Helena Eu realmente não sei o que deu em mim nos últimos segundos... Em um momento eu estava praticamente brigando com o idiota do professor Felipe e no outro eu estava em seus braços, como? Eu simplesmente não faço ideia! Mas nesse exato momento eu estou totalmente entregue a ele.Os meus braços estão envoltos em seu pescoço, sinto as suas mãos firmes aqui em minha cintura e os seus lábios estão juntos aos meus... Eu sei que isso é errado e que eu não deveria estar fazendo isso de maneira alguma, mas cá estou, em seus braços e sem a minina força para sair daqui.O professor Felipe separou os seus lábios dos meus de repente, ele me encarou com uma certa escuridão em seus olhos, pude ver o quanto a sua respiração estava forte e ofegante e o seu rosto vermelho.- Então, vamos?- Ele falou desarmando o alarme do carro.Vamos? Mas pra onde!- Pra onde?- O questionei confusa.Felipe me encarou por alguns segundos, soltou uma gargalhada rápida e balançou a cabeça.- Ué, pra minha casa.- Ele
#Bônus PatríciaSentada em meu escritório encaro toda aquela papelada sem saber ao menos o que fazer... Ultimamente as coisas não tem sido fáceis aqui em casa e está bem complicado pagar todas as contas da casa, manter os funcionários e ainda bancar a faculdade da minha filha, então estamos tendo que nos virar em mil... O meu marido é advogado e ele tem um escritório no centro da cidade, mas o movimento por lá anda fraco demais e isso tem feito as coisas apertarem muito por aqui... Eu nunca fui muito de trabalhar e também não quero que minha filhinha vá pra labuta, então só existe uma coisa que pode me tirar de todo esse aperto.- Patrícia, estou indo para o escritório... Vou ficar por lá até mais tarde hoje pra tentar adiantar alguns trabalhos.- Ronaldo, o meu marido, adentrou pelo nosso escritório me avisando.Imediatamente me virei em sua direção e logo me levantei indo até ele... Eu pedi que ele fizesse algo por mim e preciso saber se isso foi feito!- Querido, você preparou aquil
Felipe Parado ao lado daquela maca, observo aquela garotinha dormir profundamente e checo os seus sinais vitais... A última noite por aqui foi longa e totalmente cansativa, nós quase perdemos uma paciente e demos o nosso sangue e raça para salva-la, mas no fim, tudo deu certo e aqui ela está... Ela está viva e estável no momento e se depender de mim, assim ela continuará.- Doutor Ávila, pode ir descansar... Eu fico aqui com a menina e prometo cuidar muito bem dela, como se ela fosse a minha filha.- Gisele, minha enfermeira auxiliar disse ao se aproximar de mim.Não sei exatamente o porque, mas não queria sair de perto daquela menina... Ela estava sozinha alí, sem a mãe, pai ou outra companhia qualquer e isso me deixava tão pensativo... Uma garotinha tão pequena, ingênua e indefesa sozinha dentro de um hospital... Olhar pra ela me faz ter reflexos da minha infância, me faz lembrar de todos os momentos que eu estava machucado e ninguém estava alí por mim.- Não se preocupem, vou ficar
Helena Hoje é uma rotineira noite tranquila de quinta feira e nesse exato momento já são mais de nove da noite, então o restaurante já está praticamente vazio e um silêncio absurdo tomou conta desse lugar... De trás do balcão, eu observo tudo com atenção me sentindo totalmente entediada.Eu já fiz absolutamente tudo que tinha pra fazer por aqui... Já limpei as mesas, lavei os banheiros, lavei todas as louças sujas que haviam na cozinha e ainda assim faltam mais de uma hora para eu ir embora... Já não sei mais o que fazer pra que o tempo passe logo.Dei uma olhada no relógio da parede e percebi que era nove e quinze da noite naquele momento... Estranho!Eu não estou reclamando e nem nada, muito pelo contrário, estou até aliviada! Mas fazem mais de uma semana que o Felipe não vem aqui... Até alguns dias atrás ele vinha religiosamente ao restaurante, as nove em ponto ele passava por aquela porta e só ia embora quando o restaurante fechasse, mas de alguns dias pra cá ele não veio mais...
