Melissa não sabia o que ele estava pensando por dentro, senão com certeza o teria xingado de "pervertido!". Ela viu que ele não respondeu por um tempo e, abandonando a brincadeira, perguntou desconfiada: — O que houve? Joaquim ficou extremamente grato que a iluminação dentro do carro era fraca, então Melissa provavelmente não notaria nada estranho nele. Respirou fundo e disse: — Nada, só lembrei de repente de algumas coisas do trabalho, me distraí um pouco. Vamos subir. Melissa o observou desconfiada, mas não insistiu. Eles haviam acabado de subir quando Luiz chegou com Bernardo. Com receio de atrapalhar o descanso de Melissa, todos foram para o apartamento de Joaquim. Fernanda e Mariana estavam ocupadas com outros compromissos e não puderam comparecer. No final, apenas Murilo acabou aparecendo também. Quando Luiz viu Murilo, quase fechou a porta na cara dele.— O que você está fazendo aqui? E como sabia que íamos nos reunir? Murilo estava com uma garrafa de vinho
Quando Joaquim disse isso, Melissa finalmente se deu conta de que Daniele realmente estava quieta demais ultimamente.Ela tinha ido duas vezes à casa da família Amorim e não tinha visto Daniele em nenhuma das visitas."Por que hoje ela começou com essa confusão de repente?"A expressão de Joaquim também não estava nada boa.Anteriormente, Daniele tinha dito que ia viajar com amigos, todos colegas da universidade, então Joaquim não se preocupou e até pensou que ela estava começando a levar a sério o que ele lhe dizia.Mas quem diria que, ao invés de estar viajando, Daniele apareceria de repente na Cidade R e, pior ainda, se meteria numa briga com Pedro?A essa altura, ninguém mais conseguia se divertir, e todos foram em massa para a pequena mansão de Pedro.Joaquim e Melissa foram para resolver o problema. Os outros três, claro, estavam lá só para assistir ao drama.Quando o grupo chegou, Daniele e Pedro já tinham dado uma pausa na discussão.O rosto de Pedro estava coberto por alguns a
— O que você aprendeu com a família Amorim desde criança? Onde foi parar? Grávida antes do casamento, sem nenhum respeito por si mesma. Isso jogou a honra da família Amorim no chão, para que todos pisassem. Joaquim estava realmente furioso, seu rosto estava sombrio, e ele só conseguia falar com raiva. Daniele ficou completamente atordoada com o tapa. Só depois de um tempo, com o rosto coberto, começou a chorar: — Você... Você me bateu! Você ainda é meu irmão? Ela estava grávida, e Pedro saiu para procurar prostitutas. Se alguém merecia ser punido, deveria ser Pedro, não ela, certo? Ela já estava muito chateada. Seu irmão, em vez de defender ela, a esbofeteou. Como ela poderia não se sentir injustiçada? Além disso, ele também não engravidou Lorena naquela época? Com que direito ele a batia? Claro, Daniele não ousou dizer isso, senão realmente seria morta a pancadas. Pedro logo reagiu, foi até Daniele e a abraçou, dizendo: — Irmão, não fique bravo. Eu vou assumir a
Luiz ligou diretamente para seu amigo do laboratório.— Os resultados já saíram?Do outro lado, o amigo, o vendo tão ansioso, não conseguiu conter o riso e disse: — Qual a pressa? Tá fazendo teste de DNA pra ver se tem um irmão bastardo?— Cala a boca! — Luiz xingou. — Tem como me mandar agora? É urgente!O amigo percebeu a urgência e, imaginando que ele talvez precisasse mesmo daquilo, deixou as piadas de lado e mandou uma foto.— Os resultados saíram, mas ainda não fizemos o relatório oficial. Ia preparar em uns dois dias.Luiz agradeceu rapidamente e abriu a foto às pressas. De fato, Melissa e Pedro não tinham relação sanguínea.Isso realmente era como uma chuva no deserto! Luiz suspirou aliviado e, após enviar a foto para Bernardo, seguiu apressado....Dentro do carro, o semblante de Melissa não era dos melhores. Ela já estava com muitos meses de gravidez e, naturalmente, as contrações falsas aconteciam com frequência. Depois de tantos abalos emocionais naquele dia, as r
Esse "Irmã" tinha um significado claramente diferente do anterior. Melissa ficou ali, atônita, por um bom tempo. Naquele momento, ela teve a sensação de que o relatório de análise em suas mãos era verdadeiro. Imagens de cada momento que viveu desde que conheceu Bernardo passavam rapidamente por sua mente. Todas as memórias eram tão harmoniosas. A convivência entre os dois era extremamente natural, e, embora não se conhecessem há muito tempo, parecia que não havia nenhum obstáculo entre eles, como se não precisassem dizer nada e ainda assim entendessem os pensamentos e sentimentos um do outro. Era algo muito estranho. Por outro lado, sempre que interagia com Pedro, ela se sentia ansiosa. Ela não conseguia entender o que Pedro pensava, e Pedro também não demonstrava a proximidade que ela esperava. Havia sempre uma barreira entre eles. Melissa antes atribuía isso ao fato de que se conheciam muito pouco. "Dezoito anos de ausência familiar não são fáceis de superar."
