—L-desculpe-se-levanta - se e vejo que agarra o seu telemóvel que caiu a alguns metros de nós, assim como o meu telemóvel.
Eu me aproximo para buscá-lo e dou meia volta entrando no restaurante. Eu nem entendo como as pessoas não olham para onde andam, elas estão tão trancadas em sua própria bolha que esquecem o mundo onde vivem. Se eles pelo menos percebessem o que os cerca, evitariam esse tipo de incidente. Mas não, o mais seguro é que aquela moça desajeitada tivesse a mente distraída divagando em qualquer tolice, sem estar pendente por onde anda.Fecho a porta atrás das minhas costas e entro no meu escritório em busca das coisas do meu carro, vou ao super mercado para algumas coisas antes de voltar para casa. Embora eu não costumo fazer compras em casa, como a governanta cuida disso, hoje eu decidi dar-lhe o dia de folga para ficar sozinho. Não demora muito para chegar ao shopping, estaciono o carro e entro no local abastecido. Eu faço as compras rapidamente, pois não há muitas pessoas lá dentro. Pelo menos não demorarei tanto na hora de pagar, ao contrário de outras vezes que puseram à prova minha paciência.De repente, sinto o celular vibrar no bolso da calça, tiro-o e estrago o olhar ao perceber que esse não é o meu celular. Detalho a capa que é idêntica à minha, aquela que um dia Álex me deu bêbado. Ainda não entendo por que razão a conservo, para dizer a verdade não é nada bonita, mas algo tinha que me fazia não jogá-la na lata de lixo. Então lembro-me do incidente de há muito tempo quando a garota estranha tropeçou em mim. Então eu percebi que, como ele usava, é por isso que devemos ficar confusos.Eu amaldiçoo entre dentes sem poder acreditar que errei no celular. Ele bufou passando a mão pelo meu rosto.A tela acende novamente mostrando o nome de uma certa Nora. Eu me debato mentalmente se devo ou não atender a ligação, mas no final decido atender, talvez ele possa me dizer onde encontrar sua amiga ou o que quer que seja o que é dela.- Não sabes quem perguntou por ti? - fala uma voz estridente, demasiado para os meus tímpanos. Sí Sim, O amor da sua vida!Eu afasto o celular do meu ouvido ao ouvi-la gritar. O som é quase idêntico ao grito dos golfinhos, não me surpreenderia se a confundissem com esses mamíferos.- Olá? - quero dizer.- Com quem falo? - ela está confusa. O que fazes com o telemóvel da minha amiga?- Está bem... - estou prestes a explicar, mas interrompe-me.- Talvez a tenhas raptado?! - ouve—se muito perturbada. Pag não lhe faças nada de mal, seja o que for, pagarei o resgate, mas não...!—Não sou um sequestrador-esclareço imediatamente para que não haja mal-entendidos. A tua amiga tropeçou em mim e acho que não percebemos que trocámos de telemóvel. Podrías você poderia me dar o endereço dele?- Claro, vou mandá —la por uma mensagem-informa.- Obrigado.Espero alguns minutos até que finalmente tenha o endereço da garota, entro no carro disposto a recuperar meu celular. Eu posso nem imaginar o número de chamadas perdas que devo ter, mas pelo menos eu não perdi isso. Eu dirijo e me guio pelo GPS, entrando em uma residência um pouco antiga, você pode notar a fachada das casas que estão envelhecidas pelo ataque dos anos. Estaciono o carro perto de uma lanterna que liga e desliga constantemente, talvez a lâmpada esteja avariada.Eu me aproximo de uma casa azul clara que tem um jardim desleixado ao contrário dos outros pátios. Ela bateu meus nós dos dedos na porta e em minutos ela está aberta mostrando a mesma garota de franja roxa. Só que desta vez ele o pega em um rabo de cavalo alto de maneira desleixada.- Peguei seu celular sem me dar conta —eu a tiendo o aparelho e ela faz o mesmo com o meu.- Sinto muito, nunca foi minha intenção...- Não se preocupe, também não me fixei-emito agarrando meu celular.- Como sabes onde moro? - interroga curiosa.- Sua amiga me deu a direção-respondo encolhendo os ombros.Eu me viro indo para o meu carro, sem dizer adeus à garota, no entanto, uma mão no ombro me impede. Eu lanço a cabeça olhando de soslaio para o homem que me observa atentamente.- Dê - me o que você tem lá —eu sinto um objeto cravar nas minhas costas.Broma está a brincar? Isso não pode estar acontecendo comigo, definitivamente hoje não é o meu dia. Nada disso estava acontecendo comigo se eu não tivesse entrado neste lugar de ladrões.Eu faço o truque de me virar, mas o homem me impede de afundar o objeto pontiagudo na minha coluna.