Os demais à mesa pareciam não prestar atenção no que acabara de acontecer. Kalie, no entanto, olhou para Mattia e, educadamente, levantou-se. Caminhando devagar pelo corredor, notou a presença de Margô e Deise na sala de estar, mas as ignorou totalmente, subindo as escadas diretamente para o quarto. Sentada no divã, pegou o celular e começou a escrever uma mensagem para sua amiga.Enquanto isso, na sala de jantar, os homens continuavam a falar de negócios. Carla se aproximou deles e, com um tom educado, disse:— Com licença, eu posso falar com o senhor Mattia por um instante?Mattia olhou para ela e respondeu:— Claro, senhora Maroni, vamos conversar.Eles caminharam até o jardim residencial e se sentaram em um banco. Carla, visivelmente angustiada, começou a falar:— Senhor Mattia, eu queria muito falar com meu marido. O Junior é autista, tem dificuldade de concentração, ele sente falta do pai e o Oscar o ajudava muito.Mattia a escutou com atenção e respondeu com empatia:— Eu compr
Quando Mattia, Antony, Pietro e Luigi seguiram para o galpão, Aline sorriu maliciosamente para suas amigas, dizendo:— Vamos colocar meu plano em ação.Deise, preocupada, olhou para Aline e falou:— Eu não acho uma boa ideia, Mattia parece realmente gostar dela.Aline olhou para sua amiga furiosa e perguntou:— Está do meu lado ou contra mim, Deise?— Desculpe, Aline, mas...— Cale-se então. Interrompeu Aline. — Se você não vai ajudar, pelo menos não atrapalhe.Margô, observando a tensão, tentou acalmar a situação.— Vamos, meninas, precisamos ser discretas. Vamos nos preparar e seguir o plano sem alarde.Aline assentiu, determinada, e as três amigas começaram a se organizar, preparando-se para agir conforme o planejado.Quando aquelas amigas caminharam para a sala de estar, Kalie já tinha saído. Elas, no entanto, sentaram-se no sofá e continuaram a conversar. Enquanto isso, Kalie entrou no quarto, onde Berenice se aproximou dela e disse:— Senhora Parganno, a Felícia pediu para você
Eram quase seis horas da manhã quando a governanta se aproximou da piscina. Mattia nadava tranquilamente, tentando encontrar algum alívio para a mente agitada. Quando ele encostou o corpo na borda da piscina, ela caminhou em sua direção com passos firmes, mas suaves. Ao se aproximar, disse com um tom sereno:— Bom dia, Mattia. Pelo visto, você não dormiu.Ele saiu da piscina, seu corpo molhado reluzindo à luz suave da manhã. A governanta entregou-lhe uma toalha, e ele começou a se secar. Ela aproveitou o momento para continuar a conversa:— A Kalie dormiu no meu quarto essa noite. O que houve entre vocês?Mattia suspirou profundamente, a expressão em seu rosto era de exaustão e confusão.— Eu realmente não sei o que aconteceu. Tudo estava bem entre nós, mas de repente ela... Ele parou de falar quando a governanta colocou a mão gentilmente no seu ombro.— Kalie só está assustada. Ela me contou o que aconteceu, mas você só precisa manter a calma.Mattia olhou para ela, a preocupação evi
Mattia estava no banheiro quando Kalie entrou no quarto. Ela se aproximou dele lentamente, e ao perceber a porta aberta, viu o que estava acontecendo. O kit de primeiros socorros estava sobre a pia e ele tentava cobrir o ferimento na mão de qualquer jeito. Ela se aproximou, preocupada e perguntou:— O que aconteceu? Como se machucou desse jeito?Ele olhou para ela e sorriu, tentando tranquilizá-la.— Não foi nada, eu fui pegar algumas coisas no galpão e acabei me machucando. Eu só queria disfarçar um pouco, mas parece que ficou pior.Os dois riram, quebrando um pouco a tensão. Kalie então segurou a mão dele com carinho e disse:— Eu posso ajudá-lo com isso.Mattia ficou em silêncio por um momento, observando-a. Ele viu a preocupação genuína em seus olhos e, pela primeira vez desde o incidente, sentiu-se cuidado. Ele soltou um suspiro de alívio e cedeu, permitindo que Kalie o ajudasse.Enquanto Kalie limpava o ferimento, Mattia ficou parado, olhando fixamente para ela, como se estivess
