POR UM LADO, CHRISTIE não estava sentindo remorso algum por aquele garoto ter sumido de sua vida, era uma boca a menos que tinha que sustentar, ainda mais depois que ela tinha perdido tudo o que tinha levado de Jeremy, porém, ela sabia que mais dia ou menos dia, aquilo aconteceria e era melhor que fosse o quanto antes.
Christie abraçou seu filho e já não sabia mais o que poderia fazer da vida, tinha tentado contato com Charles que jamais a atendeu.
Aquele desgraçado irá me pagar...
JÁ FAZIA ALGUNS DIAS que ela estava tossindo muito e em um certo dia, Brian a viu desmaiada na cozinha e chamou por ajuda, o médico demorou mais de sete horas para chegar e ao analisá-la, foi constatado que ela tinha tuberculose já em estado muito avançado.
— Por acaso você tem alguém com quem deixar seu filho?
Ela negou com a cabeça.
BRIAN ENTROU no orfanato e viu diversas crianças ali, inclusive, Joe.— Está fazendo o que aqui? – Disse Joe.Brian levantou os ombros como quem estivesse dizendo:Sei lá, cara, só me trouxeram aqui e aqui estou…Mas Joe sabia que Christie há muito tempo não estava bem, principalmente depois de alguns relacionamentos que ela teve e levaram tudo dela, aos poucos ela foi definhando até chegar àquele momento crítico.— Foi tarde…— Disse alguma coisa, Joe?Ele sorriu, bagunçou os cabelos loiros do garoto e sorriu dizendo:— Não é nada não… vai dar tudo certo, agora estamos juntos até o fim… Mas no dia seguinte, Joe sumiu.
— SENHORAS E SENHORES – começou o apresentador da noite –, apresento a todos vocês, a nova dama da sociedade londrina, futura presidente de todo o Império Carmington, Emily Carmington...Houve uma explosão de aplausos, ela fez uma reverência perfeita e desceu as escadarias com toda a elegância, mas ao ver Claire, indubitavelmente teve só um pensamento:É hoje que será seu último dia…Coincidentemente, Claire pensou a mesma coisa.Joe observava a linda Emily se dirigir ao lugar próximo de uma velha elegante, no qual Christie dissera que seria a verdadeira raptora da garota e a responsável por sua ida ao orfanato. Joe não se lembrava nem um pouco de Emily, mas era irmão dela e também deveria estar sendo homenageado aquela noite.— LINDA, NÃO É MESMO, filho? – perguntou George H
A CHUVA ESTAVA MUITO FORTE. As gotas batiam nas janelas como pedras. Brian estava com a luz acesa, pois tinha medo do escuro. Olhou ao redor e mais onze garotos estavam dormindo profundamente no mesmo quarto, Brian sentia ainda mais sozinho sem Joe por perto. Não sabia quem era seu pai, mas Joe disse que era um homem podre de rico, portanto, podia ajudá-lo. Começou a chorar sozinho. Não sabia como entrar em contato com o pai preso naquele orfanato.Havia algo bom num primeiro momento no orfanato que era ver Joe, porém, ele sumiu do mapa sem deixar quaiquer vestígios.— Foi tarde... ninguém aguentava mais aquele garoto aqui que só vinha para comer.Não conseguiu dormir à noite e levantou assim que os primeiros raios de sol adentraram pela janela. Escovou os dentes, tomou o desjejum e quando estava prestes a ir trabalhar na fazendinha foi chamado pela diretora.&nb
CHARLES RICHMOND ESTAVA com uma das suas grandes enxaquecas, um correspondente estava dizendo algo sobre uma explosão de uma de suas minas no deserto da Califórnia.Estava ficando velho, ele pensava a cada dia que passava. Não tinha herdeiros. O Dr. Phillips lhe disse que precisava de descanso, férias, mas era impossível, pois era ele que tomava as decisões da Richmond Corporation, desde uma gripe de um dos funcionários ou até aquela situação que houvera mortes.— Perry, mas como isso aconteceu? Tinha alguma chance de isso ter sido premeditado?— Como assim? Não havia como sabermos, claro que haverá uma investigação e…— Com licença – disse uma moça loira com seu suéter e saia tweed cinza. Para Charles, Londres era toda cinza.— Eu não disse, senhorita Natali
