Mundo de ficçãoIniciar sessão
Quando o loiro pôs seus olhos diante do garoto de cabelos cacheados, barba por fazer e um belo par de esmeraldas tão brilhantes quanto as dele, seu coração vacilou em uma batida acelerada. Era como se estivesse o vendo pela primeira vez, mas diferente de como realmente fora, Ethan não distribuía um sorriso arrasador e muito menos parecia um menino inocente com sede de ação em sua vida. Ele estava quebrado, na verdade.
Erick notou como o sócio da Articus o cumprimentou de forma contida, com um clima estranho e até mesmo desconfortável entre eles, como se fossem dois estranhos ou meros colegas de trabalho indiferentes um para o outro.
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29 - MÃE
Depois do escândalo de divórcio, das descobertas que fizera acerca da própria família e de quase perder os dois filhos em uma tentativa desesperada de manter a pose, Luíza conseguiu aceitar a realidade em que vivia sem fantasiar sobre uma vida perfeita.Um pouco longe do ideal, a loira não estava completamente feliz com o caminhar das coisas, mas pelo menos não existiam mais ataques histéricos e negações veementes sobre os rumos aos quais seus herdeiros decidiram tomar em busca de mais autonomia – longe de seu punho de ferro com unhas tradicionalmente vermelhas.Quando Erick dec
30 - UM ENCONTRO
Era um dia comum: o sol irradiava seu amarelado acalorado lá fora, as poucas nuvens que estavam no céu denotavam uma coloração levemente acinzentada pela poluição característica e o movimento em São Paulo era a mesma coisa caótica de sempre.Ethan, ao contrário dos outros dias, não ficaria preso dentro de casa como se estivesse em cárcere de privado dessa vez – durante todo o tempo em que se mudou de apartamento, sua vida social se limitava a ir ao mercado e, agora, às consultas psicológicas.— Olá, seja bem-vindo à Yo
31 - LAPSO DA VERDADE
Após a conversa que tivera com sua mãe, Erick decidiu que tentaria seguir seu conselho: conhecer outras pessoas, arejar um pouco os laços sociais e tentar trilhar novas conexões. Tudo bem que ele não era a pessoa mais fácil de se criar amizade, e que a ideia de ir em bares a procura disso parecia meio deprimente e nem um pouco seu estilo de agir, mas talvez não precisasse fazer isso sozinho.O episódio do carro com Zayn ainda rondava sua mente, e todos os sinais indicavam que apostar nele era uma coisa racional a se fazer. Então, dessa vez, seguiria sua intuição – e as palavras de Luísa.
32 - OPORTUNIDADE
Ao postar aquele vídeo na internet, Ethan já imaginava que algum conhecido bateria em sua porta para saber como as coisas estavam – e ele era muito grato por isso –, mas quando o viu ali, parado com uma expressão de receio misturada com a sensação que apenas os dois poderiam sentir naquele momento, seu impulso de agarra-lo em um abraço apertado falou muito mais alto.Como retribuição, Erick também envolveu seus braços por seu corpo, o apertando de volta. — Vim assim que soube do que você fez. – O escutou dizer meio abafado pelo moletom escuro que usava.
33 - A PIOR DECISÃO
Londres era como uma segunda casa para Erick. Burguês como sempre fora, muitas viagens em família se passaram ali, o trazendo lembranças nostálgicas e melancólicas como a primeira vez que saira de seu país, ou as férias de verão que ele e Noah passavam correndo pelos lugares turísticos enquanto seus pais tentavam alcança-los.Ele conhecia aquele lugar na palma da mão, e isso era ótimo porque Zayn estava mais do que empolgado com tudo o que via e não sabia direito por onde começar.O loiro o mostrou os melhores pontos turísticos – como a famos&i
34 - BAGUNÇA
Infelizmente para Ethan, como se não bastasse ter que ver o cara que amava em uma viagem de conotação supostamente romântica, ele se encontraria com Zayn para saber detalhes da reunião ao qual ele e o ex participaram em Londres.Sua voz, agora inconvenientemente irritante, podia ser ouvida do corredor, possivelmente fofocando com a sua secretária – já que eram amigos desde sempre.Quando o viu, o garoto tirou o sorriso brilhante da cara, suspirando fundo e se preparando para a conversa profissional que teriam.— Bom dia, Ethan. – Murmurou, passando as mãos pelos cabelos, desconfortável. A secretária também pareceu sem lugar
35 - ILUSÃO
— Ei, estava te esperando. – Ouviu aquela voz conhecida o dizer.O dia parecia péssimo, um dos piores de seu ano inclusive, e tudo que Ethan não queria era agir como um cara legal socialmente estável. Não naquele momento.— Sério? – Disse desanimado, forçando um sorriso triste. — Posso saber por qual motivo?Dylan não percebeu – ou ignorou – seu estado, e apenas aproximou–se do moreno. — Vamos
36 - EXALTAÇÃO
— Me desculpa, eu não queria atrapalhar seu lance. – Ouviu o ruivo dizer assim que voltou para aquela droga de restaurante.Totalmente de cara fechada, Ethan sequer queria conversar com Dylan, sequer entender a razão pelo qual ele decidira simplesmente mentir na cara dura que eles estavam namorando. Mesmo assim, tendo plena ciência de que deveria se explicar, o garoto continuou: — Fiz aquilo por um impulso, na verdade. – Murmurou, sem conseguir subir os olhos da mesa em que estavam. — Quando vi quem era o cara que você vive falando e dizendo que ama, me senti por baixo. Tipo... Ele é bem bonito, parece ser uma pessoa boa, também pelo o que sei dos seus desabafos, e eu não queria ficar na posição de “ex