" Eu não tinha sentimentos de medo e sim de incertezas. "
Catarina narrando.
Eu sei que eu errei em ter confiado em Bruno, em ter fugido com ele. Mas o fato de ter que me casar para ser o pagamento, a salvação da falência da minha família, me casar com uma pessoa que eu não tinha sentimentos, me fez ficar desesperada.
Eu sempre acreditei que eu iria poder casar por amor mesmo sabendo que isso era quase impossível, eu não sabia de casa nem para estudar , imagina conhecer alguém e me apaixonar ?
Então Bruno começou a trab
Catarina a narrandoNão tinha ninguém conhecido no dia do nosso casamento,nem à sua mãe e nem a minha família.Nicolas nesses dois dias não dormiu no mesmo quarto que o meu e pouco a gente conversou depois do dia que chegamos aqui. Eu não estava trancada , mas era a mesma coisa que sim.Em todo o lugar que eu ia, eu me sentia vigiada.- Dona Catarina - uma mulher que deveria ter uns 40 anos entra no meu quarto - A cerimônia do seu casamento será daqui algumas horas, Nicolás pediu para trazer o seu vestido. - Encaro o vestido que tampava meu corpo todo acompanhado do hijab.- Obrigada - Eu falo para ela.- Você quer ajuda?- Ajuda ?Eu falo me sentindo um pouco tonta.- Sim, para a senhora se arrumar. A senhora está bem?- Eu não estou me
" As oportunidades são como o por do sol. Se você esperar de mais acaba perdendo "Catarina narrandoNão teve cerimônia, nada do que era de costume da nossa cultura. Nicolas abriu mão de tudo. A gente apenas assinou o papel diante de um juiz e recebemos a bencá de Alá, apenas seguimos o passo a passo para que diante os olhos de todos eu tornasse à sua esposa.Agora ele tinha se tornado o meu guardião masculino, aqui na Arábia Saudita a gente era consideradas para lei sempre menor de idade e só uma figura masculina poderia ser o nosso tutor, oque antes era o meu pai, agora era Nicolas , meu marido. Eu não tinha o direito de
" O único defeito das pessoas é achar que os outros são mais burros que ela "Catarina narrandoAssim que entramos no quarto a primeira coisa que eu faço é tirar meu hijab da cabeça , pego uma escova de cabelo e começo a pentear meu cabelo na frente do espelho.Eu odiava usar hijab , no Brasil eu não era obrigada à usar, mas duvido que Nicolas abriria mão disso.- Você já viu a vista aqui de fora? - Ele pergunta.- ainda não- Eu falo andando até a porta - preciso colocar o hijab?
" Tentamos encontrar a perfeição nas pessoas , mas esquecemos nem que também não somos perfeitos ".Catarina narrandoEu o encarava com receio das suas palavras e ele se aproxima ainda mais de mim. Olhando para ele eu começo a lembrar de como perdi a minha virgindade, na estufa de flores a onde a gente se beijou pela primeira vez, parecia tudo tão perfeito, tudo maravilhoso e hoje eu vejo que Bruno só me usou.- Você está nervosa? - Ele pergunta me olhando e eu saio dos meus pensamentos agora voltando à minha aten&cce
" O medo era algo assustador."Catarina narrandoEle se manteve em silêncio depois de tudo que aconteceu, foi para o banheiro e vestido à sua roupa novamente. Eu entendi que eu deveria fazer o mesmo.- Nós vamos embora? - Eu pergunto para ele.- Sim, coloca seu hijab logo - Ele diz me olhando - Não vamos ficar em um lugar a onde tem uma mulher morta na nossa porta.- É uma vergonha um país que tem uma cultura assim - Ele me olha.- A gente sabe bem porque você está defendendo ela, Catarina.<
Nicolas narrandoEu olhava para Catarina esperando a sua resposta e ela parecia procurar às palavras.- Eu fiquei assustada com toda aquela cena, eu nunca vi ninguém morrer na minha frente e ainda por cima você me dizendo que seria o meu destino também. Eu sei que eu errei em ter fugido com ele e acreditado nele, mas eu não faria isso agora casada com você.- Você está me pedindo desculpa mesmo, Catarina?- Estou, se não fosse você eu ainda estaria na aquele lugar horrível e nojento na Argentina. Duvido que meu pai ou os meus irmãos tiraria de lá.- Que bom que você reconhece o seu erro.- Podemos recomeçar do zero? Eu prometo não fazer mais você passar vergonha e adoraria conhecer à sua família, como sua esposa agora.Ela se aproxima de mim e eu à encaro pensando nas suas atitudes. Catarina era esperta e sabia que se continuasse
Nicolas narrandoCatarina adormeceu logo depois do banho e continuava dormindo, iria acordar ela para jantar daqui à pouco.Ela estava apenas de calcinha dormindo em cima do meu peito.Eu estava tentando desvendar ainda o motivo da sua mudança de comportamento, se tinha sido por medo que eu fizesse o mesmo com ela por ela ter fugido com Bruno ou com medo que eu fizesse à vida dela um inferno.- Catarina - Eu chamo ela e ela não demora para abrir os olhos e me encara.- Já amanheceu?- Ainda não, é noite ainda. Precisamos nos arrumar daqui à pouco o jantar chega.Ela se senta na cama e me encara, ela puxa o lençol tampando o seu corpo . Ela me encarava com receio.- Está tudo bem, Catarina?- Sim. Só estou cansada.Eu me levanto e vou em direção ao banheiro, tomo um
" Só tinha uma única saída para não morrer, era arriscar "Catarina narrandoA gente caminhava e o tempo todo em silêncio, ele tinha entrelaçado as nossas mãos ainda quando saímos do quarto. A noite estava bonita, as estrelas , a lua refletindo no mar.Às lojas ainda estão abertas por onde a gente passava, apenas lojas bonitas e bem caras. - Nicolas - Um homem chama ele e paramos, Nicolas me encara.- Radije - Nicolas fala cumprimentando ele.Os dois começam a con