O tom de Maitê era de súplica, mas um calafrio subiu pela espinha de Solange.

Parecia que esse era o verdadeiro propósito do telefonema.

Ela já havia sido ameaçada tantas vezes por Yago com a doação do rim, e no final ele nem sequer deu o rim para Dedé, mas para o pai de Hebe.

— Tia Maitê, não posso aceitar isso. Uma pessoa precisa ter limites. Se eu ceder desta vez, vou ficar nas mãos de Yago para sempre.

Ela já havia cedido muitas vezes, mas o que recebeu em troca foi apenas mais e mais sofrimento causado por Yago.

Ela não acreditaria mais em Yago, nem cederia novamente.

Houve um longo silêncio do outro lado da linha, seguido pelo som da chamada sendo encerrada.

Solange também não tinha intenção de ligar de volta, então largou o telefone e foi tomar banho.

Nos dias que se seguiram, tudo ficou tranquilo. Yago não foi procurar ela, e a vida de Solange voltou ao normal.

Justamente quando ela achava que, em mais ou menos uma semana, poderia falar com Paulo sobre o divórcio secreto de Yag