Nunca gostei de e-books, sempre gostei de sentir o cheiro de novo, sentir o papel na minha mão, mas por causa do preço da nova mania literária eu tive que ceder.
Anastásia Steele e Christian Grey me fizeram gemer sozinha embaixo dos lençóis, um dia estava na casa de Ivan depois da minha aula, em uma quinta á noite quando disse.
- Gostaria de tentar ter sexo baunilha tipo Anastásia Steele e Christian Grey...
- Até você Carol?!
- O quê?
- Lendo Cinquenta tons de cinza...
- Pois é...
- Em minha opinião esse livro fere a masculinidade dos homens de verdade.
- Como você sabe disso?
- Minha irmã é viciada nesses cinquenta tons...
Então depois de um sexo maravilhoso começamos uma discussão sobre a ficção do momento.
C
Minha mãe ficou sem olhar para a cara de Thiago por uns dias e ficava murmurando toda hora que ela se esforçou para que nós chegássemos até o ensino superior e daí o imbecil do filho dela tinha que arrumar uma boquinha para alimentar.Fiquei com um pouco de pena do meu irmão, ele usou camisinha e ela furou. A gente não prevê isso e não era responsabilidade dele tomar pílula anticoncepcional.Na editora todos estavam animados com a impressão e lançamento do meu primeiro livro.Inclusive eu que passara as últimas noites em claro imaginando o meu livro e a minha Marina nas prateleiras de grandes livrarias.Natália veio me visitar no sábado e foi como nos velhos tempos, antes de eu conhecer Noah, antes de eu me apaixonar por Thalles, antes de eu deixar de ser invisível no colégio.<
Algumas horas mais tarde eu estava fazendo um trabalho de direito constitucional deitada em minha cama com o notebook quase apoiado no meu nariz.Deu-me um enjoo estranho, corri até o banheiro e molhei o rosto. Retornei a minha cama e continuei o meu trabalho.Acho que depois de uns quinze minutos o cheiro de tempero da minha mãe invadiu o meu quarto. Outra vez senti a minha boca enchendo.Corri até o banheiro com ódio, desse jeito nunca vou conseguir concluir o meu trabalho!Então meu irmão abriu a porta do quarto e entrou mais cheiro de alho frito pelas minhas narinas.Novamente outra golfada saiu do meu estômago e invadiu a minha boca.Thiago estava atrás de mim quando me levantei, ajoelhei para vomitar só dentro do vaso sanitário.- Você acha que está grávida?- Não posso estar - essa possibilidade ainda não tinha me vindo - sempre usei camisinha.-
Acordei, mais um dia que eu desejei não estar mais aqui para contar a história.Um gosto amargo me invadiu a boca, era um domingo de manhã, provavelmente eu deveria estar na igreja pedindo perdão para Deus pelas minhas atitudes mais recentes, mas não, preferi ficar com a cabeça apoiada no tórax dos "olhos verdes mar".Como uma adolescente de treze anos e medrosa com a sociedade e suas regras eu disse para a minha mãe que passaria a noite na casa de Natália.Natália sabia do plano e me apoiou, só precisava de um tempo sozinha com ele, meu éden, meu porto seguro...Meu celular vibrou e caiu no chão, o peguei e dei graças a Deus porque a tela não quebrou. Era a minha mãe."Venha mais cedo para a casa. Camila, a namorada do seu irmão está precisando conversar com você."Claro que precisava, ela com sua intuição feminina entendeu que por trás de toda essa máscara de garota forte ainda ex
Fui até o sofá e me sentei do lado da minha quase amiga e namorada do meu irmão.Ela me olhou nos olhos então seus olhos se encheram de água. Ela me abraçou.- O que houve?!- Eu acho que perdi o nosso bebê- Então que droga está fazendo aqui? Deveria estar em um hospital!- Eu sei, mas estou muito chocada! - ela começou a chorar.- Eu imagino, mas por que acha isso?- Ela parou de se mexer há algumas horas - de repente Camila começou a chorar histérica.- Eu não sei dirigir, mas acho que devemos ir para um hospital rapidamente.- Eu sei, mas tenho medo! Medo!A abracei e então na hora que iria chamar Thiago que, apesar de não ter carteira, sabe dirigir muito bem, Camila me pediu para que mantivesse isso em segredo.Tentei convencê-la de que ele era o pai e merecia saber, mas ela bateu o pé. Bem nessa hora, como uma luz, minha mãe desceu as escadas com uma tigela de pipoca.