- Dicho eu disse para me entregar seus pertences! - vocifera no meu ouvido, aumentando a minha vontade de acabar com este dia cansativo.- Eu não posso te dar nada se você não me soltar —digo sem me incomodar com sua demanda.O homem afrouxa seu aperto, mas não tira a arma do meu corpo, no entanto, faço um movimento rápido com minhas mãos e me libero do objeto jogando-o para o outro lado da rua. Eu bato meu cotovelo em seu estômago, deixando-o sem ar, para então imobilizá-lo no chão.- É melhor ires —espeto ameaçador. O dia tem sido estressante como para ter que lidar com você.Alço o olhar vendo a jovem que permanece pasmada na porta, faço-lhe um sinal indicando-lhe que entre em sua casa, mas parece entender o contrário. De repente sinto um golpe na minha cabeça, Caio ao lado do homem e então tudo fica preto.Abro os olhos desmesuradamente ao perceber o que fiz, assustada me aproximo do homem desmaiado no chão. Eu verifico seu pulso para ter certeza de que ele ainda está vivo, e suspiro aliviada ao sentir que ele ainda está respirando. Mas devo fazer algo para que acorde, não posso deixá-lo ali deitado, seria mau da minha parte fugir depois de o ter espancado. Por isso, decido agir antes que algum vizinho cotilla interprete mal a situação, já que é bastante complicada. Pelo menos agradeço que meu pai não volte para casa cedo, ele me avisou que algo havia surgido e viria mais tarde. Então, tenho uma hipótese de resolver este pequeno incidente.Agarro os braços do homem arrastando-o até o interior da sala, coloco-o no sofá empregando todas as forças para poder levantá-lo ali.Ahora e agora o que eu faço? Pensa Eveline, pensa.Começo a dar voltas aqui e ali, talvez faça um buraco no tapete de tanto andar, mas não sei como acalmar meus nervos. Tento respirar fundo, pois senão entrarei em pânic
-Ei, não é assim-levanta meu queixo com a mão. Você fez o que parecia certo para você, só que ele não viu dessa maneira e é um malagradecido.Vem à mente o homem que eu bati, você poderia dizer que ele estava com raiva e aparentemente fez um esforço sobre-humano para permanecer sereno, apesar do incidente. O mais certo é que ele não se esqueça do meu rosto, e me lembre como a garota que quase acabou com sua vida.Boa maneira de nos conhecermos.Corro às pressas pelas ruas lotadas de pessoas, a manhã é a hora em que a maioria se prepara para ir ao trabalho. Por isso é difícil conseguir um posto livre no transporte público, que aliás perdi devido ao meu estúpido alarme que não programei por causa da minha noite desvelada. Depois que Nora saiu de casa, decidi aproveitar minha série Netflix que eu tinha tempo sem assistir. Mas acontece que eu não tenho autocontrole quando se trata do meu passatempo favorito, eu tinha a intenção de apenas ver dois capítulos e, portanto, tornou-se mais cinc
Eu sempre pensei que a vida poderia mudar da noite para o dia, que em uma fração de segundos muitas coisas poderiam acontecer. Um dia estamos no alto e de repente caímos no chão. É como subir em uma montanha-russa, sabemos que haverá subida e descida, mas senti-las nos causa medo, pois as sensações do momento são um pouco desagradáveis. Pode ser normal para alguns, mas pessoalmente acho que isso me afeta muito. A incerteza de não saber o que pode acontecer mais tarde, e não estar preparada para tantas mudanças, isso sem dúvida me fez ver o que às vezes nosso mundo está inteiro, mas desmorona em um piscar de olhos.A morte da mãe tinha sido um grande golpe para mim, que era apenas uma menina de oito anos. Passei de uma pequena feliz e completa, a me sentir triste, sem vontade de continuar vivendo. Nada mais me parecia como antes, tudo havia mudado e eu estava com medo de não saber lidar com o vazio que a morte de minha mãe me causou.Depois que cheguei em casa, troquei de roupa vestind
O jantar estava sendo agradável, os pais de Luke não eram nada parecidos com os descritos pela mídia que espalhava informações falsas, inventando mais da conta para criar rumores. Eles são pessoas comuns que só querem ver seu filho ter sucesso, então estar fingindo ser a namorada de Luke me fez sentir mal. No entanto, é tudo por uma boa causa.- Que carreira estás a estudar? - pergunta O Sr. Radley, um advogado bem sucedido dono de vários escritórios de advocacia.Eu Levanto a cabeça da minha comida e limpo o canto dos meus lábios, deixando o coberto ao lado do prato.- Literatura-respondo acomodando o guardanapo no meu colo.- Oh, execelente escolha. É uma corrida muito boa—assento de acordo -. É importante ter claro que estudar antes que chegue a hora, caso contrário você pode escolher uma com pressa, mas no final não é o que você é apaixonado.- Sim, assim me disse meu pai-comentou.- Deve ser um homem muito sábio, além de que se pode notar a educação que te inculcou —sorrio orgulh
