Melissa sentiu um aperto no coração e olhou rapidamente para ver o que estava acontecendo. Joaquim estava segurando Lorena, e o champanhe na mão de Lorena ainda estava balançando. Na pintura ao lado, "Alvorecer às Margens do Rio", algumas manchas de água eram bem visíveis.O diretor Túlio estava com uma expressão de dor:- Você... Você não pode trazer líquidos aqui dentro!Se fosse um dos seus alunos, ele teria xingado. Mas Lorena era a doadora, e ele nem sabia como começar a repreendê-la.Lorena estava pálida como papel:- Eu não fiz de propósito. Eu...Ela apertava a roupa de Joaquim com força, nervosa e assustada. Ela só queria falar com Joaquim. Quando ele a ignorou, ela tentou agir frágil como sempre fazia, mas depois de cortar os pulsos, ela estava realmente um pouco fraca. Seu corpo balançou e o champanhe na sua mão derramou.Melissa abaixou o olhar, pegou o champanhe da mão dela e entregou ao garçom ao lado, dizendo:- Srta. Lorena não está se sentindo bem. Joaquim, ajude e
Afinal, antes a pessoa queria doar, e Túlio sentia muita pena de Davi. Mas, por mais pena que sentisse, a pintura era uma cópia e não poderia ser tratada como uma peça autêntica. O significado da doação também era completamente diferente.Ele só pôde coçar o nariz e dizer:- Embora esta pintura seja uma réplica, ela chegou a um ponto em que quase pode ser confundida com a verdadeira, e também possui um certo valor de pesquisa. Que tal, se o museu comprasse, Sr. Davi, o que acha?Isso significava que a doação estava fora de questão, e o preço só poderia ser o de uma peça comum.A expressão no rosto de Davi ficou muito mais fria:- Se tem valor de pesquisa, é melhor doar ao museu. Afinal, se estiver nas mãos de um simples mortal como eu, quase não terá utilidade, será apenas papel desperdiçado.- Isso... - Túlio ficou um pouco embaraçado. - Então, o certificado de doação só poderá ser comum.Davi acenou com a mão:- É apenas uma réplica, como poderia merecer um certificado de doação?Ve
O corpo de Melissa, que estava um pouco desabado, se endireitou lentamente:- Presidente Joaquim, o que você quer dizer?Joaquim riu friamente:- Você pode enganar os outros, mas não a mim. Durante o leilão, quando você subiu ao palco para ver a pintura, seu rosto mostrou algo estranho. Depois que voltou, até George estava agindo de forma esquisita. Você o impediu várias vezes de fazer lances. Você se atreve a dizer que não sabia que a pintura era falsa?Melissa deu um sorriso irônico:- O Presidente Joaquim me dá muito crédito. O diretor Túlio também disse que um grupo inteiro de pessoas não conseguiu perceber, como eu poderia perceber?- Não! Você sabia que a pintura era falsa.Joaquim estava muito certo.Depois do acidente de carro, ele não subestimava mais ninguém.E a partir das pinturas que Melissa ocasionalmente mostrava, ele podia ver que ela tinha uma habilidade artística profunda, talvez até superior a qualquer um na EstrelaTech.- Você não precisa negar, senão, mostre as con
Melissa fechou a porta do carro. O carro de luxo preto acelerou, mas parou novamente cinquenta metros adiante. A bolsa de Melissa foi jogada para fora, espalhando seus pertences por toda parte. Quando ela saiu do carro, estava tão irritada que esqueceu de levar a bolsa.Olhando para a expressão de Joaquim, quem não soubesse poderia até pensar que ela havia deixado a bolsa de propósito, querendo uma desculpa para voltar ao carro. Melissa caminhou rapidamente, recolhendo o celular, o ácido fólico e outros itens que haviam caído. O vento do final de outono era cortante, mas não tão frio quanto seu coração. Melissa olhou para a estrada silenciosa à sua frente e atrás, sem nenhum carro passando, e sorriu silenciosamente.Dentro do carro de luxo que seguiu caminho, Breno não conseguiu se conter e disse:- Está tarde, uma mulher andando sozinha à noite não é seguro. Presidente Joaquim, é melhor voltar e pegar a senhora.Joaquim respondeu com o rosto frio:- Olhe para ela agora, cada vez
