Olivia
Encarei a mulher que me deu a luz sem conseguir acreditar que eu a estava vendo na minha frente de fato.
— Mãe? — murmuro novamente.
A mulher franziu o cenho e depois me olha com atenção, que se torna espanto em poucos segundos. Sua boca se abre e ela balbucia alguma coisa ininteligível. Logo depois, se aproxima de mim e me encara com intensidade.
— Olivia? — pergunta com dúvida.
— Mãe, então é você mesmo? — pergunto mesmo sabendo que é.
É como se fosse uma alucinação na minha frente, algo que eu sonhei apenas nos meus sonhos ou pesadelos. Quando era
KlausUm misto de sentimentos tomou conta do meu ser. Enquanto a mulher que eu conhecia há poucos dias contava sua história, eu observava com cuidado a reação de Olivia ao meu lado. Eu sabia que sua mãe era um tópico delicado, já que ela nunca a mencionou antes, e agora eu sei porque. Eu não sabia realmente o que dizer, não tinha como melhorar essa situação. Foi uma bizarra coincidência que a esposa do meu tio que não via há anos, fosse também a mãe da mulher por quem me apaixonei. Foi uma situação estranha e inesperada e quando eu vi a raiva estampada no rosto de Olivia, eu entendi que ela tinha o direito de ficar com raiva, foi abandonada pela mãe e negligenciada pelo pai, embora eles pareçam ter uma boa relação agora, não foi assim no passado e saber do outro lado da história, não oferece nenhum conforto, só machucou uma ferida que nunca sarou.Olivia saiu correndo e eu não pensei duas vezes antes de segui-la, eu não quero que ela fique sozinha em uma situação dessas, seus pensamen
OliviaDepois de conhecer toda a atribulada história dos meus pais, decidi não pensar muito nisso, é um assunto delicado para mim, uma ferida antiga que nunca sarou e talvez, o maior motivo que me levou a acreditar incondicionalmente nas palavras de Sarah e segui-la cegamente. A mágoa que sinto pela minha mãe é algo que decidi ignorar, não quero perder tempo remoendo o passado que não posso mudar, preciso me concentrar na minha própria vingança, quero ser capaz de acabar com todas as minhas pendências.Sentei-me tranquilamente e enquanto apreciava meu café da manhã, peguei o jornal e vi na primeira página o caso de Robert. O homem que matou a própria avó e a enterrou no quintal. No meio da matéria, dizia-se que o crime foi descoberto por meio de
OliviaO dia estava lindo, perfeito, deslumbrante. Isto é, até que a presença de Sarah fosse anunciada pela minha assistente. Pensei que não precisaria ver sua cara por um tempo, desde a festa anual eu não tenho visto ela, é claro, considerando a linha do tempo atual, e não o dia em que ela meteu uma bala na minha cabeça. Meu humor azedou imediatamente e eu queria mandá-la embora imediatamente, no entanto, algo sobre manter os inimigos perto me fez desistir de mandá-la embora.Vladimir estava sentado no sofá do escritório, e lia um livro bastante concentrado.— Você precisa que eu saia? — abaixa o livro.— Não, eu quero que você permaneça exatamente onde está e analise todo o comportamento dela. — peço.Vladimir assente e continua a ler tranquilamente.Peço para que Sarah entre e colo um sorriso falso no rosto. Me enoja ainda ter que sorrir para ela, mas essa não é a hora de mostrar minha verdadeira face, não se sabe o que ela pode fazer aqui, não quero arriscar, ainda é muito cedo pa
OliviaAlguns dias se passaram desde a partida de Abby para cuidar da mãe. Falta exatamente um dia para o seu retorno e eu finalmente vou começar a me mexer para pegar Lisa. Nos últimos dias, ela tem trabalhado diligentemente, cheia de sorrisos e cortesias. Fingi estar gostando de seu trabalho, me aproximei e a tratei como se fôssemos próximas. Isso a fez criar uma falsa sensação de segurança, em algum momento, ela vai relaxar e escorregar e se isso não acontecer, ela ainda vai estar encrencada por pegar o que não lhe pertence.Aproveitei o horário que Lisa costuma arrumar meu quarto e fui até o cofre. Abri o cofre e gritei dramaticamente ao ver que o lugar onde a gargantilha geralmente deveria estar, junto com uma generosa quantia de dinheiro que costumo deixar guardado em casa para emergências.— Lisa, você viu a minha gargantilha de diamantes? — pergunto apressada.Lisa faz uma expressão surpresa com minha pergunta, é tudo fingimento, eu sei disso.Sim, isso mesmo. Faça seu teatro.