POV. AidanDias chuvosos me pareciam tristes. Eram dias com pouca luz, onde os raios do sol não eram visíveis, tudo ficava úmido e frio. Não entendi como algumas pessoas gostavam de mim, em especial não gostei nem um pouco. Talvez seja devido ao meu medo de tempestades, quando criança lembro que costumava me esconder entre os cobertores sempre que via aquelas nuvens escuras aparecerem no céu. Além disso, eu estava sozinha em casa quando isso acontecia, e tinha que controlar qualquer sentimento que isso gerasse. Embora seja verdade que eu havia superado o medo das tempestades, não entendia por que ainda me sentia em estado de alerta, como se fosse um perigo iminente quando o tempo mudasse.Por outro lado, eu não podia ficar em casa enquanto o tempo passava e eu estava esperando a chuva parar. Eu tinha me levantado com meu humor no chão, tinha semanas que não acontecia comigo, mas só acontecia quando eu precisava me encontrar com um amigo de infância que combinou de me encontrar no rest
POV. Eveline- Pai, estou aqui! - grito entrando na casa e fechando a porta pelas costas."Estou na cozinha -" eu o ouço dizer, então vou até lá.Sorrio contente desde que obtive a nota mais alta no exame, mas quando vejo o rosto do meu pai meu sorriso desaparece.- Qual é o problema? - me aproximo do balcão deixando minha mochila no banquinho.- Querida, devemos conversar-eu olho para ele com expectativa, sentindo meu coração disparar ao ouvir essas três palavras.- Sim, o que se passa?Ele demora alguns minutos antes de falar, fazendo minha ansiedade de querer saber do que se trata, subir de nível.— Eu não queria te preocupar, mas é necessário que você esteja ciente da situação em que estamos — Eu aceno engolindo com dificuldade—. Há um tempo, tive que pagar parte da dívida que sua mãe deixou. Mas não tendo dinheiro suficiente, tive que oferecer àquele homem qualquer coisa que liquidasse a dívida, e chegamos a um acordo, que eu teria que trabalhar com ele.- Oh, isso é ótimo, pai.
POV. AidanDias chuvosos me pareciam tristes. Eram dias com pouca luz, onde os raios do sol não eram visíveis, tudo ficava úmido e frio. Não entendi como algumas pessoas gostavam de mim, em especial não gostei nem um pouco. Talvez seja devido ao meu medo de tempestades, quando criança lembro que costumava me esconder entre os cobertores sempre que via aquelas nuvens escuras aparecerem no céu. Além disso, eu estava sozinha em casa quando isso acontecia, e tinha que controlar qualquer sentimento que isso gerasse. Embora seja verdade que eu havia superado o medo das tempestades, não entendia por que ainda me sentia em estado de alerta, como se fosse um perigo iminente quando o tempo mudasse.Por outro lado, eu não podia ficar em casa enquanto o tempo passava e eu estava esperando a chuva parar. Eu tinha me levantado com meu humor no chão, tinha semanas que não acontecia comigo, mas só acontecia quando eu precisava me encontrar com um amigo de infância que combinou de me encontrar no rest
— Eu não queria te preocupar, mas é necessário que você esteja ciente da situação em que estamos — Eu aceno engolindo com dificuldade—. Há um tempo, tive que pagar parte da dívida que sua mãe deixou. Mas não tendo dinheiro suficiente, tive que oferecer àquele homem qualquer coisa que liquidasse a dívida, e chegamos a um acordo, que eu teria que trabalhar com ele.- Oh, isso é ótimo, pai. Talvez não seja o trabalho que você tinha, mas......- Vou ter que viajar para Los Angeles — minha expressão muda para uma de surpresa.- O quê?— Será apenas por um tempo prolongado-acrescenta.- Quanto tempo? - Eu me pergunto com medo da resposta quando o vejo esquivar do meu olhar -. Você está falando de anos?- Um ano, e depois poderei voltar aqui com você-ele se aproxima de mim, mas eu vou embora ainda levando tudo.—Eu vou com você - " digo de repente, levado pela minha impulsividade. Vou procurar emprego e te ajudar a quitar a dívida."Não, eu não posso permitir isso, querida -" ela nega frenet