LONDRES
— PARABÉNS, SENHOR, é uma menina.
William pegou a filha no colo, ela parecia um pequeno anjo sem asas.
— Você será a pessoa mais feliz do mundo, querida.
William a entregou para a governanta chamada Karen, que imediatamente foi dar um banho nela, e logo em seguida deu um beijo na testa da esposa.
— Você concebeu um milagre, meu amuleto da sorte.
Charlene sorriu porque adorava quando ele a chamava daquela forma.
Amuleto da sorte...
— Cuide bem dela, Will, preciso descansar um pouco.
— Descanse, querida, pois hoje é o melhor dia das nossas vidas, é o primeiro do restante das nossas vidas de plena felicidade.
— Ah!!! – disse antes de adormecer – o nome dela será Esther.
William sorriu.
— É um belo nome, querida, com certeza nos trar&a
DEPOIS QUE SUA ESPOSA finalmente conseguiu dormir, Charles na extrema escuridão pensava se o menino que nasceu anteontem seria seu. Tinha todos os motivos para acreditar que era. Segundo Rochelle dissera aquele dia...Com certeza era dele...ESTAVAM SÓ OS DOIS naquela casa. Charles estava muito cansado naquela noite e decidiu ficar em casa enquanto Christie, Jeremy e a menina Emily foram para a cidade fazer compras.Era início da noite e Rochelle apareceu no centro da casa, que deveria ser a sala, não havia divisão de cômodos ali, somente alguns panos que separavam os quartos de cada um deles no qual deveria estar portas.Rochelle estava com um vestido de flanela bem gasto quando saiu do quarto dela.Não era de admirar que Jeremy tivesse ficado louco por ela... – pensou Charles.— Oi, Charlie – cumprimentou ela bocejando. &n
JEREMY FICOU SÓBRIO pela primeira vez desde a morte de Rochelle e foi trabalhar, na primeira investida que deu contra a rocha, simplesmente encontrou o que lutou tanto para achar, a maior reserva de bauxita que já haviam encontrado, do dia para a noite Jeremy ficou riquíssimo e para comemorar comprou um anel de ouro cravejado com um rubi, era um anel de doutor, daquele momento ele seria conhecido como um lorde pelo Rei Jorge IV, quiçá daria uma das suas duas filhas por casamento.Jeremy pagou bebida a todos naquela noite e chegou completamente bêbado e viu Christie parada na porta, ele percebeu o quanto a bebida deixa as pessoas bonitas.— Estou rico, Chris... RICO!!! – gritou ele mostrando o contrato, seu anel reluziu pelo brilho do luar.— Você merece, Jeremy, lutou tanto por isso...— Sabia que você está linda, hoje?— Você está bêbado...
CHARLENE CARMINGTON SOUBE desde o início que foi um erro ter feito o parto em casa.Mas William insistiu tanto, pois estaríamos em um ambiente tranquilo e confortável. Ela se sentia muito cansada, parecia estar drogada. A última coisa que lembrou foi a governanta chamada Karen lhe entregando a criança chorando e depois absolutamente nada.— Charlene, cadê nossa filha? – indagou William ao longe.— O que?— Esther! Cadê ela?— Eu não sei… Eu… NOSSA FILHA SUMIU… WILL… NOSSA ESTHER SUMIU.WILLIAM NÃO FAZIA IDEIA do que fazer. Sua esposa estava fraca. Ele também ficou zonzo com aquele chá…— Karen…Charlene chorava, William a abraçou e perguntou:— Charlene do que se lembra?— Eu lembro que… Esther estava chorando
CLAIRE MORGAN ESPERAVA NO ARMAZÉM que outrora foi de seu pai e fazia quase quarenta anos que falira e um ótimo local para guardar sua fortuna. Aguardava impaciente sua nova parceira de crime.Droga, cadê a merda da Rochelle com a criança?DONALD BRICKSTONE ANDAVA de um lado para outro horrorizado com o que sua esposa acabara de realizar.Sequestro… Carmington? Aquele Carmington?— Que merda, Rochelle? O que deu na sua cabeça de fazer uma asneira dessas?— Olha como ela é linda, Don.Rochelle olhava fascinada para o bebê adormecido.— Preste atenção, querida. Ela é filha de William Carmington. O cara vai mover terra, água e ar para encontrá-la.— Claro que não vai. O que importa para ele é o dinheiro isso sim. Você devia ter visto a mansão que eles têm,
— VOVÓ... EU VIM FICAR com você.Claire a olhou com desdém enquanto fumava seu cigarro na piteira e assoprou a fumaça no ar.— Cadê o seu pai, criança?A expressão de Emily mudou imediatamente.— Ele não é meu pai.— Eu tão pouco sou a sua avó, então, some daqui.— Minha mãe, morreu, sabia?— Sorte a sua, ter uma cadelinha vadia como Rochelle como mãe é melhor não ter.— Como pode falar assim da própria filha?Claire se levantou e foi até a garota.— Pirralha, Rochelle não era minha filha, o que me faz tudo, menos ser a sua avó, digamos que você foi um projeto que deu errado, simples assim, está satisfeita agora?Emily começou a chorar.— Me poupe das
LEVOU UMA HORA para encontrar Charles indo meio trôpego para a autoestrada. Até que enfim o encontrei, eu sei que ele irá me ouvir... ele tem que me ouvir...— CHARLES! CHARLES! Espere... por favor... eu posso explicar.Charles se virou e esperou Christie chegar até ele.— Charles, não faço ideia do que aquela menina inventou, mas...— Nem mais uma palavra, Christie. A pobre menina não disse nada, eu vi com os meus próprios olhos... Como pôde, Chris? Passamos por tantas coisas juntos e você me faz uma coisa suja dessas...— Eu posso explicar, Charlie. Você sabe muito bem o que Jeremy iria fazer não sabe? Ele descobriu o minério por minha causa. Por nossa causa. Imagina só que o desgraçado assinou um contrato milion&aa
ERA UM DIA TRISTE, chuvoso, bem comum para os londrinos, mas para William Carmington era o pior dia da vida dele. Charlene sua esposa acabara de ser enterrada. Morreu angustiada por não encontrarem a filha deles.Tanto recurso para nada... William sentia vontade de esmagar a cara daquele cara do FBI, Jeffrey Pearsons, quando ele disse simplesmente:— Não sei por que insiste tanto em procurar essa menina, William, com certeza está a sete palmos debaixo da terra em algum país imundo.CHARLENE TINHA MUDADO da água para o vinho, andava vasculhando a casa em busca de algo, ficara muda, não comia. Uma morta-viva. Três anos com a esperança de que a menina voltaria aos seus braços, tudo em vão.A esperança é algo muito cruel... &nb
CHARLES ALUGOU UM PEQUENO apartamento no centro de Nova Deli e continuou trabalhando nas cidades ao redor da capital em busca de campos de bauxita, ele sabia que algum dia alguém gritaria o número da sua senha e ele ficaria rico, não precisava dos favores de Jeremy e Christie...Que eles se fodessem todos...Existia uma vantagem clara em ser branco e inglês naqueles dias, todos gostavam de trabalhar com ele achando que ele teria uma larga vantagem sobre a concorrência, mas logo percebiam que o fato de você ser um pobre branco em um país livre não te faz diferente de uma pessoa pobre e de pele escura, no fim das contas, eram apenas pobres humanos tentando um lugar ao sol destinado a poucos.Em um dos dias em que estava nos campos, Jeremy apareceu.— O que você quer aqui?— Acho que te devo desculpas.— Chifre trocado não dói.Jerem