Mais uma noite de pesadelos, graças a Deus Logan não parece ter ouvido toda a minha comoção no quarto, isso levantaria mais perguntas, e eu não tinha as respostas, pelo menos não queria aceitar que tinha, não sou burra vejo que têm algo errado, já até fiz uma pesquisa rápida sobre isso na internet, mas de aceitar que existe um problema até realmente ter que encara-lo é um grande passo.
O dia amanheceu frio, o inverno chegaria forte e denso em algumas semanas, das escadas podia sentir o cheiro de panquecas vindo da cozinha, ao entrar no cômodo, Logan estava com uma camisa branca de mangas longas, e um jeans que parecia ter sido feito sob medida, estava de costas fazendo alguma coisa no balcão, Logan era um bom amigo, se fazia presente todos os dias, sendo útil como pudesse, me acompanhando em tudo e nunca fazendo perguntas, mas toda essa paciência tinha limite, m
Não sei como tinha deixado Logan me convencer a fazer isso, agora me olhando na frente do espelho o desespero se fazia mais claro, é claro que ele havia se aproveitado da situação para me fazer aceitar o convite pra jantar na casa dos seus pais, e tudo que precisou fazer foi abrir um sorriso maroto, maldito coração mole. O vestido que eu estava usando era de mangas longas mas não me impedia de sentir frio, mas era melhor do que usar jeans e parecia mais apropriado para a situação, até gastei algum tempo enrolando o cabelo e pondo alguma maquiagem no rosto, que era uma coisa que eu não fazia a muito tempo, James sempre reclamava se eu usasse alguma coisa além de cremes hidratantes para o cuidado da pele, mas eu até gostei do resultado, nada muito marcante apenas um blush pra dar um aspecto mais saudável para a pele pálida, rímel e delineador e um batom do tom dos meus l&aac
Conforme o tempo vai passando tendemos a nos esquecer de coisas que consideramos sem importância, um bom dia, os cuidados diários das pessoas que amamos, estamos tão acostumados a ter todos por perto que ne m cogitamos viver em um mundo sem eles, olhando para a árvore de natal no meio da lanchonete me lembro de como costumávamos montar a árvore e manter todos juntos no natal, ainda tenho algumas semanas antes do natal, mas dessa vez estarei sozinha, e olhar a árvore me deixa com um gosto ruim na boca, como se em outra vida eu pudesse fazer as coisas diferentes. - Você está melancólica hoje Mel. - Desculpe Maggie, é só a árvore de natal me fazendo lembrar de algumas coisas. - Eu entendo você, vai ser o seu primeiro natal na cidade, se quiser pode passar na casa dos meus pais comigo. - Não se preocupe comigo eu vou ficar bem. - Claro eu sei que o xerife vai cuidar disso. - Nós somos amigos, isso não é nada demais. - Sim dá pra pe
Logan não fez muitas perguntas sobre o acontecido no shopping, eu agradeci por isso aliviada por não ter que contar um momento tão constrangedor, de qualquer forma eu nem saberia o que falar. Mas conforme os dias iam seguindo, ele me tratava de uma maneira diferente, o que me fazia sentir ainda pior, a presença que antes era tão descontraída agora pisava em ovos ao meu redor.A situação estava insuportável, eu só queria que tudo voltasse ao normal, Logan estava deitado no sofá fazendo alguma coisa no celular enquanto minha irritação crescia, ele parecia não levar em conta como eu me sentia com isso.- Logan.- Sim querida.- Quero que você volte ao normal agora.- Do que está falando?- Não se faça de bobo Logan, você sabe bem do que eu estou falando.O homem se sentou imediatamente assumindo uma postura s
Estava a dias convivendo com a ansiedade e me arrependendo amargamente por ter aceitado esse encontro, mesmo com meus sentimentos aos poucos ficando mais claros, me imaginar nesse tipo de situação me deixava desconfortável, e isso era tão diferente de como era antes de tudo isso, me lembro que quando James me convidou para um primeiro encontro eu fiquei tão feliz por poder ter alguém que entendesse o meu momento e ainda estivesse interessado em mim, eu passei horas me arrumando e cuidando para que estivesse perfeita, e James me pareceu muito contente com o resultado, me levou a um bom restaurante no centro, não tinha ideia de como ele conseguiu uma mesa tão em cima da hora, no geral os restaurantes como aquele pediam meses de antecedência nas reservas, estava lotado mas era um clima romântico, ele havia até me dado um buquê de rosas, me lembro de pensar que ele era exatamente o tipo de homem com quem eu deveria me casar, agora eram só lembranças amargas. Eu sabia que Logan e