Joaquim correu para o hospital.Lorena tinha recebido atendimento após o leilão, mas quem diria que desmaiaria de novo e seria levada de volta ao hospital.Ela ligou para ele pedindo ajuda, mas não explicou direito.Joaquim ficou muito preocupado e foi.No quarto do hospital, Lorena chorava desesperada debaixo do cobertor.Quando viu Joaquim entrar, ela congelou:- Joca, é você? É realmente você? - Ela nem se importou com a agulha no braço, desceu da cama descalça e correu direto para os braços de Joaquim. - Joca, é realmente você. Eu pensei que você também estava me ignorando.O corpo de Joaquim se enrijeceu por um momento, mas logo ele reagiu, levantou ela e a colocou de volta na cama.Ele chamou a enfermeira para cuidar da agulha que tinha saído, e só então conseguiu acalmar Lorena.Lorena não queria soltá-lo:- Meu pai está bravo comigo por eu ter comprado uma falsificação e quer me expulsar de casa. Joca, você acha que ele vai me abandonar?Joaquim desprezava a atitude de Davi no
Um calafrio percorreu sua espinha. O sangue de Joaquim gelou naquele instante, e sua mão que segurava o celular ficou tão rígida que parecia não poder mais se mover. Demorou um bom tempo para ele encontrar sua voz novamente:- Como o celular da Melissa está com você?- Melissa? A dona do celular se chama Melissa?- Estou perguntando: como o celular está com você!?O grito repentino de Joaquim deixou a pessoa do outro lado da linha completamente atordoada.- O celular... Foi encontrado na Rua dos Ventos de Pinheiro. Se você conhece a dona do celular, venha até a delegacia para buscá-lo.As pupilas de Joaquim se contraíram:- O que quer dizer com "encontrado na Rua dos Ventos de Pinheiro"? Buscar o quê, explique direito.Infelizmente, a pessoa do outro lado já tinha desligado o telefone com pressa devido ao seu grito. Joaquim olhou para o telefone que já estava desligado, e sua mão começou a tremer involuntariamente. Ele rapidamente usou a outra mão para tentar conter o tremor, falan
Melissa acordou de um sonho.No sonho, aquela pessoa vestida de preto se aproximava cada vez mais dela. Ela corria, corria, mas não conseguia escapar.No final, ela tropeçou e caiu. A pessoa de preto, com um sorriso frio no rosto, levantou a adaga e a atacou ferozmente.O medo ainda girava dentro do seu corpo.Melissa franziu a testa e pressionou o coração que batia descontroladamente.A luz acendeu.O rosto frio de Bernardo apareceu na porta, com uma voz suave:- Melissa, está tudo bem?Melissa se acostumou com a luz à sua frente e forçou um sorriso para ele:- Estou bem, só tive um pesadelo.Bernardo apertou os lábios, se virou e trouxe um copo de água quente para ela.- Obrigada.Bernardo balançou a cabeça, se sentou no banco ao lado e não disse nada.Melissa bebeu a água, soltou um suspiro e se recostou lentamente na cabeceira da cama.Ela tinha sido seguida por alguém, e Bernardo a puxou para um canto escuro, salvando ela por pouco.Naquela hora, o som das sirenes começou a ecoar
Ela estava em cima de uma árvore alta, com a expressão apática, os braços estendidos como se fossem asas quebradas, parecendo que a qualquer momento pularia de lá de cima. Apesar de ter apenas dezesseis ou dezessete anos, não havia o menor desejo de viver em seus olhos. O que aconteceu para deixá-la tão desesperada?Melissa não teve tempo para pensar, rapidamente chamou:- Menina, você sabe onde vendem comida?A menina lentamente abaixou a cabeça e olhou para Melissa, então apontou em uma direção.Melissa sorriu levemente com os olhos semicerrados:- Você pode me levar até lá?A menina hesitou um pouco antes de responder:- Se eu te levar, você pode... Me pagar um copo de leite?Melissa ficou um pouco surpresa, mas então sorriu ainda mais alegre:- Claro.A menina rapidamente desceu da árvore com agilidade:- Moça, me siga.Ela caminhou em silêncio, enquanto Melissa a seguia calmamente. Quando chegaram ao local onde vendiam café da manhã, já não restava muita coisa. Melissa comprou