Henry M I T C H E L - Narrando. Já faziam seis dias que eu não mantinha contato com Hana. Acho que dessa vez, ela estava mesmo decidida a ter uma vida tranquila, ao lado daquele cara. Eu estava no meu escritório, havia acabado de realizar uma última reunião agendada no período da manhã; precisávamos resolver a situação dos desvios de medicamento. Confesso que, agora, aquele lugar era o único onde podia me sentir mais a vontade. Muita coisa estava acontecendo de uma vez; minha vida perdeu o controle totalmente, depois que Hana foi embora. — Senhor Mitchel? Com licença. - Chamou Vicktória, entrando na sala. Ela segurava uma bandeja com uma xícara de café nas mãos e veio caminhando até mim. — Onde está o garoto? - Perguntei, recebendo um envelope branco e eu já imaginei o que estava escrito ali. — Eu ficarei com você, até que ache outro assistente! - Disse a ruiva, tirando a xícara da bandeja, me entregando. — Recebi algumas dicas da Hana, ela me disse para fazer isso! — Hana? Po
Hana B A C K E R - Narrando. ♛ Eu estava dando a minha última aula do dia, quando resolvi guardar as minhas coisas e senti algo escorrer de mim. Respirei fundo e peguei um pano para limpar os excessos, me sentando em seguida. Tentei não entrar em desespero e então, a diretora entrou pela porta. — Como foi hoje, Hana? - Perguntou ela, com um tom animado, estranhando meu silêncio. Ela veio até mim e logo se assustou. — O que houve, querida? — Mary, minhas costas doem! - Falei quase sem forças. Ela segurou minha mão e apontou para o chão, assustada. — Hana, isso é seu? Sua bolsa...? - Apenas balancei a cabeça, vendo-a apavorada. — E agora? O que faremos? Onde está Lion? — Calma Mary, está tudo bem. Pegue meu telefone e ligue para o contato "Scarlet", peça para que ela me encontre no hospital! - Falei me levantando, mas as dores pioraram. — Hana, calma, vamos dar um jeito. - Respondeu Mary, me segurando. Em seguida, mais duas professoras entraram na sala e uma delas resolveu me aco
Henry M I T C E L - Narrando♛ Foi desesperador, ter sido retirado do quarto, após ver Hana desmaiar. Eu fui para o corredor, esperar que me deixassem ver a minha filha, enquanto Scarlet estava ao meu lado, tentado avisar nossos pais do ocorrido. — Senhor Mitchel! - Chamaram, tomando nossa atenção. Sequei meus olhos e me virei para responder. — O que houve? - Perguntei me aproximando. — Estávamos tentando estancar a hemorragia. Ela precisa de doação de sangue, com urgência. - Disse a médica, com um semblante preocupado. — É tão difícil assim? Por acaso ela tem algum tipo raro? - Perguntei, vendo a médica confirmar, assentindo com a cabeça. — Ela tem um sangue raro, um sangue de RH nulo, conhecido também como, sangue dourado. - Disse a médica, com um semblante triste. — Nós não temos nenhum doador no país, além de um homem que faleceu a cinco anos atrás. — Rick Backer? - Perguntei, tendo um olhar de surpresa sobre mim. — Como sabe? - Perguntou ela, me fazendo rir desacreditado.
