CHARLESMeu passado conseguiu ferir a única pessoa que realmente me importa. Isabella não se parece em nada com sua mãe, Isabella está cheia de vida, é divertida, carinhosa, despreocupada. Agora, é só preto e branco, seu mundo ficou completamente de cabeça para baixo por minha culpa. Eu sempre destruo as pessoas que amo, isso está no meu sangue, no meu DNA.No começo, era só sexo, apenas sexo, mas tudo mudou quando a vi com Benjamin. Isso me lembrou que ela podia seguir em frente facilmente e eu não queria que ela fizesse isso.Grace era inocente, era a irmã mais nova de Ryan, a melhor amiga de Isabella. Eu me sentia responsável por tudo o que aconteceu porque sou responsável.Levar Isabella ao funeral de Grace é mais perturbador do que eu pensava, Ryan desapareceu sobre Isabella, então tudo o que ela tem sou eu, um assassino, um líder de cartel, um abusador. Eu estava vestido todo de preto, Isabella também. Pensei em uma maneira de levar conforto a Isabella durante o funeral. Liguei
CHARLES—Posso entrar?Ela assentiu e abriu a porta para que eu pudesse entrar. Fechou a porta atrás de mim. Dei uma olhada no quarto, os livros estavam espalhados pelo chão, as molduras de fotos também estavam no chão.—Eu estava olhando fotos de Grace e eu…— ela suspirou.—Você não precisa me explicar— eu sussurrei.Ela sentou-se na cama, afastou rapidamente o cabelo do rosto. Parecia uma obra de arte, tão quebrada e ao mesmo tempo tão bonita. Caminhei silenciosamente até ela e me agachei ao nível dela.—Charles, não— sussurrou.—Toda a minha vida foi só morte e violência. Gosto de ferir pessoas, de colocar pessoas em perigo, mas não posso continuar te fazendo isso— disse enquanto colocava minhas mãos em suas bochechas, seus olhos verdes fixos nos meus olhos azuis. —De alguma forma, sua mãe olhou além do monstro.Ela baixou o olhar, seus olhos estavam cheios de lágrimas.—Você mudou o monstro— eu disse.Ela olhou de volta para mim enquanto inclinava levemente a cabeça. Ela estava co
ISABELLAQuatro anos depoisPassaram-se quatro anos desde que Charles me deixou naquela casa vazia, com o coração partido e sem ser compreendida.Quatro anos desde que tive o aborto espontâneo. Estar grávida foi uma bênção, tão rápido quanto a bênção chegou, ela se foi. Meu bebê nasceu morto, o bebê de Charles. Quando vi meu bebê, soube imediatamente que odiava Charles Salazar, eu o odeio mais do que qualquer coisa. A vida depois disso foi difícil, eu sentia que também era culpa minha, talvez se eu não tivesse lamentado tanto a morte de Grace, meu bebê estaria vivo.Minha mãe e meu pai estiveram ao meu lado o tempo todo, me apoiaram em tudo que fiz, acontecesse o que acontecesse. Passei a valorizar mais minha mãe, até mesmo meu pai.— Sra. Vinson, você tem uma visita. — Minha governanta disse.— Obrigada, Kelly. — Sorri.Eu me casei com Benjamin há três anos, foram os melhores três anos da minha vida. Amar Benjamin é diferente de tudo que já senti, é tão único e carinhoso. Ben aceitou
ISABELLA— Olá, Sra. Vinson.Sorri e lentamente tirei os sapatos de salto alto, caminhei até ele. Benjamin deixou as flores no chão enquanto me segurava. Beijei levemente seus lábios antes de me afastar um pouco para olhar em seus olhos. Meu polegar roçou suavemente sua bochecha, seus olhos me observavam.— Não quero esperar....— Sussurrei, esperando que Benjamin entendesse o que eu queria dizer com isso.Benjamin queria esperar mais três anos antes de tentar ter outro filho. Eu sei que Benjamin tem medo de perder outro bebê, assim como eu, mas estou pronta para formar uma família. Hoje, ver Tiffany com sua filha e grávida de outro menino me fez querer ainda mais.Benjamin parecia confuso enquanto suas sobrancelhas se uniam, seu rosto estava cheio de perguntas.Agarrei suas bochechas e coloquei meus lábios sobre os dele. Benjamin não se afastou. Continuou a me beijar com tudo, suas mãos deslizaram por trás da minha cabeça enquanto praticamente devorava meus lábios. Puxei sua camisa, s