OliviaComo deveria ser, liguei para a polícia e notifiquei o roubo, no entanto, quando os policiais chegaram à residência, pedi-lhes para que me acompanhassem até o escritório por alguns minutos.— Senhores, peço que o que vou dizer fique apenas entre nós e não deve sair dessa sala de maneira alguma. — começo, ambos assentem e esperam que eu continue. — Como sabem, eu fui roubada, uma gargantilha de diamantes e uma quantia de dinheiro que devia estar guardados em meu cofre pessoal desapareceram, uma empregada próxima disse que sua colega falou antes de sair em uma curta licença que pretendia fugir com um homem, todas as provas apontam para essa funcionária em questão, no entanto, não descarto a suspeita de que ela não seja a culpada desse crime. Por isso, peço que interroguem todos, mas não falem nada sobre essa minha suspeita, apenas perguntem o que precisam e analisem a situação. Se a funcionária em questão não comparecer a essa residência amanhã no horário estipulado, eu saberei q
Olivia— Senhorita, como tinha tanta certeza que Lisa roubaria o colar? — Abby pergunta no instante em que ficamos sozinhas no quarto.Não posso dizer que tinha plena certeza que ela faria isso, só posso dizer que eu já vi suficiente de seu caráter nas duas últimas vidas que vivi, para saber que ela faria algo assim.— Eu já suspeitava dela fazia um tempo, só confirmei de maneira arriscada. — menti.— Confesso que por um momento, senti medo de levar a culpa por algo que não fiz. — Abby confessa.— Eu não deixaria isso acontecer, afinal, fui eu que pedi para que você participasse disso. — asseguro.
KlausTamborilei com os dedos na mesa distraidamente, estávamos todos juntos tendo um almoço em família, logo meu tio voltará para a Grécia com sua esposa e estamos fazendo uma pequena despedida em família. Não é nada especial, apenas mais uma reunião comum. Tenho que admitir que meu tio se tornou um bom homem, ele parece ter amadurecido depois de tanto tempo fora, ele foi quase exilado e não saiu daqui em bons termos, aparentemente, as desavenças já foram todas resolvidas e perdoadas. Inesperadamente, ele é casado com a mãe da mulher que namoro, o que faz dela a minha sogra e eu realmente não sei dizer onde ele entra nessa história toda, certamente existe uma posição para ele, mas é muito confusa para pensar agora. Surpreendentemente, descobri por meio da minha mãe, que não consegue segurar a curiosidade, que a minha sogra teve outros dois filhos, dois adolescentes que não vieram porque estão estudando fora. Me pergunto como são os irmãos de Olivia, será que são como ela? Ou como meu
OliviaEu estava rindo sobre algo que Alina contou, enquanto saía do restaurante perto da empresa, quando alguém esbarrou em mim com certa força. Se tratava de uma mulher muito bonita, não sei determinar sua idade com toda certeza, mas ela parecia estar entre trinta e quarenta anos, era uma mulher cheia de classe, carregava algumas sacolas de marcas importantes, uma bolsa de couro, um vestido colado, sobretudo azul e saltos obscenamente altos, o cabelo ruivo destoava de todo o resto e eu não soube determinar se é natural ou não aquela cor.— Oh, desculpe. Eu estava com pressa e acabei esbarrando em você. — a mulher se desculpa rapidamente.— Não tem problema, eu também estava distraída. — digo.