Capítulo-7- Humilhação

Eu acordei na manhã seguinte um pouco mais cedo do que eu devia, claro que eu estava de pijama, do Bob esponja que eu sempre amava, era o meu desenho favorito e fazia questão de assistir todos os dias antes de ter que ir para a empresa, o lugar abria às 10 horas então eu acordei às 8 horas tinha tempo suficiente para assistir alguma coisa antes de tomar um banho e trocar de roupa.

Eu respirei fundo ao acordar com o barulho do elevador, alguém estava na porta e nessa altura do campeonato poderia ser qualquer pessoa, ou poderia ser minha irmã, ou o meu pai querendo discutir comigo pelas minhas novas amizades ruins que ele não aprovava.

Engolindo a frustração, peguei o meu cartão de acesso na penteadeira ao lado da cama e caminhei com passos firmes até o elevador, ao liberar a passagem, quase chorei de felicidade ao ver Ava.

Ava: quem é que te ama benzinho?- ela veio na minha direção e me deu um abraço apertado, eu sorri, mesmo sabendo que havia menos de dois dias que eu tinha visto a minha irmã. - o papai saiu para uma reunião, então eu aproveitei e peguei algumas coisas para que nós possamos ter um café da manhã.

Na verdade, eu tenho certeza que ela passou em alguma lanchonete e comprou tudo aquilo, a minha irmã detestava cozinhar.

Meu pai também não deixava, ele queria ter certeza que a minha irmã seria uma dama e ela sempre tinha que ser servida, ela nunca poderia servir ninguém. Mas Ava sempre me servia, ela fazia questão de comprar sorvete e tudo que eu gostava aí me levar no meu quarto quando morava com o papai e era isso que ele mais odiava.

Ava: agora você vai me dizer como foi a sua noite no cinema com um garoto pela primeira vez?- ela balançou as sobrancelhas curiosa, então ela se virou e olhou para perto da televisão onde estava o meu pote com o formato da cabeça do Wolverine - você foi ver Deadpool?

Abigail: ele queria ver o filme e ainda me fez beber água depois de uma cena engraçada- ela levantou a sobrancelha enquanto Me servia um pedaço de torta de frango, peguei o meu copo de suco de laranja enquanto ela também se servia, claro que o seu pedaço era três vezes menor do que o meu - Rhage me trouxe para casa após a sorveteria que foi onde nós encontramos com Aaron, ele estava com uma mulher tão frívola e estranha, ela parecia extremamente comprada.

Ava: uma prostituta!- eu afirmei com a cabeça, até mesmo pelo vestido salmão ridículo em seu corpo que não combinava nem um pouco com o batom e o salto vermelho, realmente era uma cena muito feia - ele foi o primeiro a chegar até o nosso pai e contar o que aconteceu, papai disse que não fazia ideia do porquê um homem como que ele queria amizade com você.

Abigail: o papai acha que sabe de tudo e é por isso que ele perdeu a mamãe!- isso fez com que a minha irmã pudesse me olhar com um olhar triste, todos nós lembramos da morte da mamãe, meu pai estava discutindo com ela porque mamãe estava começando a engordar e eles sofreram um acidente de carro, onde a minha mãe morreu e ele não. - você sabe que o preconceito do papai foi quem matou a mamãe, ainda não entendo porque todos vocês fecham os olhos.

Ava: Ele amava a mamãe!- se amasse, deveria ter aceitado ela como era. - você é a que mais se parece com a nossa mãe e é por isso que ele tem tanto remorso, eu acredito que ele vê a mamãe em você.

Abigail: isso não é motivo para me tratar da maneira que ele me trata, eu sou a filha dele e não a esposa - com isso eu decidi encerrar o assunto, comecei a conversar com a minha irmã sobre o que havia acontecido no cinema e ela ficou toda contente, aos poucos esquecendo tudo o que nós havíamos dito.

Foi realmente difícil para minha irmã se despedir de mim quando entrei no carro para ir até a empresa, finalmente no horário de trabalho havia começado e Rhage esperava por mim.

Rhage: eu trouxe uma cesta de café da manhã- ele tinha um sorriso tão tranquilo e gigantesco nos lábios que realmente me diziam que ele estava feliz - vamos tomar o café da manhã juntos.

