EMMA.Quando abri meus olhos no dia seguinte, pude sentir o calor extremo em meu corpo, me mexi levemente para notar o braço do Noah ao redor de minha cintura.Virei minha cabeça para ficar quieta, e só conseguia olhar para seu rosto passivo enquanto dormia. Eu esperava que ele estivesse descansando e, mais importante ainda, que parasse de pensar.Não pude deixar de lembrar quando ele me fez entender que tinha assassinado sua própria irmã. Eu queria fugir, mas tive que usar todas as minhas forças para ficar ali e caminhar em direção a ele.Noah estava acostumado a que as pessoas próximas a ele fugissem e o deixassem em paz, mas neste momento era impossível agora que eu pertencia a ele.Eu não entendia muito seus caminhos, mas conseguia entender o cerne de seus pensamentos.Ambos sabíamos que Andrea seria um perigo para nosso filho, e ele não tinha parado para pensar nisso.Durante muito tempo eu quis entrar nesta escuridão que se tornara uma obsessão para mim, e quando eu provei, quer
EMMA.Eram nove da manhã e hoje, depois de um mês inteiro, tínhamos uma consulta com um ginecologista especializado, que Noah tinha contratado para acompanhar toda a minha gravidez.Eu não tinha conseguido ir muito à casa, às vezes eles pegavam minhas coisas, mas nesse tempo eu e o Noah tínhamos tirado um momento para passarmos juntos, embora de vez em quando fôssemos a uma reunião de negócios, para finalizar alguns desenvolvimentos.Escutei enquanto Max fazia sinal ao motorista, e me inclinei para trás no banco.Noah tinha saído cedo para o escritório, e nos reuníamos na clínica em poucos minutos para a consulta, mas a consulta de rotina que me deixava alterada.Não sei se todas as mulheres grávidas são iguais, minha mente estava brincando comigo, mandando-me pensamentos negativos de que meu bebê poderia ter alguma coisa, e eu apenas deixava o ar sair, sentindo o batimento do coração quase zumbindo no meu peito.A porta foi aberta pelo motorista e caminhei com a bolsa na mão, acompan
NOAH.Os meses vendo aquela barriga crescer se passaram mais rápido do que eu queria. Às vezes eu queria enforcar Emma por sua rebeldia em querer levar uma vida cotidiana normal, quando às vezes eu a via adormecendo, ou querendo ficar enfiada em um sofá lendo um livro. Mas não, ela queria se sobrecarregar de trabalho e, acima de tudo, me contradizer em tudo.A visita médica a cada mês era minha consulta favorita. Entretanto, eu ainda tinha este gelo no peito, como se o medo não me deixasse. É claro que eu tinha feito o suficiente para que a vida me castigasse, por isso nunca perdi o jeito.Estava sempre vigilante, agia sempre em primeiro lugar, e sempre tinha como alvo aqueles que poderiam prejudicar minha família.Eu tinha ouvido dizer que Anthony tinha ido para a Inglaterra com seu filho. Ele não era mais o parceiro da mãe deste filho, ele estava até mesmo namorando uma modelo muito conhecida, mas ele manteve estes dois, que em algum momento estavam em perigo, sob seu ciudado.Da me
EMMA.Noah tinha um olhar sombrio enquanto andava no carro comigo. Eu olhava para ele de vez em quando, apertei meus lábios e depois me virei para a janela.Sabia que estava indo contra o que eu tinha decidido há muito tempo, mas eu queria tornar tudo perfeito antes do nascimento de Adam.Queria fechar os ciclos completos e, acima de tudo, não permitir que meu passado chegasse nem um milímetro mais perto de nós nunca mais.Depois de cerca meia hora, o carro parou e Noah foi o primeiro a sair.Estava claro que ele estava reprimindo sua raiva. Estava pedindo a ele que o fizesse por mim há uma semana, e que estivéssemos aqui hoje era uma grande evidencia de que Noah me amava com todas as suas forças, mesmo que eu nunca o tivesse ouvido dizer isso.O advogado apertou nossas mãos na entrada da penitenciária onde Estela estava presa, passei minhas mãos sobre a barriga grávida de 7 meses.—Cavalheiros... acenei com a cabeça para o advogado em que Noah confiava tanto. Consegui encontrar uma m
