Juliana empalideceu instantaneamente ao olhar fixamente para Isabel. Desde o meio-dia, quando encontrou Isabel, ela havia interagido pouco com Juliana, que imaginou que Isabel estivesse apenas sendo reservada, mas não esperava que ela se tornasse repentinamente hostil. Contudo, com Sílvia ainda presente, Juliana não queria passar vergonha diante dela. Forçou um sorriso, tentando manifestar alguma felicidade:- Eu só queria ajudar.Isabel, contudo, parecia ignorar o desânimo nos olhos de Juliana, mantendo o queixo erguido e um olhar sarcástico, avaliando Juliana como se fosse um objeto qualquer. Juliana se sentiu intimidada sob seu olhar, mas se esforçou para se manter firme, aceitando a avaliação de Isabel. O sorriso em seu rosto quase desapareceu quando ela chamou, com voz baixa:- Isabel...- Isabel? - Isabel ecoou o modo como Juliana a chamou, depois pegou o papel que Juliana segurava, zombando. - Típico de alguém de uma família humilde, sem a menor noção.O desprezo na voz de
Ela era animada e tinha Jorge para acompanhá-la, então, naturalmente, se integrou facilmente. Sílvia ficou parada ao lado por um tempo, sem ter o que fazer, então foi para trás da churrasqueira e pegou algumas espetadas já preparadas para assar. Sílvia quase não comia churrasco e raramente cozinhava, então seu controle do fogo não era muito preciso. Foi só quando um cheiro de queimado se espalhou que ela percebeu que tinha queimado o churrasco. Jorge veio pegar alguma coisa bem na hora e sentiu o cheiro, franzindo a testa:- Que cheiro é esse?Sílvia, sem expressão alguma, colocou a comida queimada no prato e estava prestes a jogá-la fora, mas Jorge a viu com olhos atentos. Ele disse, de forma um tanto exagerada:- Sílvia, você é desastrada? Como conseguiu queimar isso?Sílvia parou com o prato na mão e olhou para Jorge, sem vontade de dizer mais nada. Jorge tinha uma expressão de desprezo no rosto. Ele havia sido repreendido por Sílvia à tarde e não tinha conseguido responder,
- Venham ajudar, a Juliana foi atingida! - Gritos caóticos soavam do lado de fora, enquanto as pessoas dentro da casa começavam a sair.Sílvia apenas sentiu a atmosfera ao redor de Marcos esfriar de imediato, e ele saiu às pressas.Sílvia ficou parada, olhando. Com tantas pessoas saindo, ela pensou que sua ausência não seria percebida.Além disso, a tempestade repentina tornou o clima sombrio, e a visibilidade estava baixa, tornando inconveniente para ela sair.O interior da casa se esvaziou rapidamente, restando apenas algumas pessoas desconhecidas por Sílvia.Justamente quando ela acabava de responder a uma mensagem de Enrico, as pessoas do lado de fora começaram a voltar.O ruído voltou a preencher o ambiente.Sílvia viu Juliana com o rosto pálido, os cabelos molhados pela chuva aderidos ao rosto, parecendo uma delicada flor branca.Ela se aconchegava ao lado de Marcos, sendo cuidada por várias pessoas, caminhando com cuidado.Sílvia pensou que ela tinha se machucado no pé, então d
Jorge olhava para Sílvia com um olhar carregado de sarcasmo. Não era somente pelas suas vestes sujas, mas também pelo fato de ela se associar a diferentes homens, e agora, a outros ainda, colocou a mão no ombro de Pietro, e com um tom pouco amigoso, disse:- Marcos ainda está lá dentro. Você não poderia se conter um pouco?Anteriormente, Sílvia teria tentado se explicar quando mal interpretada por Jorge.Porém, agora, ela simplesamente não sentia mais o desejo de se explicar. Encarou Jorge friamente e, em seguida, desviou sua atenção para Pietro:- Não foi você quem me pediu para trazer seu casaco?Pietro, ao receber o casaco, franziu a testa; ele e Jorge, na verdade, não mantinham uma proximidade grande, sendo apenas bem relacionados com Heitor, razão pela qual compareceram.Contudo, ao observar a postura de Jorge em relação a Sílvia, pôde inferir que a relação entre eles era complicada.Sendo a família de Pietro também envolvida em negócios, naturalmente, ele não desejava criar con
