Sandro, ao ver o sorriso de Álvaro, sentiu imediatamente um gosto amargo e sufocante no peito. Forçando um sorriso, respondeu: — Não está atrasado, eu também acabei de chegar. Álvaro esboçou um leve sorriso e puxou a cadeira para se sentar. A sala privada mergulhou em um silêncio prolongado. Por fim, foi Sandro quem não conseguiu suportar a atmosfera. Ele ajustou a gravata e quebrou o silêncio: — Presidente Álvaro, o senhor me chamou aqui para falar sobre o quê? Álvaro curvou levemente os lábios em um sorriso e respondeu: — Naturalmente, quis convidar o Sr. Sandro para jantar. Nossas famílias agora podem ser consideradas quase parentes. Um jantar juntos é algo perfeitamente razoável. Sandro apertou os lábios. "Razoável, é?" — Presidente Álvaro, se tem algo a dizer, diga diretamente. Álvaro arqueou as sobrancelhas, colocou o copo de água na mesa e disse calmamente: — O Sr. Sandro é direto, então eu também serei. Melissa é minha prima. Ela é a única neta da famí
— Presidente Sandro? A pessoa do outro lado da linha ouviu o som alto pelo telefone e não conseguiu evitar encolher o pescoço. Esperou por um bom tempo e, vendo que a ligação não havia sido desligada, arriscou falar com cuidado. Sandro soltou mais um palavrão, pegou o celular com raiva contida e disse: — Não me importa o que você faça, mas precisa abaixar a repercussão dessa história. Se não, pode fazer as malas e voltar para roça para plantar mandioca! A pessoa do outro lado só pôde lamentar silenciosamente, mas não teve escolha senão concordar. No final, perguntou com cautela: — E quanto ao plano original? Continuamos? Era evidente que tudo aquilo era um aviso da família Aragão. Com base no quanto a família Aragão vinha protegendo Melissa recentemente, se eles continuassem e acabassem realmente prejudicando ela, era óbvio que a família Aragão não deixaria barato. Ele estava com medo... Medo de não aguentar a retaliação da família Aragão. Sandro riu friamente: —
Durante o período de resguardo, Melissa se manteve isolada, recusando receber visitas. Ela não fazia ideia de como Álvaro estava lidando com as coisas do lado de fora, mas, de alguma forma, ninguém ousou perturbar sua paz. No entanto, o corpo de Melissa não estava se recuperando bem. Além disso, o leite materno para o bebê não era suficiente. Raquel não teve escolha a não ser introduzir fórmula infantil. Levi, sem ser exigente, aceitava qualquer coisa que lhe fosse oferecida. Ele comia com entusiasmo todas as vezes. Ao ver ele, Melissa comentou: — Que tal pararmos com o leite materno? De qualquer forma, não era muita coisa. A criança não ficava satisfeito apenas com o leite materno. Depois de amamentar, ainda bebia quase metade de uma mamadeira de fórmula. Raquel suspirou e aconselhou: — Durante o resguardo, é melhor continuar amamentando. É bom para o bebê e também para a sua saúde. Ela sabia bem o motivo de Melissa não estar produzindo leite suficiente. Com
O corpo de Raquel tremia sem parar, e ela sussurrou no ouvido de Melissa: — Levi sumiu! Melissa se levantou de um salto. — O quê?! Álvaro segurou firme sua mão, apertando ela com força. Melissa voltou a si. Sua reação já havia atraído a atenção de muitas pessoas. Ela se recompôs e puxou Raquel para saírem. Álvaro deu instruções a Nico e Felipe para que ficassem de olho no local e seguiu atrás delas. ... — O que exatamente aconteceu? O corpo de Raquel ainda tremia, e sua voz estava embargada: — Depois que o bebê viu os convidados, eu o levei para sair um pouco. Achei que ele devia estar com fome, então fui preparar o leite. Ele estava bebendo com vontade, então achei que não teria problema soltar ele por um momento. Pensei em ir ao banheiro rapidamente e deixei ele com a cuidadora. Mas, quando voltei, percebi que a cuidadora não estava mais com ele. Quando perguntei, ela disse que a Sra. Nina havia levado o bebê. Melissa franziu o cenho. — Nina? Então, por que vo