Candice M I T C H E L - Narrando.♛Era muito difícil de chegar ao subúrbio da cidade, sem ser notado. Estávamos dentro do carro de Scarlet, andando vagarosamente pelas ruas de Downtown, a procura de um antigo orfanato.Há muito tempo, Eve me trouxe até aqui, me mostrando uma pessoa que ela amava muito, mas tinha que cuidar de longe. Ela me pediu para eu manter segredo, mas agora, não há mais tempo para isso.Paramos em frente a uma antiga igreja, onde havia duas madres varrendo a frente e quando viu o carro, logo nos deram um sorriso.— Olá, irmãs! - Falei acenando. Uma delas parecia, até, ter me reconhecido.— Quanto tempo! - Disse ela, largando a vassoura e vindo até nós. Scarlet parou o carro e então, rapidamente, desci, para ir ao encontro dela.— Madalein, ainda não seguiu suas miss&otild
Henry M I T C H E L - Narrando ♛ Mais uma parada cardíaca, insuficiência renal e risco de parada generalizada dos órgãos. Eu estava devastado, não conseguia comer, não fui para casa para tomar um banho, só conseguia chorar e torcer mentalmente, para que tudo isso acabasse logo e Hana voltasse para mim. Já estávamos indo para o segundo dia e era tudo, como u m pesadelo para mim. Pegamos um quarto VIP, onde todas as aparelhagens de UTI estavam prontos para trazer Hana, que permanecia em coma induzido. Me sentei no chão, já sem forças e dobrei minha perna direita, apoiando o calcanhar no chão, pousando meu braço em cima. Dali eu voltei a chorar. Quem disse que homem não chora, é porque nunca chegou verdadeiramente ao fundo do poço. — Ei Cara! - Disse Jason, se sentando ao meu lado. — Clama, vai dar tudo certo! — Como vai dar tudo certo? A minha filha prestes a receber alta, minha mulher está em coma, lutando pela vida e o namorado dela, está na sala de espera. Acha mesmo que essa
Eu nunca imaginei que um dia, acabaria me declarando para alguém. Eu só queria dizer a ela, que nunca imaginei que acabaria assim, eu estando perdidamente louco de amor por ela. Mas nada saiu como pensei, muito pelo ao contrário; a máquina apitou, outra parada cardíaca. As enfermeiras entraram correndo e eu me afastei, assistindo tudo aquilo, em completo desespero. — Não, Não... - Falei algumas vezes, sendo detido por alguns enfermeiros, antes de me aproximar. Quando fui obrigado a sair do quarto, um médico veio até mim instantes depois e tocou meu ombro. — Senhor Mitchel, infelizmente as bolsas de sangue, não foram suficientes. Precisamos de mais algumas bolsas para que ela se restabeleça. — Mais sangue? - Perguntei, secando os olhos para o olhar. Ele balançou a cabeça assentindo e aquilo me tirou o chão. Eu não sabia como fazer para a ajudar, o irmão dela já havia voltado para a casa, depois de alguns dias internado e ele fez o que podia, para nos ajudar. A minha única opção, e
Eu perdi as contas, de quantas vezes me ligaram do hospital, pedindo para que eu me apressasse.Hana já estava tendo complicações e provavelmente não resistiria mais nem uma hora, mas eu tinha a minha fé para me manter em pé e por isso, não desisti.Eu já não comia, bebia e nem se quer, sabia o que era dormir; estava sendo praticamente comparado a um zumbi. Eu só poderei descansar, quanto presenciar Hana abrindo os olhos.Tenho a certeza de que, foi exatamente isso, o que ela passou por mim.Após horas, chegamos ao hospital; eu pensei que sofreríamos algum ataque, ou que algo aconteceria durante o caminho, já estava acostumado com esse tipo de situação.E por um milagre, deu tudo certo.Já era outro dia quando chegamos ao hospital, o fuzo horário deixava todos confusos. Assim que passamos pela porta, uma equipe médica já estava em prontidão, para nos ajudar.— Senhor Mitchel, iremos fazer os testes e introduzir vitaminas na criança. Poderemos tirar apenas um litro de cada três horas,
Depois de um tempo, decidi colocar Juilie no berço e deitei na cadeira de amamentação, tirando um cochilo. Pedi a Scarlet que me acordasse uma hora depois, mas acordei com o celular tocando no dia seguinte.— " Alô!" - Falei, atendendo a chamada. — " Henry, Henry..."- Chamou a voz de Scarlet, desesperada. Me sentei rapidamente e olhei para o berço, não encontrando mais a minha filha adormecida. Calcei o chinelo e saí apressado do quarto, indo em direção as escadas.—" O que foi? Onde você está?" - Perguntei com desespero, descendo rapidamente as escadas, tirando o telefone do ouvido. Assim que cheguei na sala, minha mãe estava fazendo sala, para a policial e a filha dela.A pequena estava com Julie em seus braços, falando em japonês. Suspirei fundo e quando coloquei o telefone no ouvido, me ajoelhei no chão e chorei.— "Henry, por favor..!" - Disse Scarlet com uma voz fraca.— "Não, não pode ser!" - Falei, ouvindo um suspiro dela, do outro lado da ligação.— "Venha logo". - Desligue