Hanna Cooper.Vicente balança a cabeça e faz um gesto para eu prosseguir.- A primeira coisa... - começo sem conseguir parar de me mexer - É que eu não sou, e nunca fui, uma vagabunda.- Não é o que os fatos condizem - ele interrompe, parecendo irritado.- Que se dane os fatos! - explodo - Você tem que acreditar em mim e não nos fatos e a verdade é que eu nunca dormi com nenhum daqueles caras que você viu comigo nas festas, não dormir com nenhum dos meus namorados babacas.Vicente parece chocado, mas eu resolvo continuar e dizer a verdade de uma vez por todas, por mais estranho que seja falar da minha vida sexual com meu irmão mais velho.- Eu era virgem - confesso - O único homem com quem dormi foi Murilo.O rosto dele adquire uma coloração avermelhada e ele engasga com a saliva e começa a tossir.- Virgem? - pergunta quando consegue parar de tossir.- Sim, Vince - confirmo - Eu sei que prometi te contar quando finalmente acontecesse...- Eu pensei que você tinha dormido com aqueles
Hanna Cooper.Começo a trabalhar, engolindo o nó gigantesco que se forma. Minha vontade é voltar para casa e dormir, mas não posso fazer isso, não posso fugir das coisas e nem do que sinto. Suspiro frustrada, não há nada que eu possa fazer nesse momento, nada além de ficar sentindo um vazio enorme por ter causado essa confusão.Sinto meu controle se esvair, meus olhos começam a encher de lágrimas e eu as seco com as costas das mãos.Começo a organizar algumas pastas e meu celular toca. É a minha mãe.- Oi, mãe - atendo.- Oi, querida. Como você está hoje?- Estou bem.- Já tomou alguma decisão? - sua voz está e isso é o suficiente para me acalmar um pouco.- Sim e até já conversei com o Vince. Optei por falar a verdade.- Isso é maravilhoso! Então as coisas estão resolvidas?- Com o Vicente sim.- Você não conversou com o Murilo?- Não, ele foi viajar.- Sinto muito, meu amor, mas acho que ele precisa de tempo tanto quanto você, talvez o melhor seja deixar as coisas esfriarem.- Talve
Hanna Cooper. Eu não vou deixa-lo partir, não sem tentar. - Eu vou até , ele - digo abrindo a porta do carro - Eu vou a pé. - Mas faltam três quadras! - Não importa. Eu vou atrás dele - falo firme. Meu irmão estica os braços e me abraça, antes que eu saia do carro. - Então corra, irmã. Eu vou ligar para ele e tentar atrasá-lo, não garanto conseguir, ele não quer me atender. Concordo, nem havia me lembrado de ligar, mas não acho que ele vá me atender de qualquer forma. - Vai lá - ele se afasta e beija minha testa - Vou torcer por você, as coisas não tem que acabar desse jeito. Sorrio e saio do carro, mas assim que olho ao redor e vejo os carros quase colados um no outro, percebo que cruzar as três fileiras até o outro lado da rua é praticamente impossível, mas não vou deixar isso me abalar. Tiro os sapatos de salto e fico de lado, passando entre o carro de Vince e uma kombi. Não tenho a mesma sorte com o próximo carro, então banco a doida e pulo por cima do capô, deixando meus
Hanna Cooper. Respiro fundo, tomando coragem. - Não, a outra verdade - continuo com a voz embargada - Só me deixe falar e se depois que me ouvir ainda quiser ir embora, tudo bem, eu não farei nada mais para impedir. Murilo cruza os braços, parece avaliar minhas palavras. - Você tem quatro minutos - diz de uma forma ríspida. - Tudo bem - concordo e respiro fundo - Por onde devo começar... - Pelo começo, presumo - ele me interrompe - E você tem três minutos, eu preciso pegar um avião. Ele está sendo duro comigo e quase perco a coragem, mas meu tempo limitado me faz organizar os pensamentos. - Quando eu tinha doze anos - começo, olhando para o chão e não para ele, porque não está sendo fácil falar - Eu descobrir que era apaixonada por você. E eu fazia de tudo para ficar perto, mas não era algo de que eu me orgulhasse e eu preferi esconder isso porque era algo só meu... Paro de falar e olho para Murilo, ele descruza os braços e começa a coçar a nuca. - Doze anos? - pergunta parec
