Eu olho para o chão que brilha como um espelho, o escritório de Aidan é bastante espaçoso, e tem uma vista incrível da cidade que pode ser apreciada a partir da grande janela de vidro. Quando descobri que ele é o responsável pela contratação, já que ele é o chefe do restaurante. Tudo na minha mente se encaixava, entendi porque naquele dia ele entrou no lugar do pessoal autorizado, e eu também esbarrei nele várias vezes. Não posso deixar de me sentir envergonhado por me comportar rudemente com a chef que Nora mencionou naquele dia.Ele merece, pelo menos, um pedido de desculpas. Eu também preciso de um emprego de meio período e este é o mais próximo de casa.- Sinto muito pelo que aconteceu entre nós, acho que começamos com o pé errado - falo depois de passar minutos debatendo o que fazer-. Proponho que comecemos de novo.Seus olhos azuis me olham indecifravelmente, ele está sentado na cadeira atrás da mesa causando um nervosismo no meu corpo por estar na frente dele. Analise cada gest
- Alô?- Boa noite Eveline, é a Anna. Estamos ligando para informar que você tem o emprego no restaurante do Sr. Estarei lhe enviando a programação pelo correio-informe e diga adeus rapidamente.O quê? Eu tenho o emprego? Eu tenho o emprego!Soltei um gritinho animado, pulando na cama como uma criança que ganhou um brinquedo novo. Estou tão feliz, sorrio até não sentir minhas bochechas.POV. AidanPasso por alguns papéis que minha secretária me trouxe minutos atrás, além do meu café sem açúcar. Posso dizer que estou de bom humor hoje, na verdade deixei passar que Blake não fez o que pedi, limpando as janelas do meu escritório. Mas, ele nunca falta no trabalho, então vou fingir que não percebi. Levanto quando ouço algumas batidas na porta, esta está aberta mostrando a garota de franja roxa.- Bom dia, Senhor-cumprimenta gentilmente, até muito mais do que nas outras ocasiões em que nos cruzamos.- Bom dia, Eveline. Vá em frente-eu digo olhando para ela, é óbvio o quão nervoso meu olhar
POV. EvelineEnxugo o suor da testa passando o antebraço, estou tão exausto que não sinto as extremidades do corpo. Carrego e trago louça suja há horas, nunca carreguei tanta louça na vida. Corro para arrumar os últimos talheres e saio da enorme cozinha do restaurante vazio, pois a maioria dos funcionários já saiu.- Você ainda está aqui? Eu pensei que você tinha ido embora - Estou ouvindo meu chefe.Ele também parece pronto para se aposentar.-Sim, queria adiantar algumas coisas para que amanhã não seja tão pesado para mim-explico saindo do restaurante."Nossa, Que eficiente—" comenta caminhando ao meu lado. Você mora perto?- Sim, a três quarteirões — emito arrumando o lenço no pescoço.- E você vai sair a pé? - só curiosidade—. Sabe, já é tarde e tem gente maluca na rua. Não é prudente isso...- Por que de repente você está preocupado comigo? - Interrompo surpreso com sua mudança repentina em direção ao meu bem-estar.- Faço com todo mundo, além de você ser minha funcionária, a par
POV. AidanA vida continua. Já ouvi essa frase tantas vezes, principalmente no dia em que mamãe morreu. As pessoas vinham até mim para me dar palavras de conforto, mas que não o único dia que eu queria era ficar sozinha, me trancar no quarto e chorar até ficar sem lágrimas. Faz tanto tempo que não vejo minha mãe, sinto tanto a falta do sorriso genuíno dela, aquele que ela costumava dar a todos. Nada era igual sem ela, ela era a única coisa importante que restava na minha vida e agora que ela não estava mais comigo, Tudo parecia não ter cor. Quando criança fui diagnosticado com transtorno obsessivo compulsivo, ainda lembro que minha mãe ficou impressionada ao me ver pedindo qualquer coisa que estivesse fora do lugar. Além disso, eu odiava estar suja, os germes eram nojentos para mim, eu também desejava ter as coisas simétricas ou em perfeita ordem.No começo não me afetou ser assim, mas com o tempo outras pessoas começaram a perceber que eu tinha um problema com a forma como Agia ao li
