Capítulo 2
Segui Leonardo até o hospital, flutuando até o quarto de Lúcia.

Ao olhar para ela, deitada na cama com uma aparência frágil e inocente, não pude evitar lembrar do meu filho—aquele pequeno ser que já estava completamente formado, mas nunca teve a chance de ver o mundo.

Observei Lúcia e Leonardo com ódio ardente, desejando me tornar um espírito vingativo naquele momento e arrastar esses dois traidores para o túmulo, como pagamento pelo que fizeram ao meu filho.

— Mano, você está bravo comigo? Se não fosse por mim, você poderia ter escolhido salvar a cunhada primeiro.

— Não pense nessas bobagens. — Leonardo a abraçou, dando-lhe tapinhas nas costas com ternura. Sua voz era incrivelmente gentil.

— Ela sempre teve uma saúde forte. Eu providenciei para que a resgatassem. Ela vai passar por um pequeno sofrimento, mas não vai morrer.

— Mas, afinal, ela ainda é sua esposa… mesmo que tenha cometido erros...

— Quem comete erros deve ser punido. — A resposta fria de Leonardo me fez sentir uma dor sufocante.

Meu marido... você sabe?

A sua “punição” já tirou minha vida e a vida do nosso filho.

Leonardo e eu crescemos juntos. Desde crianças, tínhamos uma promessa de casamento feita pelas nossas famílias.

Lúcia chegou na família de Leonardo aos seis anos de idade, e ele sempre a tratou melhor do que se fosse sua própria irmã de sangue.

Desde pequena, eu o amava, mas Leonardo sempre foi indiferente comigo e recusou minhas tentativas de aproximação mais de uma vez.

Eu cheguei a suspeitar que ele gostava de Lúcia, mas ele insistia que ela era apenas uma irmã.

Mais tarde, quando Lúcia foi estudar no exterior, naquela mesma noite, ele bebeu demais e me beijou contra a parede.

Eu fiquei tonta com o beijo, meu coração disparava como se tivesse ganhado na loteria.

No dia seguinte, ele me olhou com frieza, mas disse que assumiria a responsabilidade.

E assim, ele se casou comigo, sem pedido de casamento, sem fotos de noivado, sem lua de mel e nem mesmo uma declaração formal de amor.

Eu sabia que ele não me amava, que só se casou por causa daquela noite em que dormimos juntos.

Mas eu me entreguei completamente, acreditando que com o tempo ele aprenderia a me amar da mesma forma que eu o amava.

No entanto, depois do casamento, ele permaneceu distante.

Até mesmo nossa vida conjugal parecia uma obrigação, três vezes por semana, nem mais nem menos.

Então, no segundo ano de casamento, Lúcia voltou do exterior e estava grávida, sem dizer de quem era o filho.

Durante esse período, Leonardo começou a voltar para casa todos os dias, até cozinhando jantares apenas para garantir que Lúcia se alimentasse bem.

Eu não conseguia controlar meu ciúme.

Briguei com ele, perdi a paciência e disse coisas sem pensar:

— Você se preocupa tanto com ela! Quem conhece acha que ela é sua irmã, mas quem não conhece pode pensar que ela é sua esposa.

— Você está tão nervoso por ela... O bebê dela é seu?

Naquele dia, Leonardo me deu um tapa no rosto.

Eu fiquei em choque, completamente destruída por dentro.

Não percebi que Lúcia estava na porta ouvindo tudo.

Eu chorei e quis voltar para a casa dos meus pais, mas Lúcia me impediu.

— Cunhada, eu não sabia que, no seu coração, eu era alguém tão desprezível assim. Ainda tenho um mínimo de decência e princípios, não seria capaz de me envolver com meu próprio irmão. Vou voltar para o exterior amanhã.

Depois disso, Leonardo me ignorou por meio mês.

Na verdade, foi ele quem me deu o tratamento de silêncio unilateralmente.

No fim, Lúcia não voltou para o exterior, e quando me acalmei, senti culpa e pedi desculpas a ela.

Mas parecia que Lúcia nunca me perdoou de verdade.

Naquele dia, ela segurou minha mão, sorriu e, de repente, se jogou escada abaixo.

E foi assim que perdeu o bebê.
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