Meu plano não deu muito certo, quando entrei tudo estava escuro e logo que acendi a luz saíram um monte de pessoas de trás dos móveis e gritaram muito alto:

- SURPRESA!

Com o susto deixei a mochila, que estava apoiada em um único ombro, cair no chão e só ouvi o barulho de vidro quebrando. 

Todo mundo ficou me olhando com uma cara estranha e eu disse que iria subir para o meu quarto, largar a mochila lá. 

Realmente tinha sido muita mancada minha deixar a mochila cair como se eu tivesse ficado retardada, mas agora já tinha acontecido. 

Aproveitei para lavar o rosto, retocar a maquiagem, renovar o desodorante e tocar a blusa. 

Grande parte dos convidados eram da minha família e tinham alguns poucos amigos do meu irmão e apenas a Natália que foi logo perguntando como foi o encontro. 

- Fico feliz de saber que você e o Noah se deram bem...

- Ele parece ser perfeito, mas não sei se estou pronta para encarar um relacionamento!

Suspirei nessa hora dando um toque dramático a minha frase.

- E quem disse que precisa se envolver? Já pensou em tentar uma amizade colorida?

- Amizade colorida?

- Sabe como é... amigos que ficam, mas não rola nenhum sentimento ou algo mais sério. 

A festa foi boa, tirando a parte em que cantaram “Parabéns” para mim e a vela pegou fogo e também ignorando o fato de que o imbecil do Thalles estava lá bebendo como um porco. 

A festa terminou perto das onze da noite e eu passei a noite em claro pensando no Noah e na possibilidade de uma amizade colorida.