Juliana sorriu, com os lábios apertados, e encostou a cabeça no ombro de Marcos, falando com voz suave:- Se for verdade, Sílvia e o Sr. Henrique realmente fazem um belo par.Marcos respondeu com um leve franzir de sobrancelhas, fazendo o canto dos lábios de Juliana se elevar ainda mais.Sílvia, sentada em um canto e sem muito o que fazer, decidiu organizar os materiais que Enrico lhe enviara, aproveitando o momento de calmaria.A chuva parecia diminuir, e Sílvia, envolta no casaco de Henrique, sentia menos frio.Ao ouvir passos, levantou instintivamente os olhos.Foi quando viu Marcos se aproximar com o celular na mão, uma expressão indiferente no rosto.Ele atendia a uma ligação, com um tom de voz frio, franzindo levemente a testa, e disse apenas:- Quero ver todos os materiais na reunião de segunda-feira pela manhã.Após ouvir mais algumas palavras do interlocutor, a expressão de Marcos ficouainda mais gelada.Sílvia, sentada não muito longe, já havia desviado o olhar, continuando a
Sílvia não respondeu a Jorge. O interior do carro estava escuro, e ela se sentia um pouco mais confortável olhando pela janela. Jorge também permaneceu em silêncio, se recostando no assento e navegando em seu celular rapidamente, rindo de vez em quando de algo casual.De repente, ele levantou o olhar e, de forma casual, disse a Marcos:- Marcos, vou descer na Praça da Liberdade; tenho um compromisso.Marcos olhou para ele pelo retrovisor e respondeu:- Está me confundindo com seu motorista?- Imagina, é que uma mulher me chamou para sair. - Jorge disse, abrindo um áudio de uma influenciadora digital com quem havia marcado um encontro.Uma voz feminina e melosa logo se fez ouvir pelo celular:“Jorge, quando você vem?”Todos sabiam que Jorge era dado a aventuras amorosas. Marcos parou o carro em um cruzamento e avisou, com um tom sério:- Não se meta em problemas como Ian Teixeira.- Você acha que eu não sou cuidadoso? - Jorge respondeu antes de abrir a porta e descer do carro.O vent
Os funcionários do condomínio discutiam com Sílvia quando ouviram a voz de Marcos e hesitaram por um momento, mas ainda assim se viraram e disseram:- O cano de água do andar de cima estourou; queríamos verificar.Marcos levantou os olhos para Sílvia, cuja testa estava franzida:- Tenho certeza de que não há problema em casa.- Estamos pensando na sua segurança - Insistiu o funcionário do condomínio.Sílvia, relutante, não se sentia confortável em deixar dois ou três homens estranhos entrarem em sua casa no meio da noite.Quando estava prestes a recusar novamente, ouviu a voz fria de Marcos:- Pode ser.Depois de dizer isso, ele se aproximou, como se também fosse entrar.Sílvia olhou para ele, irritada por ter sido acordada no meio da noite:- Marcos, o que você está fazendo?- Você esqueceu quem comprou esta casa? - Marcos olhou para ela com os olhos baixos, seu tom de voz inalterado.O rosto de Sílvia endureceu, e a mão que estava apoiada no batente da porta subitamente se apertou.E
O avô ficou surpreso por um momento:- Por que você quer se demitir de repente?Sílvia tinha se esforçado tanto para poder permanecer no Grupo LH, e ele sabia disso.Refletiu por um instante e, franzindo a testa, perguntou em voz baixa:- Foi por causa do Marcos...?Sobre o término entre Sílvia e Marcos, o avô já tinha ouvido falar um pouco quando esteve internado na última vez.Mas, olhando para Sílvia, ele ficou sem saber o que dizer.- Não é isso. - Foi Sílvia quem falou, sua expressão facial não mostrando muita alteração. - Ela segurou a mão do avô, se esforçando para manter o tom de voz o mais estável possível. - É só que, depois de tantos anos fazendo o mesmo trabalho, sinto que perdi o interesse e quero tentar um novo campo para me desafiar.O avô franzia ligeiramente a testa; havia coisas que ele queria dizer, mas preferiu não dizer.Sílvia mudou de assunto. Perguntou:- O médico disse que você pode se preparar para deixar o hospital em breve, certo?O avô olhou para ela e sus