O sol brilhava forte lá fora apesar da baixa temperatura, um dia alegre e bonito, contrastava com minha mente agitada e indecisa. Ficava repassando o beijo entre Logan e eu, havia se passado um par de dias depois do nosso jantar, Logan agia normalmente como se nada tivesse acontecido, e eu não sabia como agir, na minha mente um milhão de motivos para ignorar, fugir ou esquecer, afinal de contas tudo que eu queria era viver livre e em paz. Logan me fazia esquecer os problemas, com seu grande sorriso convencido e sus personalidade vibrante, mas isso não significava que eles iriam desaparecer, depois de ter cancelado a linha telefônica, me senti um pouco aliviada mas não fez muita diferença, eu ainda me pegava olhando por cima dos ombros enquanto andava na rua, ainda acordava no meio da noite ao menor ruído em casa, ainda me sentia covarde e assustada, achei que vindo para esse lugar eu poderia voltar a ser como antes, mas eu estava me enganando, nada vai voltar a ser como ante
A casa vazia e meus pensamentos ocupados, a preocupação e o medo eram meus companheiros fiéis e constantes, mesmo que já tenham se passado muitas semanas o sentimento evidente de desconforto ainda se fazia forte e muito presente, a cada barulho que me despertava de meus pensamentos confusos. Não raras vezes me sentia refém de mim mesma e prisioneira do meu passado. Olhando atentamente o reflexo dos meus olhos no espelho, as olheiras que denunciavam meu cansaço, eu parecia pelo menos uma década mais velha do que realmente era de fato, os olhos apesar de tudo agora continham um brilho diferente do que me era comum, era singelo, mas estava lá sem a menor sombra de dúvida, pensar no homem que fazia meus olhos brilharem, trouxe um leve tom avermelhado a minha face. Logan o homem desinibido que na última noite me deixou excitada e desconcertada no sofá da sala, eu quase podia sentir seus lábios nos meus, suas mãos atrevidas percorrendo meu corpo e o peso bem vindo de ter s
Outra música natalina tocava no rádio, já perdi as contas de quantas vezes a mesma música já tocou, e com o tempo acabei descobrindo que existiam mais músicas natalinas do que eu imaginava, além disso estava espantada com a quantidade de clientes que estavam na lanchonete na véspera do natal, achei que a essa altura todos estariam em casa com as suas famílias se preparando para o grande dia, mas eu estava visivelmente errada. Meus ombros estavam doloridos por causa do trabalho, muitas bandejas e pratos indo e voltando da cozinha e do balcão em uma velocidade assustadora, não que eu estivesse reclamando, eu gostava de estar trabalhando, mantinha minha mente ocupada, mas ainda me pegava pensando em Logan entre um prato e outro. Ele não tinha aparecido nas últimas três noites, Zane vinha me checar, tomava um café, e ia embora. Eu apreciava a companhia de Zane, ele era um bom ouvinte e havia se tornado um bom amigo, mas sentia falta de Logan, de seu sorriso convencido e
Zane estava visivelmente irritado com a situação, os nós brancos dos dedos no volante indicavam isso muito claramente, ele não havia dito uma palavra o caminho todo, apenas se ocupava de me olhar uma vez ou outra, enquanto tudo que eu queria era chegar em casa e esquecer do dia de hoje. Abri a porta me sentindo mais tranquila agora que estava em casa, Zane entrou depois de mim, retirei o casaco e segui até a cozinha sem me importar se meus sapatos estavam deixando um rastro de sujeira e neve por todo o caminho. Alcancei um vinho guardado na adega, não era um dos bons, mas iria servir, hoje não era uma noite pra ser exigente, alcancei o abridor e duas taças, Zane me olhava sem expressar qualquer emoção, me sentei na banqueta em frente a ilha abrindo a garrafa e indicando para que Zane se sentasse também, ele o fez, aceitando a taça cheia de vinho que o ofereci. O gosto do vinho não parecia ruim, tinto como eu preferia, nunca gostei de vinho branco ou rose, sempre esco