Sua voz era suplicante, e Mattia, incapaz de resistir, acariciou o rosto dela antes de voltar a beijá-la com veemência. Era um beijo faminto, carregado de desejo, como se ele quisesse devorá-la. Seus lábios se encontravam e se afastavam repetidamente, deixando-os ambos sem fôlego. O beijo era uma dança desesperada e apaixonada, seus corpos pressionados um contra o outro em um abraço quase desesperado.Enquanto a beijava, uma das mãos de Mattia deslizou para as costas dela, encontrando o zíper do vestido. Com um movimento ágil, ele o abriu, permitindo que o tecido deslizasse suavemente pelo corpo de Kalie. Ela sentiu o frescor do ar na pele exposta e o calor das mãos dele, que a tocavam com uma intensidade que a fazia sentir-se como se estivesse pegando fogo.Mattia, sentindo a entrega dela, intensificou ainda mais o beijo, explorando cada centímetro de seus lábios e descendo pelo pescoço dela com beijos ardentes. Kalie arqueou o corpo, sentindo as mãos dele explorarem suas curvas, cada
Kalie tinha apenas 21 anos quando foi levada para aquela casa, um lugar que simbolizava uma prisão dourada. Criada em uma cultura completamente diferente, ela ainda carregava consigo muitos dos costumes tradicionais da Índia. Sua jornada começou aos 13 anos, quando o estado de saúde de sua mãe começou a deteriorar-se gravemente. A família decidiu então deixar sua terra natal e buscar tratamento nos Estados Unidos. Mudaram-se para Nova Jersey, onde Kalie foi introduzida a um mundo totalmente distinto, que a deixava assustada e temerosa.A adaptação foi difícil para Kalie. Nos Estados Unidos, ela não conseguia se sentir à vontade e raramente se abria para novas amizades. A sua infância na Índia havia sido repleta de cores, tradições e uma comunidade coesa, mas Nova Jersey parecia fria e impessoal em comparação. Ela andava sozinha pelos corredores da escola, evitava festas e atividades sociais, e sempre preferia a companhia dos pais às interações com colegas.Anos se passaram sem grandes
Kalie mergulhou seu corpo nu embaixo do chuveiro, deixando que a água quente escorresse por sua pele, aliviando a tensão que ainda pairava em seu corpo após o momento surreal que acabara de viver com Mattia. Cada gota que caía parecia levar consigo parte da ansiedade e incerteza que a consumiam, deixando-a com uma sensação de calma e relaxamento.Enquanto a água caía sobre ela, Kalie não conseguia evitar que sua mente voltasse ao encontro apaixonado que tivera com Mattia. Aqueles momentos de prazer intenso e conexão profunda pareciam quase irreais, mas, ao mesmo tempo eram uma lembrança vívida que a fazia sorrir involuntariamente.No entanto, em meio ao deleite daquele banho relaxante, um pensamento intrusivo se fez presente em sua mente. Era como se uma voz sussurrante ecoasse as palavras de sua amiga Rani, ecoando em sua mente: "Você só não pode ficar grávida, mas se isso acontecer, eu conheço um médico." Aquelas palavras, ditas em um momento de descontração por sua amiga, agora par
Kalie sorriu, tentando manter a compostura.— Bom... é uma longa história, só ele mesmo para contar.Ela fez menção de se retirar, mas foi interrompida por Aline, que perguntou com um tom incisivo:— Quanto Mattia pagou?Todos do grupo olharam para Aline ao mesmo tempo, surpresos com a pergunta direta e insensível. Mas Aline continuou, como se estivesse falando de algo comum:— Só estou perguntando por que sei que seu pai te vendeu para ele.O silêncio tomou conta do grupo enquanto Kalie encarava Aline, sentindo a humilhação e a raiva subirem à tona.As três amigas soltaram uma gargalhada como se tivessem ouvido uma boa piada. Flávia e Victor lançaram olhares de reprovação para elas, enquanto Kalie sentia como se uma faca afiada atravessasse seu peito. Sem conseguir controlar a dor e a vergonha, ela saiu dali em disparada.Do outro lado da sala, Mattia estava com um grupo de homens de meia-idade, bebendo vinho e discutindo sobre os lucros dos últimos anos. No entanto, sua atenção foi