EMMA.Um queria que a gravidez durasse a vida toda, pois de certa forma tinha sido a fase mais linda e feliz da minha vida, sem dúvidas os mimos do Noah eram indescritíveis. Sua forma de proteção, e querer que eu sempre fosse sua prioridade, só me fez amar esse homem mais do que o necessário.Mas quando umas dores levemente toleráveis começaram à noite, eu soube assim que deitei na cama que não seria uma noite tranquila e, como resultado, às seis da manhã eu estava com o Noah entrando na clínica, desesperada para conseguir tirar meu filho de mim Apesar de toda a situação, conseguia enxergar o Noah imperturbável. Ele queria orientar os médicos neste ponto e dizer-lhes o que fazer, e quando eu estava no meio do desespero e da dor, tive que puxá-lo pela camisa e fazê-lo olhar para mim.—Deixa a porr@ do seu controle pra outra hora e deixa eles me atender, Noah, pelo amor de Deus…! Senti sua mandíbula apertar e assentiu.—Estou desesperado como você… —E neguei.—Acho que não... deixe-
EMMA.A maternidade, foi uma loucura. E agora a única coisa que eu pensava o tempo todo era como aquelas mulheres que tinham mais de um filho conseguiam, quando eu mãe de um único filho estava ficando louca.Achava que Adam comia muito porque estava vindo para um novo mundo, mas quando passou o primeiro mês e depois o segundo, ele puxava meu cabelo de desespero quando passava literalmente uma ou duas horas comendo no peito, e depois de cinco minutos ele acordava novamente.Culpei Noah o tempo todo por ter herdado aquele caráter insatisfeito, mas quando chegaram os 4 meses, e eu não aguentava mais, o pediatra recomendou uma fórmula para complementar a alimentação dele, para que eu pudesse descansar um pouco.E eu precisava disso.Quando Adam tinha 5 meses, decidi começar a malhar e levei uma noite inteira para convencer Noah a contratar uma babá, que pesquisou até sua linhagem familiar.Era uma mulher de 40 anos de uma agência, ela se chamava Ana, e desde que a vi, disse que ela seria
EMMA.Eu já tinha passado por essa situação uma vez. Desligando o telefone depois de terminar de arrumar algumas coisas de decoração para o casamento, eu apenas suspirei incapaz de deixar de lembrar do meu pai quando me casei contra a opinião dele no passado.Lembro-me de como me esforcei e paguei quase toda a cerimônia, e como naquele dia pensei que iria me casar com o homem que amava.Eram sete da noite, olhei para o Adam que dormia tranquilo em seu berço, porque tinha pulado sua soneca, e percebi como esse menino que antes era um bebê indefeso, não queria mais ser segurado em braços porque estava andando por toda a casa, enquanto sua babá corria atrás dele.Olhei para suas pernas mais longas e como seus joelhos estavam sujos.Ele acabara de completar um ano em outubro, e na semana seguinte, que já era novembro, aconteceria o casamento, no dia 5.Eu não poderia dizer que meu tempo com Noah tinha sido maravilhoso. Eu precisava de muito para me manter sã diante de sua loucura e princi
NOAH.—Papai...! —Eu olhei para cima quando Sofie veio correndo para o escritório de casa com o iPad do Adam em seus bracinhos, e ele mesmo estava vindo furiosamente atrás dela com sua carranca visivelmente pronunciada.Puxei a cadeira para trás e girei, e instantaneamente, fui saudado pelo corpo de Sofie saltando na minha direção. Então, Adam parou a uma distância entre nós.Tinham quase dois anos de diferença entre eles, agora Adam tinha 7, e Sofie tinha 5 e poucos meses de idade.Mas entre eles tinha uma diferença abismal. Sofie tinha herdado o temperamento da Emma, talvez por isso eu sentia que não podia amá-la mais do que a amava, e eu só queria segurá-la em minhas mãos para que ela nunca se machucasse.Sofie tinha se tornado minha pequena confidente, e nós fizemos uma equipe incrível. Quanto a Adam, ele era igualzinho do que eu. Só queria proteger sua mãe, e repreendia sempre o comportamento arrebatador de sua irmã.Então eu me fiz de bobo quando a pequena cara de Sofie olhou pa