Melissa viu a foto primeiro, antes de surgir a ideia de fazer o teste de DNA. Na época, a simulação da foto era justamente de Pedro. Breno comentou: — Severino já disse que a probabilidade de evolução da máquina também não é cem por cento precisa. Os traços de Pedro lembravam um pouco, à primeira vista. Bernardo era frio demais, o que o fazia parecer distante. À primeira vista, realmente não parecia com o irmão de Melissa. A expressão de Bernardo mudou um pouco. Ele se lembrou de que, quando era pequeno, algumas pessoas diziam que ele e Pedro pareciam irmãos de sangue. A desavença entre os dois parecia ter começado naquela época. Joaquim disse: — Peça para o Severino otimizar o programa. Mesmo com margens de erro, não deveria haver um problema tão grande. Um programa assim não poderia ser usado. Breno concordou. — Quanto a Daniele, eu cuido disso. — Joaquim falou, olhando para Melissa. — E Pedro? O que você pretende fazer? Melissa pensou por um momento e d
A raiva de Joaquim era incontrolável, ele levantou a mão, pronto para desferir um tapa. Daniele, desta vez, não estava com medo. Afinal, as máscaras já tinham caído. Ela ergueu a cabeça, apontando para o próprio rosto, e disse: — Pode bater! Bate! É melhor bater com força, deixar uma marca, fazer sair sangue. Eu vou postar na internet e mostrar para todo mundo como o presidente do Grupo Amorim perde a cabeça e agride a própria irmã! A mão de Joaquim parou no ar. Ele olhava para sua irmã à sua frente e só via estranheza. Quando o pai deles faleceu, Daniele ainda era muito pequena, parecia que tinha acabado de aprender a andar. Naquela época, Nina não dava muita atenção à família, mal parava em casa. Quando a tragédia aconteceu, ela usou o luto como desculpa e passava os dias fora, se afogando na bebida. A pequena Daniele só podia segui-lo para todos os lados. Mesmo com muitos compromissos escolares, Joaquim sempre teve paciência para cuidar da irmã. Afinal, ela era sua
Nina, na Cidade A, na verdade, estava vivendo muito bem. Ela cresceu ali desde pequena. Os hábitos alimentares eram muito diferentes dos da Cidade R. Na Cidade R, ela não se alimentava bem, mas, ao voltar para a Cidade A, pôde finalmente desfrutar de boas refeições. Exceto pelo fato de ter sido manipulada por Beatriz para um encontro às cegas com Miguel. Miguel era uma boa pessoa, mas já tinha certa idade, como poderia se comparar a... No entanto, depois, os dois se encontraram algumas vezes por acaso e trocaram algumas palavras, o que fez com que Nina mudasse um pouco sua opinião. Só que essa aproximação intencional a deixava desconfortável. Fora isso, ela estava bem. Quando recebeu a ligação de Joaquim, estava dormindo profundamente, cuidando de sua beleza. Uma única frase de Joaquim a fez acordar de imediato, tirando ela de seus sonhos. Sua primeira reação foi questionar: — Como você está cuidando da sua irmã? Joaquim se lembrou da frase de Davi para Meliss