.-Na minha casa...meus pais,irmãs...-Você sente saudades né-ela me abraça e seu abraço é confortável,eu fico ali pensando mais e querendo chorar,mas logo aparece a Yasmim.-O que está acontecendo aqui meninas?-diz já pensando provavelmente em coisas obscenas.-Ela sente saudades de casa-fala a Cléo,que já alisava meu braço e segurava minha cintura.-Poxa amiga,sinto tanta pena por você...é tão cruel o que ele faz.-Não se preocupem,já estou bem melhor-sorrio-