EMILY NÃO PRECISOU esperar muito. Claire depois da festa de gala de seus quinze anos começou a esquecer das coisas, fase esta que durou dois anos, quando Claire certa noite entrou em sua banheira completamente bêbada, adormeceu e se afogou.Emily foi eleita a jovem mais rica do mundo com seus apenas dezessete anos segundo a Fortune 500, recorde quebrado três meses depois pelo jovem Brian Richmond de apenas treza anos com uma herança de cinco bilhões de dólares.No dia do enterro de Claire, Joe pediu Emily em casamento. Emily guardaria aquele dia tão feliz por muitos anos e depois se arrependeria dele amargamente pelo resto de sua vida.EMILY SENTOU-SE na cadeira e se sentiu uma rainha pela primeira vez na vida. Não acredito que este dia finalmente chegou… enfim tudo agora é exclusivamente meu… som
CHARLES PREENCHEU um cheque com sua caneta de ouro. Assim que terminou, passou às mãos de Gertrude Davis.— Aqui, Sra. Davis, creio que isso ajude um pouco nas despesas do orfanato. Tenha uma boa tarde.— O senhor também.Gertrude saiu da sala e quando começou a descer as escadas por pavor de elevadores, abriu o cheque e quase que saiu rolando pelas escadas. O cheque era do valor de 5.000 libras esterlinas.CHARLES TORNARA-SE o “tio” das crianças do orfanato. Sempre levava algum presente para todas as crianças, mas Brian sempre recusava. Naquela tarde iria enfrentá-lo, disse para si mesmo. Brian estava concentrado no tabuleiro de xadrez.— O que faz sozinho aí? – Perguntou.O menino levantou os olhos para ele e Charles percebeu que tinha os mesmos olhos verdes jade que o dele.Esse garoto é o meu filho, com certez
JOE TINHA APENAS 14 anos de idade e já estava sentindo toda a força que o dinheiro poderia ter. Seus pais eram da riqueza londrina. Mas era dinheiro velho, assim que Joe comentou o relacionamento com Emily, a Princesa das Armas, como era apelidada, os seus pais adotivos pularam que nem crianças após uma compra de um brinquedo novo. Uma coisa que Joe nunca experimentaria na vida.— Te falei querida, esse garoto vale ouro – disse George Hurtchinson abraçando Joe e o levantando como um troféu – Joe, você nasceu para ser um rei, vi isso nos seus olhos, naquele orfanato imundo. Seu lugar é com os grandes desta terra.Me fale alguma coisa que eu não saiba...QUANDO O TELEFONE TOCOU, era o patrão de George, ele sabia da urgência da situação.— Desculpe, mas tenho que ir.— Sabe se ele conseguirá sair
CHARLES ENTROU COM UMA AÇÃO para ter direitos de guarda sobre seu filho e como tudo neste mundo, ele venceu a ação, ele sabia que se não tivesse herdeiro o Estado ficaria com tudo, sua ideia era desde o princípio devolver todo o dinheiro que havia roubado de Jeremy e Christie.— Espero que algum dia você entenda tudo o que fiz, filho.— Porque, pai?— Existem coisas que vão além da nossa compreensão... hoje percebo que ter todo o dinheiro do mundo não quer dizer absolutamente nada.— Talvez porque um dia lhe faltou.Charles abraçou o filho.— Nenhum dinheiro no mundo pode comprar certas coisas, o fato de ter me faltado dinheiro um dia deveria me fazer enxergar além dele, mas o dinheiro nos deixa cego para muitas coisas.— E hoje você está enxergando?