ISABELLA—Isabella, é você?— Minha mãe chamou da cozinha, parecia que ela estava comendo.—Sim, mãe—. Gritei de volta.—Venha aqui.—Mãe, eu realmente não estou me sentindo...—Venha aqui, Isabella.— Disse minha mãe, sem deixar espaço para discussão.Deixei minha bolsa nas escadas, certifiquei-me de que meu cabelo cobria um pouco do meu rosto. Entrei na cozinha, indo diretamente para a geladeira para que ela não visse meu rosto. Peguei uma garrafa de água e olhei para dentro da geladeira, evitando-a.—Bunny, não demora tanto assim para escolher algo para comer—. Minha mãe riu suavemente.Me virei, ela parecia perplexa com o fato de eu estar usando óculos escuros dentro de casa.—Sua tia me ligou, quer fazer uma noite das meninas—. Minha mãe decidiu não me perguntar por que eu estava usando óculos escuros, fiquei agradecida.—Eu não posso ir, mas você deveria—. Respondi brevemente enquanto me dirigia para fora da cozinha.—Querida, você tem certeza de que está bem?—. Perguntou minha mã
ISABELLAAs lembranças do que aconteceu invadiram minha mente. Levantei-me da cama com medo preso dentro de mim e olhei ao redor para ver um quarto desconhecido. Levantei-me rápido demais, a dor percorreu meu corpo. Toquei levemente minha bochecha, dor era tudo o que sentia. Minha garganta também estava me matando.Olhei pela janela, estava escuro lá fora. Era o mesmo dia? Aproximei-me da porta, espreitei e só vi escuridão. Definitivamente, esta não é a casa do meu pai, parece um sótão ou algo assim. Fiquei na ponta dos pés enquanto fechava a porta do quarto, tentando não fazer barulho, mas era difícil. Passei por outras portas que não me atrevi a abrir, até que finalmente cheguei à sala.—O que aconteceu?— Gritou uma voz.Saltei com a mão no peito, a voz me deu um susto mortal. Virei-me para ver de onde vinha a voz, as luzes se acenderam revelando Charles sentado em uma cadeira. Fazia quatro anos que não o via, fiquei bastante surpresa. Meus olhos percorreram seus traços, definitivam
ISABELLA—Que merda...— Charles sussurra em voz baixa.Minha atenção se voltou para ele enquanto seus olhos perfuravam o telefone.O que Benjamin disse?—O que ele disse?— Perguntei enquanto o observava fixamente por alguns segundos, esperando uma resposta, mas nada. Comecei a ficar nervosa e arranquei o telefone de suas mãos, ele me permitiu.Meus olhos encontraram a mensagem de texto, apareceu a foto de um garoto. O garoto tinha cabelo castanho, grandes olhos verdes iguais aos meus, pele clara, cicatrizes cobrindo seu corpo.Espera, ele se parece com Charles.Abaixo da foto havia duas palavras:—Nathaniel Salazar.Não, não pode ser, esse menino não pode ser meu filho, fiquei olhando para o rosto do garoto por mais um tempo tentando me acostumar com a ideia.—Bunny, ele é igualzinho a mim—. Diz Charles, ele deve ter sentido minha dúvida. Virei-me novamente para olhá-lo, com lágrimas cercando meus olhos.Meu coração caiu no estômago, arrepios subiram por minha espinha até o pescoço.—
ISABELLA—Quer se casar comigo?Fiquei de boca aberta, minha mente estava cheia de pensamentos. Toda a dor que passei por causa dele, será que eu estava realmente pronta para deixar isso para trás? Fiquei olhando para a caixa que continha meu futuro, toda a minha vida poderia mudar com aquele anel.—Chefe, os encontramos — Ryan interrompe com um computador nas mãos. Eu segurei os lençóis firmemente contra mim. Quando Ryan me viu, sua mandíbula rangeu de raiva.Ryan esteve com Charles o tempo todo, todos os dias eu sofria sem ele. Achei que ele tinha ido embora para deixar esse negócio para trás, mas ele ficou com Charles como um covarde. Seus olhos encontraram os meus, então ele desviou o olhar para Charles.—É seu filho, o que significa... Isabella é a mãe? — Ele deu um passo à frente, em direção a Charles.Charles se levantou e deu um passo à frente, como Ryan.—Sim — ele respondeu.—Podem parar e me dizer onde está meu filho? — Me levantei com os lençóis ainda firmemente enrolados