Murilo Lewis. Acordo antes da minha ursinha para admirá-la em meus braços, eu não acredito que finalmente conseguimos nos acertar. Escuto batidas leves na porta do quarto, afasto gentilmente a cabeça de Hanna do meu braço, levanto e visto um roupão. Quando abro a porta dou de cara com Mila. - Tem visita para você - avisa. Assinto e a sigo, quando chego na sala me surpreendo ao ver Vicente, sentado no sofá de frente para a janela de vidro, parece que sua mente está em outro lugar. - Oi - falo me aproximando. Ele me encara alguns segundos e se levanta. - Primeiramente eu queria me desculpar por todas as coisas feias que lhe disse - fala apressado - Você é meu melhor amigo, faz parte da minha família. Então, só me desculpe. - Está tudo bem - respondo tranquilo. - Eu só queria que entendesse que ela é minha garotinha, só queria protege-la. - Ela não é mais criança - o lembro. Vicente ri sem humor. - Continua sendo a minha irmã! - diz - Eu confiei em você, e você me traiu. Conf
Hanna Cooper.Eu sinto como se meu coração estivesse sendo esmagado, me sinto doente.- Não sei o que falar - digo baixinho. Estou atordoada e sinto um aperto muito forte no meu peito.Murilo mantém o olhar perdido, ele não diz nada, mas sei o quanto ele deve estar sofrendo agora.Eu nunca poderia imaginar algo dessa magnitude, tudo que ele passou foi cruel em muitos pontos, ele não merecia.- Fala alguma coisa! Como se sente? - peço angustiada pelo seu silencio.Seguro seu rosto com uma mão, enquanto a outra está segurando o papel. Meu estômago se revira com o ciúme. A ideia de ele ainda amá-la me deixa devastada. Mas eu sei o quanto isso é grande e forte no psicológico de qualquer um. Até de um homem tão grande como Murilo. Ele levanta a cabeça e seus olhos se fixam nos meus, não há nada, Murilo simplesmente está sem expressão.- Não vou mentir pra você - diz calmamente, parece avaliar as palavras a serem ditas - Eu esperei a dor vir. A dor que senti quando ela se foi para longe, m
Murilo Lewis. Olho para o céu azul enquanto acaricio as costas da minha ursinha, ela dorme serenamente nos meus braços. Decido acordá-la de uma forma diferente. Afasto sua cabeça do meu braço lentamente e vou me abaixando até está na altura da sua calcinha de renda e cetim, coloco de lado e passo a língua por toda a sua fenda. Ela acorda instantaneamente e me encara com os olhos azuis nublados de desejo, pisco um olho e ela fica ruborizada. Volto a passar a língua por sua carne e ela lamenta. - Oh, por favor... - sussurra e leva uma de suas mãos para meus cabelos. - Por favor o que? O que exatamente você está me pedindo, moranguinha? - pergunto ironicamente. Levo meu dedo indicador até seu clitóris e ela serra os dentes. Quando ela começa a rebolar em meus dedos eu afasto. - Como assim? - questiona ofegante - Por que parou? - Quero que repita o que falou ontem à noite - peço e introduzo um dedo em seu canal, ela suspira - Diga que é minha! Diga que me ama! Diga que me quer! - Mu
Hanna Cooper."Alguns meses depois".Positivo!Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, abro a boca surpresa demais, feliz demais. Quase seis meses depois de parar de usar anticoncepcional, finalmente estou segurando um teste de gravidez, com duas listrinhas rosas, que mostram que uma sementinha do meu amor pelo Mumu cresce dentro de mim.Passo a ponta do dedo pelas listras. Positivo!Isso é tão grande, é tão maravilhoso que não tenho palavras para descrever o que estou sentindo. Eu estou grávida. E chorando. Eu estou chorando, sentada no vaso sanitário, do banheiro do apartamento do Murilo. Sim estamos morando juntos no apartamento dele, enquanto mobilhamos a nossa casa e fazemos os últimos preparativos para o casamento.Um sorriso bobo surgi em meus lábios enquanto acaricia a barriga ainda plana.- Já te amo muito meu amor - sussurro baixinho.Escuto batidas leves na porta.- Ursinha, nossa família está nos esperando - Murilo fala com a voz rouca - Esse é o nosso jantar de noivado