Melissa estendeu a mão. Nico, que estava atrás dela, entregou os documentos para Melissa. Alexandre e Sandro franziram o cenho ao mesmo tempo, sentindo uma onda de inquietação crescer em seus corações. — Este aqui é um relatório de investigação que comprova que o senhor, tio Alexandre, conspirou com parceiros comerciais para substituir os materiais regulamentados da empresa, desviando fundos para benefício próprio. Este outro documento mostra que o senhor desviou dinheiro da empresa... — Que absurdo! — Alexandre interrompeu, furioso. — Trabalho nesta empresa há tantos anos, sempre com dedicação, e nunca ultrapassei nenhum limite! Nem mesmo Joaquim, enquanto estava vivo, ousaria me acusar com essas calúnias infundadas! E você, quem pensa que é? Apenas um brinquedo que abriu as pernas para agradar homens! Se não fosse pela família Aragão te apoiando, você acha mesmo que teria a audácia de se sentar na minha frente agora? Alexandre disparou palavras grosseiras e ofensivas. O r
Melissa entregou os dois a Sergio e não deu atenção, independentemente de Carolina estar chorando ou xingando.— Você vai mesmo procurar o Joaquim? — Álvaro perguntou. Melissa acenou com a cabeça enquanto arrumava suas coisas. Álvaro ergueu uma sobrancelha, percebendo que seria inútil tentar dissuadir ela, e desistiu de insistir. — A empresa e o bebê, eu cuido para você. Vá tranquila. Ouvindo isso, Melissa não conseguiu evitar levantar o olhar. — Obrigada. Se não fosse por Álvaro e pela família Aragão, ela não teria passado os últimos dias com tanta tranquilidade. Álvaro bagunçou de leve o cabelo dela e disse: — Se tiver qualquer problema, me ligue. Melissa assentiu com firmeza. No dia seguinte, Raquel levou o bebê para morar temporariamente com a família Aragão, enquanto Melissa partia para uma ilha no Pacífico Oeste. A equipe de resgate não havia encontrado Joaquim, mas indicou alguns lugares onde ele provavelmente estaria, caso ainda estivesse vivo. Melissa d
No momento em que Anísio viu a foto de Joaquim, suas pupilas se contraíram levemente. Aquilo não parecia a reação de alguém que nunca tinha visto Joaquim antes. Os outros não deixaram de notar essa mudança sutil em sua expressão. O coração de Melissa começou a bater mais rápido. — Eusébio, seja esperto. O siga e veja o que está acontecendo com Anísio. Tenha cuidado. — Pode deixar, Srta. Melissa. Pode confiar em mim. Enquanto falava, Eusébio já havia saído pela porta. Melissa olhou para Jacarias e perguntou: — Você disse que há algo valioso nesta ilha. Que tipo de coisa é? Ela sentia que estava cada vez mais perto de Joaquim. Jacarias então compartilhou as informações que havia reunido. Diziam os rumores que a pessoa influente que vivia isolada naquela ilha possuía negócios muito amplos. Um desses negócios era o leilão de antiguidades. As peças de suas coleções não vinham de fontes propriamente legais, mas havia um fluxo constante de produtos. De vez em quando, a
Assim que terminou de falar, Melissa já havia levantado o pé e corrido rapidamente, desaparecendo em meio à multidão. Nair ficou tão assustada que seu coração parecia prestes a saltar do peito. Sem pensar duas vezes, correu atrás dela. O olhar de Melissa estava fixo em um ponto, enquanto continuava correndo sem hesitar. A multidão era densa e apertada, e Melissa só conseguia enxergar a metade da cabeça daquela pessoa. Mas ela tinha certeza absoluta: aquele homem era Joaquim. Ele não estava morto. Ele realmente não estava morto! A alegria e a saudade explodiram dentro de seu peito. Melissa abriu caminho entre as pessoas, até que finalmente conseguiu agarrar o braço daquele homem. — Joaquim! O homem se virou, revelando um rosto incrivelmente bonito. Era ele! Era realmente ele! Ele estava mais bronzeado, mais magro, mas ele era Joaquim. — Joaquim, é mesmo você! Que bom, você não morreu! Você está vivo! — Melissa o abraçou com força, as lágrimas em seus olhos escorr