Os dois dirigiam à procura de Nina, mas descobriram que o carro dela não estava estacionado em sua casa. Pelo contrário, ele continuava em movimento. — Para onde ela está indo? — Perguntou Melissa, confusa. Álvaro não respondeu, apenas continuou seguindo o carro. Finalmente, o veículo parou em um canteiro de obras abandonado. O som estridente dos freios ecoou na escuridão da noite. Melissa não esperou o carro parar completamente. Ansiosa, abriu a porta e desceu apressada. O ferimento em seu abdômen começou a doer levemente com o movimento brusco. O médico já havia alertado que sua recuperação não estava indo bem e que ela precisava se cuidar. Caso contrário, poderia ficar com sequelas permanentes. Mas naquele momento, Melissa não podia se dar ao luxo de se preocupar com isso. A porta do carro à frente se abriu. Antes mesmo que a pessoa saísse do veículo, Melissa a agarrou com força. Contudo, quem foi puxada para fora não era Nina. Era, aparentemente, uma amiga del
Saindo da Cidade R, o aeroporto mais próximo era o Aeroporto Internacional Ponte Lusitana. "Para onde Nina quer levar meu filho? Para a Cidade A ou para outro país?" Não importava para onde ela quisesse ir, uma vez que o avião decolasse, seria realmente muito difícil encontrar ela novamente. Álvaro dirigia o carro e tentou tranquilizar ela: — Ela está com a criança, não vai conseguir agir rápido. Mesmo que embarque, enquanto estiver viva, eu darei um jeito de encontrar ela. Melissa permaneceu em silêncio. Ao olhar para aquele pequeno ser, Melissa percebeu que não o amava tanto quanto imaginava. Era mais uma sensação de espanto. Um ser tão pequeno... Ele realmente nasceu dela? Aos poucos, Melissa começou a se apegar à criança. Quando não o via, sentia saudades. "Como ele está agora? Está com fome? Será que a fralda precisa ser trocada? Está com frio? Ou calor?" Cada pequeno detalhe a preocupava. Fazia quase duas horas que não via a criança, e seu coração estava
Nina percebeu algo errado e imediatamente fugiu com a criança no colo. A atendente ainda tentou chamar ela, mas, com tanta gente no aeroporto, em um descuido, a mulher realmente conseguiu escapar. Nesse momento, Melissa e Álvaro entraram às pressas no local. Álvaro sabia quem Lucas estava procurando e foi direto ao ponto. A atendente, bastante constrangida, explicou: — Ela parece ter percebido algo estranho e acabou de fugir com a criança. Encontrar alguém que não queria ser visto em um aeroporto cheio de pessoas era realmente difícil. Ela devia ter chamado reforços mais cedo. A atendente se arrependeu profundamente. Álvaro olhou para o crachá dela, onde estava escrito "Jussara". — Srta. Jussara, muito obrigado. Jussara ficou surpresa e agitou as mãos de forma nervosa. — Não... Não precisa agradecer. Ela não podia fazer mais nada além disso e, mesmo tendo recebido sua recompensa, se sentia profundamente inquieta por dentro. Álvaro não deu mais atenção a ela
O aeroporto estava cheio de curiosos. As duas mulheres se encaravam, e Melissa, com o rosto tomado pela angústia, rapidamente conquistou a simpatia da maioria das pessoas. — Só mesmo uma mãe de verdade para se preocupar tanto com a criança. Ninguém mais é capaz disso. — Não é bem assim. Olha só como o menino está chorando, dá uma pena de cortar o coração! Eu, que nem conheço, já fico comovido. Essa mulher com certeza não é a avó de verdade. — Pois é! Qual avó de verdade teria coragem de ver o netinho chorando desse jeito? Aposto que ela não é a avó biológica! — Será que essa mulher é uma sequestradora de crianças? Assim que essa hipótese foi levantada, Melissa ganhou apoio imediato da multidão. — Chamem a polícia! Chamem a polícia! Prendam essa sequestradora! Nina nunca havia sido alvo de tantos apontamentos e insultos. Enfurecida, gritou: — Calem a boca! Esse é meu neto de sangue! — Apontando para Melissa, começou a xingar ela. — Desde que o menino nasceu, ela não me