Helena A minha cabeça se encontra repleta de confusões e eu ainda não consigo assimilar tudo que aconteceu nas últimas horas... Em um momento eu estava lá no restaurante fazendo o meu trabalho e no outro estava no hospital que o Felipe trabalha fazendo saturas na ferida da minha mão... Como isso tudo foi acontecer tão rápido? Eu não entendo e ainda me sinto zonza com tudo isso.Bom, pelo menos o fim de toda essa confusão deu certo e eu estou sã, salva e com o meu ferimento cuidado... Eu ainda não consigo acreditar que o Felipe cuidou de mim em meio a tudo isso e em como ele foi paciente comigo... Até algumas horas atrás eu tinha uma visão muito diferente dele, mas talvez ele não seja tão carrasco como eu pensava... TALVEZ!- Você está se sentindo melhor?- A voz do Felipe soou afastando meus pensamentos.Nesse exato momento o meu ferimento já foi tratado, está tudo bem com minha mão e o Felipe já está me levando pra casa, como ele havia prometido.- Sim! Está tudo bem! Eu só fiquei n
Felipe Eu realmente não faço ideia qual foi a última vez que eu dormi por mais de três horas seguidas... Ultimamente a vida tem sido atarefada e corrida demais e eu tenho dividido meu tempo entre essa faculdade e o hospital, e isso me deixa quase sem tempo até mesmo para respirar, quem dirá para dormir ou descansar.A minha rotina é corrida e totalmente cansativa, mas eu não vejo a minha vida de uma outra forma... Eu não tenho mais nada além dos meu emprego na faculdade e no hospital, é isso que aqui que me move e me manter vivo... Eu não planejo me casar um dia, tenho pavor a ideia de ser pai e eu não tenho muitos hobbies, então são nós meus empregos que eu tenho um pouquinho de distração e é isso que eu quero continuar fazendo até a minha morte.- Boa dia, Felipe!- Pude ouvir alguém me cumprimentar, e ao levantar a cabeça, vi que se tratava da Lívia.- Bom dia!- A respondi brevemente e em seguida voltei a pressão atenção no que eu fazia.Lívia parece não ter percebido que não estav
Helena Nesse exato momento eu estou sentada a mesa de um barzinho qualquer no centro da cidade e sinto o meu coração ir a mil a cada segundo que passa... Eu estou muito ansiosa para a chegada da minha madrinha e eu não sei nem como vou reagir ao vê-la.Confesso que eu tenho medo de tudo que está por vir e não sei como vou enfrentar tudo isso, mas eu sei que vou ser forte e vou enfrentar tudo de cabeça erguida.- Helena?- Uma voz doce e gentil soou próximo a mim e naquele segundo o meu coração parou por um segundo.Virei-me para trás imediatamente e ao deparar com a minha madrinha alí, eu me senti como não me sentia há muito tempo. Eu me senti feito aquela menina amada e feliz eu não me sentia assim desde que o meu pai se foi.- Madrinha?- Falei quase sem voz ao me levantar.A minha madrinha correu em minha direção me dando um abraço e ao senti-la tão próximo de mim, eu soube que tudo que a minha tia havia falado era mentira.A minha madrinha não roubou o meu pai! Ela não fez nada daq
Helena Fazia tanto, mas tanto tempo que eu não me sentia tão bem e tão feliz como estou me sentindo agora... Desde que meu pai se foi, eu me tornei uma pessoa tão triste, fechada e deprimida e viver sendo humilhada de baixo do teto da minha tia fazia com que eu me sentisse ainda pior e agora eu sei que era exatamente disso que eu precisava, de um lugar pra chamar de meu e viver em paz.Já fazem alguns dias que estou vivendo aqui no apartamento que meu pai deixou pra mim, tudo ainda está bem bagunçado, empoeirado e precisa de uma bela limpeza, mas eu estou feliz e me sinto bem como não me sentia há muito tempo e eu não poderia estar mais feliz.- Helena, eu dei uma limpeza na sua cozinha e passei um paninho na sala de estar... Ainda tem muita coisa pra organizar e ser colocada no lugar, mas com o tempo a gente vai ajeitando tudo.- Minha madrinha disse chamando a minha atenção.Eu pedi que a minha madrinha passasse um tempinho aqui comigo até que tudo isso fosse resolvido, até que eu c