O corredor escuro e estreito estava impregnado por um forte cheiro de peixe. Era ali que as barracas de beira de estrada armazenavam peixes e camarões. Mesmo durante o dia, quase não havia luz naquele lugar. Na penumbra, uma mão segurava firmemente o braço de Melissa, enquanto outra apertava seu queixo. A voz fria e inconfundível de Joaquim ecoou: — Eu já disse que você me confundiu com outra pessoa, não entendeu? Melissa soltou uma risada sarcástica. — Então quer dizer que você se chama Pascoal? Que coincidência... Você é idêntico ao meu amigo. Na escuridão, Joaquim permaneceu em silêncio por um instante antes de responder: — Isso não prova nada. Eu não sou quem você está procurando. Pare de me seguir. Melissa tinha quase certeza de que aquele homem à sua frente não havia perdido a memória. Mas por que ele estava fingindo que não a conhecia? "Será que todo aquele amor que ele demonstrou era apenas fingimento? Ele disse que queria se casar novamente comigo, que
Dessa vez, foi a vez de Melissa apertar os lábios e não dizer nada. Joaquim disse: — Essa ilha é muito perigosa. Seja sensata, volte primeiro. Melissa respondeu de repente: — Mesmo que esse chefe tenha provas, ele com certeza não vai entregar as coisas para você tão facilmente. Mesmo que Joaquim quisesse roubar, ele talvez nem tivesse a chance de conseguir. Caso contrário, ele não teria ficado tanto tempo preso na ilha. Dois meses sem conseguir pegar o que procurava só podiam significar que Joaquim havia encontrado dificuldades. — Eu posso te ajudar. Essa era exatamente a razão pela qual Joaquim não queria reconhecer ela. Assim que reconhecesse Melissa, ela certamente acabaria envolvida. Era perigoso demais. Os dois se encararam por alguns instantes antes de Joaquim ceder mais uma vez. — Está bem, mas você tem que obedecer às minhas ordens. Melissa arqueou as sobrancelhas e assentiu. Joaquim acrescentou: — Então, vou te levar de volta. Melissa falou de r
O chefão da ilha era conhecido pelo apelido de K-Falcão. As provas que Joaquim precisava encontrar, após uma investigação minuciosa, deviam estar escondidas em uma base secreta de K-Falcão. Essas bases guardavam todos os registros das "atividades obscuras" realizadas por ele ao longo dos anos na ilha. Eram também grandes depósitos onde armazenava inúmeros tesouros raros. Sozinho, Joaquim não tinha como romper as defesas do depósito. Eles precisavam bolar um plano para entrar sem que ninguém percebesse e, então, levar os itens necessários. ... Dois dias depois, Melissa olhava para Álvaro, que havia acabado de desembarcar na ilha, visivelmente surpresa. — Por que você veio pessoalmente? — Perguntou ela. Álvaro sorriu: — Assim tem mais peso. Somente sua presença seria suficiente para chamar a atenção de K-Falcão. Com um impacto maior, Joaquim teria uma chance muito maior de agir. — Mas é muito perigoso. — Melissa parecia preocupada. Álvaro deu uma risada leve:
A porta do cofre foi aberta, revelando uma visão deslumbrante de itens variados e luxuosos. O cofre era espaçoso, e dentro dele, silhuetas de pessoas se movimentavam. Melissa franziu ligeiramente as sobrancelhas. "Será que este lugar realmente tem o que Joaquim está procurando?" Mesmo que tivesse, provavelmente seria difícil de pegar. Ao seu lado, Joaquim lançou a ela um olhar tranquilizador. O que o estava prendendo até então era justamente a porta do cofre. Agora que estava aberta, o restante seria apenas um detalhe. Álvaro fez um gesto para que Melissa entrasse e escolhesse os itens. Sem se preocupar mais com Joaquim, Melissa deu alguns passos e entrou. Seu maior talento era com pinturas a óleo, então ela naturalmente se dirigiu para essa seção. Com um olhar geral, os olhos de Melissa pousaram em uma pintura em particular. Ela colocou as luvas e pegou a obra com cuidado. Os olhos de K-Falcão brilharam com um lampejo de admiração, e ele exclamou: — Você te