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Um homem se aproxima dela e nem fala nada, apenas a pega pelo braço porém ela se solta, parecia incomodada mas ao ver quem era ela aceita mas ainda estava tensa, vendo isso Erick vai até ela e diz:

- Acho que ela não quer ir - a puxa pelo outro braço.

- Ela é uma puta, putas não tem escolhas - o homem a puxa bruscamente e Erick estava prestes a perder a paciência.

- Se fosse a sua mãe no lugar dela, você diria o mesmo? Ou é podre a tal ponto que não sabe diferenciar uma mulher que não quer ter contigo - questiona e o homem surta indo pra cima dele, porém Tiago entra no meio deles e diz:

- Escolha uma das garotas livres, Otávio, tem tantas aqui - chama uma menina que vem até o homem e o leva em meio a multidão.

- Obrigada mas não precisava se arriscar assim Erick, sua imagem está muito manchada meu amigo - agradece o abraçando.

- Não se rebaixe sereia, um dia eles podem acabar te machucando então se imponha por favor - implora tocando no rosto dela.

- Eu não posso, infelizmente é a minha profissão e caso não saiba ele é o juiz responsável pelo caso do meu irmão, se ele não me ajudar ele nunca será liberto - algumas lágrimas solitárias caem no rosto dela e Erick se sente tocado afinal ele nunca parou para pensar quais eram os motivos das garotas se prestarem aquilo.

- Eu tenho amigos renomados, se eu quiser posso...

- Infelizmente não dá, tchau e não arrume confusão por favor - implora dando um beijo nele e indo embora pela multidão.

- Não sabia que colocava apelidos carinhosos nela - pontua John o assustando - Eu também coloco, mas achei meio bobo, bom que não sou o único - brinca rindo porém ele permanecia sério - O que houve?

- Não ouviu o que ela disse? - questiona e ele relembra.

- Ouvi, mas infelizmente não tem muito o que fazer se ela diz não é? - lamenta pegando um drink.

- Tem sim, o pai da Pietra tem muita influência nesses casos então eu vou pedir ajuda a ele - pega o celular.

- Sabe o que vai pedir em troca não é? Não tem ninguém melhor? - questiona relembrando Erick que pensa um tempo e depois diz :

- O senhor Revorosk - guarda o celular e John estranha o que o amigo disse.

- O que um mafioso tem a ver com a justiça Erick? - questiona confuso

- Eles estão acima da justiça - pontua deixando John pensativo - Vamos embora? - olha para a saída.

- Infelizmente lá na frente está muito cheio, vamos pelos fundos? - idealiza e ele assente.

Saindo do local eles andam um pouco até a saída dos fundos, ela dava acesso a parte menos nobre da cidade e era comum ter várias latas de lixo enormes e também muitos moradores de rua, na curva que dava acesso ao estacionamento John vê alguns homens próximo a um carro preto e aviso ao amigo.

- O que eles estão fazendo ali? - aponta Erick, olha brevemente.

- Acho que o pneu furou... Eles estão levando aquela garota? - confirma olhando para John e ele afirma com a cabeça - Vamos até lá - chama porém ele o segura.

- Eles estão armados seu doido! - alerta se escondendo.

- Eu não vou deixar esses imbecis levarem essa pobre infeliz - rebate indo até eles, no chão ele vê uma faca de pão e a pega ficando feliz ao perceber que ela estava enferrujada.

- Soltem ela - ordena porém um dos homens ri e apenas aponta a arma para cabeça de Erick que não o teme.

- Eu conto até três, se você não correr eu atiro - anuncia mirando na cabeça de Erick - Um... Dois... - ele é atingido pela garota que saiu do carro e deu um golpe nele com uma lata que achou só lado carro, o mesmo ela fez com o outro que estava dentro do carro.

- Vem - Erick a chama estendendo a mão - Vamos logo! - a puxa, porém ela parecia querer voltar para pegar algo.

- O Remi! - grita apontando para a sua barraca - Remi vem! Psipsi - grita alto e um gato preto vem correndo até ela.

Alguns homens que estavam no bordel vieram até os que foram atacados e ao verem Erick correndo com a garota para o seu carro apenas ligam para o chefe e diz :

- A missão falhou, um homem pegou a garota antes de nós - pontua e o homem quebra um copo com a própria mão.

- Vão buscá-la imediatamente e não falhem, eu a quero viva e rápido !- ordena com ódio, desligando o telefone.

...

Dez anos atrás...

- Mãe? Mãe? - questiona a garota confusa - Por que está arrumando essas coisas? - a senhora a puxa pelo braço e ela fica com medo - Mãe o que a senhora está fazendo? Mãe! Ei! Me deixa sair! - grita ao ser jogada no carro - Pai! Pai! - grita a garotinha com a irmã.

- Cala a boca! - grita a senhora fechando o vídro.

- Mãe a senhora vai atropelar o homem... Mãe! Não! - ela grita assustada ao vê a mulher sedenta de ódio acelerando o carro como se não houvesse ninguém na frente.

Ela abraça a irmã e elas vão juntas chorando abraçadas por todo caminho, estavam trêmulas e com o coração acelerado de medo.

- O que ela vai fazer... Por que ela tirou a gente do papai? - questiona a menina cochichando com a irmã.

- Eu não sei... O papai vai ficar triste sem a gente - afirma a garotinha abraçada com a irmã.

Elas sentem um impacto muito forte e tudo fica escuro naquele momento, a garotinha sente alguém a puxar e várias luzes ao redor do carro.

- Você se lembra de algo? Quem é você? - questiona um homem todo de branco a examinando.

- Eu não sei... O que aconteceu? Por que eu estou aqui? Eu estou com frio... Minha cabeça dói - afirma chorando.

Ela segurava o brancinho pois quando ela mexia ele doía muito, ele havia sido quebrado e não era a única coisa que iria ser quebrada naquele corpinho frágil.

- Você não lembrou de nada? - questiona uma madre e ela nega com a cabeça.

- Você já está muito grande minha querida... Infelizmente ninguém vai te adotar - pontua sentando ao lado da mulher - O único jeito de você ficar conosco seria se entrasse no convento... O que acha? - questiona olhando para ela que aceita.

Ela estava sob a casa de Deus então ninguém a machucaria ali... Pelo menos era o que ela achava.

Com apenas quinze anos a garota descobriu que talvez viver ao relento, na rua e sozinha fosse melhor que ter qualquer companhia humana afinal eles eram maus, e tinham uma facilidade imensa em machucar.

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