Ele estava tão feliz que eu não queria nem mesmo contar a ele que já havia tomado café com a minha irmã, então eu aceitei comer algumas coisas da cesta e resolvemos deixar o resto para comer no horário do almoço.

O meu horário de trabalho foi tranquilo e todo divertido, Rhage fazia questão de me ajudar com tudo e até mesmo a me apresentar as modelos que também foram tão educadas e gentis que comecei a pensar no meu próprio preconceito em pensar que esse povo era maldoso.

Então, finalmente o horário havia terminado e eu poderia voltar para casa, me despedi do meu grande amigo toda feliz até que cheguei em casa.

Quando entrei, quase levei um susto por ver o meu pai ali, apenas a minha irmã tinha o cartão de acesso, mas Ava ainda fazia questão de me pedir para abrir a passagem por educação o meu pai não seguia por essa linha de raciocínio.

Anthony: eu ainda não acredito que você deixou uma mansão para morar nesse muquifo - aquilo me embrulhou o estômago, eu não podia acreditar que ele veio até minha casa para denegrir e insultar - você poderia ter comprado um lugar melhor, mas morar em um lugar tão pequeno assim?

Abigail: pelo que eu me lembro, o senhor veio de uma família pobre que tinha muito menos do que isso, eu tenho orgulho de onde eu estou morando - tocar no passado não foi uma boa ideia porque ele me olhou com total desgosto, nada do que eu já não estivesse acostumada.

Anthony: Aaron me disse que te encontrou na sorveteria com o seu chefe, Mackenzie!- Aaron fofoqueiro. - você sabe que a empresa dele é rival da nossa porque a nossa empresa é menor do que a dele, e ainda assim eu aceitei quando disse que iria trabalhar para ele, mas agora você quer fazer amizade com o nosso inimigo?

Abigail: nosso inimigo?- eu olhei no rosto do meu pai não acreditando na sua audácia - Rhage Mackenzie não é o meu inimigo, ele não é o inimigo da minha irmã e muito menos do meu irmão, ele é o seu inimigo no mundo dos negócios, fora disso ele é apenas um ser humano comum.

Anthony: eu estou tentando, juro que estou tentando te fazer o melhor e ainda assim você sempre me irrita!- ele se aproximou e apontou o dedo perto do meu rosto - eu não quero você com esse tipo de amizade uma amizade que vai acabar com a nossa empresa, uma amizade que vai fazer com que nós possamos perder tudo.

Abigail: que eu possa perder a empresa?- eu indaguei - a empresa que o senhor disse que não me queria nem por perto porque eu não era bonita o suficiente para chamar atenção de ninguém? Por que eu era gorda e isso iria te envergonhar? - Eu dei um passo para trás - o que acontece naquela empresa não é problema meu.

Resposta errada!

Ele me acertou uma bofetada que quase me jogou no chão, depois ajeitou a blusa mais uma vez como se aquilo não fosse nada enquanto eu olhava embasbacada para o seu rosto.

Anthony: aquela era a empresa da sua mãe, você deveria se colocar no seu lugar- eu neguei com a cabeça incrédula. - eu sou o seu pai e sei o que é melhor para os meus filhos.

Abigail: Você não sabe de nada!- eu estava pouco me importando com a dor na minha bochecha - você pensa que sabe só porque é o meu progenitor, mas foi as babás que contratou o que me criou, não foi você - eu apontei - você decidiu me abandonar desde a morte da minha mãe como se fosse culpa minha, tudo isso porque você queria colocar a culpa em uma criança do que você fez.

Anthony: cale a boca- eu neguei com a cabeça e ele se aproximou olhando para mim, mas eu não iria baixar a cabeça para o meu pai, eu estava dentro da minha casa.

Abigail: pelo seu preconceito mesquinho, foi Você quem discutiu com a minha mãe e não prestou atenção no caminho, foi por causa disso que o senhor causou o acidente que tirou a vida da minha mãe - a minha voz soava como navalhas em seus ouvidos - você tirou a vida da minha mãe e como um covarde decidiu colocar a culpa em uma criança, a sua culpa. - eu me aproximei mais ainda cara a cara - você matou a minha mãe e me culpou pelo seu pecado, eu não te devo nada, mas você me deve tudo.

Anthony: ABIGAIL!

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