POV. EvelineTermino o trabalho que estava fazendo e passo a recolher minhas coisas que estão descansando na cadeira. Tiro o avental preto que temos que usar por cima do uniforme vermelho, e o dobro cuidadosamente colocando-o no armário onde ficam os outros uniformes. Me sinto muito mais exausta, não é nada fácil cursar a Universidade, adiantar tarefas e depois vir trabalhar no restaurante. Mas o importante é ajudar meu pai a quitar a dívida, Então me obrigo a continuar mesmo que a situação esteja me superando.Tu consegues, Eveline. Estou tentando me animar.Saio da cozinha esbarrando no meu chefe que também está saindo do Escritório. Ele vem até mim e estende a mão mostrando um frasco plástico contendo a pomada especialmente para as mãos.- Aplique antes de dormir-ele indica me entregando o produto.Olho a pomada e levo os olhos para aquele olhar azulado. Sinceramente não esperava isso, é um gesto muito simpático da parte dele."Você não deveria ter se incomodado, Senhor," eu digo s
POV. AidanO cheiro de café inunda toda a cozinha, Pego a chaleira e despejo o líquido de cheiro agradável nas xícaras. ENTREGO para o Alex que está com os olhos fixos em algum lugar da sala, é óbvio o quanto ele está afetado com a notícia. E não é à toa, também fiquei chocado ao descobrir.Um filho...-O que você vai fazer a respeito, ficar sentada ali ou ir até a mãe do seu bebê e tentar lidar com a situação como os dois adultos que são?Ela coloca as mãos no rosto e começa a chorar. Nos anos que o conheço, posso dizer que é a segunda vez que o vejo fazer isso. A primeira foi quando o pai faleceu, há três anos já pelo ocorrido. Alex é o tipo de pessoa que faz todo mundo sorrir, o carismático que sempre brinca, extrovertido, aventureiro.Muito pelo contrário para mim. Às vezes acho um pouco estranho sermos amigos, sermos completamente diferentes.—Eu não estou pronto para ser pai—" ele diz Depois de longos segundos. Seus olhos estão inchados e seu nariz está vermelho, fazendo-o parec
POV. EvelineSe eu fosse me perder em uma ilha deserta, a última pessoa que eu gostaria de estar comigo é a morena insuportável ao meu lado que não para de reclamar enquanto retoca a maquiagem. Ela nem levantou um dedo desde que chegou, está sentada nas arquibancadas ao contrário de mim, que varre as folhas secas há horas. Olho para ela de lado desejando ter o poder de calar sua boca, calando - a de uma vez por todas.Não a suporto, não a suporto mais...Por quê? Por que estou sendo torturado assim, o que fiz para merecer tudo isso?- Senhorita Cassidy, não seja preguiçosa e ajude seu parceiro! - Ouço o diretor gritando.Ele se levanta com relutância e pega o ancinho. Eu a observo com um sorriso zombeteiro em meus lábios, ganhando um olhar fulminante dela.Ele achou que ia se safar?Termino de pegar as folhas na lixeira e me aproximo da torneira da água derramando um pouco no meu rosto aquecido. Estou suado e Fedor mal, preciso urgentemente de um banho, mas ainda tenho trabalho a faze
A semana tinha passado num estalar de dedos, estava me preparando para ir ao restaurante Quando lembro que tinha um noivado depois. Eu tinha um compromisso com o Luke para ir ao cinema, sim, também fiquei surpresa que ele me convidou. E é claro que não recusei, já vinha sonhando com esse momento há muito tempo, e ele finalmente estava se tornando realidade. Mas, tinha um inconveniente.Meu chefe.Não podia pedir permissão para ele se aposentar horas antes, porque faltei da última vez agora tinha que fazer hora extra. Bufo.Vou pensar em algo mais tarde, mas não vou perder esse encontro com Luke para o mundo.Ando despreocupado pela calçada, observando os carros deslizarem a toda velocidade pela pista. Ia nevar em breve, e as pessoas estão se preparando para receber o inverno frio. De minha parte, não fiquei muito feliz digamos, preferi a primavera já que o clima é muito mais suportável. Você não precisava andar por aí com um monte de roupas e também não precisava lidar com alergias sa