O ponteiro do relógio andava mais lento do que nunca, minha mãe me abraçava, Thiago e Camila estavam na sala atrás da grande cortina branca.Mamãe estava chorando, eu também. O fato de ser tia tinha me animado e agora tudo isso estava indo por água abaixo.Natália chegou alguns minutos mais tarde na sala de espera e me abraçou silenciosamente e ficamos ali esperando notícias.Enfermeiras e médicos entravam e saiam da sala, então ele chegou: minha primeira paixão, minha primeira dor amorosa. Não via um motivo para a sua presença ali.Fiz um biquinho, olhei no relógio, eram onze horas da manhã. O que aquele pedaço de excremento estava fazendo na minha frente? Justamente agora nesse momento dolorido... Ele se aproximou, me encarou e então disse.- Eu s
Depois de algumas horas Thiago saiu da sala e disse que os batimentos do bebê estavam baixos, mas que ficaria tudo bem desde que Camila mantivesse repouso absoluto. Todos nos abraçamos e eu fui falar com Camila, ela estava sonolenta:- Estou bem, nós estamos bem.- Fico feliz, neste momento eu sou a tia e cunhada mais feliz do mundo.- Obrigada pelo apoio...- Ei, vai ficar quanto tempo por aqui?- Não sei, até segunda ou terça, provavelmente.- Faz o seguinte, nós precisamos ir para a casa nos arrumar para o lançamento, antes de ir para a livraria eu passo aqui e deixo um livro meu para você ler.- Obrigada - ela sorriu - estou realmente grata.Fui para a casa, tomei um banho quente e coloquei o meu vestido de grife que me caiu muito bem, mas mesmo assim eu me senti estranha nele.Marina começou a gritar na minha cabeça que eu sempre deveria ter usado esse tipo de roupa porque eu merecia depois d
Assim que no corredor que tinha o elevador da livraria a Natália veio correndo e me abraçou com força e perguntou se estava tudo bem, eu queria contar para ela, mas sabia que se fizesse isso agora eu cairia no choro.Convidei-a para passar a noite na minha casa e juntas nós entramos no elevador rumo ao mezanino, respirei fundo e fechei os olhos por alguns segundos.Fiquei chocada quando vi o mezanino lotado, eu não conhecia metade daquelas pessoas e só precisava de um rosto conhecido para me estabilizar.Logo vi a minha avó e o meu professor conversando, fui até eles e os cumprimentei, a minha avó me olhou e perguntou:- Cadê a sua mãe?- Ela foi ficar com a Camila.- Deve ser muito difícil se arrumar grávida de sete meses sendo pequena como ela é.Legal, minha avó não tinha noção do que estava acontecendo. Apenas concordei e logo fui tomar o meu lugar.Tinha uma mesa de
Depois do café da manhã passamos em uma loja de presente e compramos balões com a frase "É uma menina", bichinhos de pelúcia cor de rosa e queríamos comprar uma plaquinha com o nome da minha sobrinha, mas o Thiago e a Camila ainda não tinham decidido isso.Fomos para o hospital a pé e se divertindo com as histórias do Ivan sobre o dia em que os funcionários puderam levar seus bichos de estimação para a editora.Quando chegamos ao hospital eu encontrei a minha mãe tomando um café na porta da lanchonete, que ficava do lado da recepção.Logo a cumprimentei e pedi para ela esperar cinco minutos que eu mandaria o Thiago descer para eles irem para casa tomar um banho e dormir.Assim que as portas do elevador se abriram nós vimos a porta do quarto da Camila entreaberta, corremos até lá e não tinha ninguém no quarto.Fui até o posto de enfermagem e perguntei a uma loira bem simpática onde eles estavam, ela