Kendra
— Senhorita, consegue entender o que estou dizendo? — Não tenho certeza de se entendi, mas meneio a cabeça rapidamente, não tenho que falar muita coisa no final das contas. — Sua irmã precisa de uma transfusão sanguínea e você é a única que pode doar no momento, já que seu pai é diabético e usuário de insulina. Nosso estoque está baixo e precisamos de reposições imediatas.
— Kendra — chama Joshua. — Olha para mim — pede interrompendo as palavras da enfermeira. — Está comigo? — Meneio a cabeça ligeiro. Sim, estou ouvindo o que está sendo dito, mas não tenho certeza de como tudo pôde ocorrer desse modo. — Por favor, fa
Kendra— Ele é tão grande, não é? — Pergunto, me encosto mais no vidro para ver o meu sobrinho vestido em uma roupa em um tom de azul marinho, bem sofisticada e que deve custar um olho, apostaria nisso.— Lembra do tamanho da barriga dela? — Ele tem razão, Michelle sempre teve um barrigão, deve ser um sinal de que a criança vai crescer um monte, que já vai nascer bem maior que o comum. — Está feliz?— Ele é muito bonito — Acredito que isso vale como um sim, certo? Além disso, sempre dizem que bebês não nascem bonitos, mas acho meu sobrinho bem lindinho sim. Talvez por a genética dos pais ser boa. — Você estava lá quando a sua irm&
Kendra— Ainda não acredito que você fez tudo isso — murmura Kitty enquanto comemos um monte de pipoca. Joshua cochila em meu colo. Teve muitas aulas para revisar hoje, por isso apagou junto com o sol.— Meu sobrinho não tem culpa da mãe que tem — digo, e é a verdade, por que faria alguma coisa que pode vir a prejudicá-lo no futuro? Seus pais podem não ser os melhores, mas é melhor ter os dois ao seu lado, não é? Talvez possam mudar após perceberem a realidade de criar uma criança.— Claro que não, mas como sua mãe tem a cara de pau de vir te dizer que vai manter tudo em sigilo pra JoshuaA notícia de que o advogado Roger Siqueira e sua esposa sofreram um acidente tomou conta da mídia quando se descobriu que ele dirigia embriagado. Passou a receber muitos comentários negativos ao lado de seu nome, principalmente de mulheres que não entendem como não pôde pensar na segurança da própria esposa quando poderiam ter pegado um táxi para voltar para casa.Aparentemente toda as pessoas que cuidam da imagem da empresa estão em cima tentando apagar o incêndio que isto causou nas notícias, mas quando se juntou a notícia de que ele teria traído a noiva com a própria irmã as coisas apenas pioraram, pois logo começaram a dizer que o karma estava agindo em suas vidas. KendraSentada ao lado de Joshua não consigo tirar os olhos do palco onde os passos são feitos de forma formidável, onde cada uma das pessoas se empenha para que aqueles os assistindo sintam todas as emoções que são movidas somente pela bela imagem de sua dança como também pela música que entra pelos ouvidos e atravessa o coração.Se instala em diversos lugares e nos mostra cada uma das vantagens de ver as apresentações com seus próprios olhos, sem ter uma tela os afastando e é uma sensação indescritível. Ver todas as mudanças. Os respiros alegres. As expressões dolorosas. A atuação impecável que faz com que fique imerso até o último segundo, até que a51. Dia 31: Sei que vai ajudar
52. Dia 32: Um belo espetáculo
Duas semanas depoisKendra— Vira esse copo. — Rindo sigo os conselhos das minhas parceiras de bebida. Kitty ri um monte de como acabo esbugalhando os olhos, pois é mais forte do que pensava. — Eu não acredito que ela fez mesmo — zomba.Mas essa é uma noite para me divertir por ter terminado minha história e ela receber a sua aprovação para a publicação. Claro, virão muitos processos pela frente, mas o grosso já foi feito e isso tem que ser comemorado.— Sou uma covarde aos seus olhos? — pergunto.— Se você for covarde eu sou o que? — indaga Júlia. — M
Kendra— Fominha, vou para a faculdade e acho que demorarei a chegar — avisa-me Joshua, me puxa para seus braços dando um beijo em minha testa e só isto já seria o bastante para inflar o meu coração fazendo com que correr uma maratona não seja um problema, mas ainda piora a minha situação ao descer com seus lábios até os meus.Nesse ponto da história já estou completamente perdida nas sensações que o seu corpo contra o meu causa. É como se todos os meus sentidos despertassem somente para poder estar alegres perante a sua presença.— Não sei se quero que vá — digo, segurando firmemente a sua jaqueta entre meus dedos. Seu cheiro avanç
Kendra— Não temos coisas em comum que fariam você vir até aqui — digo. Antes tentava me manter longe das discussões, pois tinha medo de prejudicar a sua gravidez, agora temo acordar uma criança que é tão fofa adormecida.— Ainda temos o mesmo sangue — rebate Michelle. Coisa que deve ter esquecido quando transou com o meu noivo. — Mas não é disso que vim falar, duvido que queira conversar sobre algo comigo. — Se sabe que não há motivos para conversarmos porque viria?Agora acha que apenas a sua presença é o bastante para que me irrite?Quer algum motivo para ter uma nova fofoca sobre mim? KendraMichelle não só apagou como parecia um zumbi quando se levantou e se assustou ao ver que Joshua tem seu filho nos braços, que o menino parece gostar demais dele. Esfregou os olhos e observou a situação repetidamente, como se não pudesse acreditar.Eu deveria ser a única a não crer no que está acontecendo, uma vez que dormiu todo o restante da tarde e por temer que esquecesse completamente de Victor nem pude ir a minha aula de Yoga. Fiquei com medo de o colocar ao lado dela novamente e ela não o notar.— Finalmente se levantou? — pergunto e torce o rosto para minha questão que pode ser respondida unicamente por sua presença. — Não dorme há quantos dias?<56. Não ache que vou agradecer, parte 3