Capítulo 07

— Amor, assim que você terminar com a senhorita Fernanda, passa na minha sala? Quero falar com você AMOR! — Enfatizo a palavra amor.

— Pode deixar princesa.

Então eu me despeço e vou para minha sala pensando no que falar, e vou confessar que a loira esbelta me deixou com ciúmes, chego à minha sala e não consigo me concentrar em nada, só apenas no que me levou a chamar Enzo de amor, mas a resposta é certa, estava marcando o que é MEU. Passaram-se mais de meia hora e nada dele vir até minha sala, já começo a pensar coisas das quais não gosto. Uma hora depois escuto alguém bater a minha porta.

— Entra. — Eu digo para seja lá quem for.

— Oi — Diz Enzo, com um sorriso lindo de tirar o fôlego, como pode ele se mostrar tão durão com as pessoas? Porque comigo, é diferente, ele me trata diferente, me trata com ternura, amor talvez, pois sei muito bem que não é porque ele me chama de amor que ele me ama, não sou boba.

— Oi, tudo bem? — Pergunto, mas não sei por que estou tão inquieta.

— Sim, não se lembra de que pediu para eu passar na sua sala quando terminasse com a Fernanda?

— Sim, Sim. Aliás, em qual cargo você pretende colocar a senhorita Fernanda? — Digo com curiosidade, pois não estávamos precisando de novos funcionários.

— Na verdade, bem, estava pensando em colocá-la aqui, no mesmo andar que o nosso, junto com o Ricardo, o que você acha?

— Bom, até onde eu sei, e como sou eu que resolvo essas coisas, nosso quadro de funcionários está completo, então por que você não vê em outro andar?

— Doce Mel, sei que não estamos precisando, mas um amigo me pediu para dar um emprego à sua filha, então pretendo fazer isso, se você não se opor.

— Bem, não irei me opor a nada, então ela ficará junto do Ricardo, correto?

— Sim meu amor, deixa eu te fazer uma pergunta?

— Sim.

— Você tem alguma coisa contra a senhorita Fernanda? Pois me parece que você não gostou muito dela.

— Bom, apenas não me simpatizei muito com ela, deve ser apenas impressão, pois nunca vi alguém vir numa entrevista de emprego vestida daquele jeito. — Na verdade ela estava vestida pronta para conquistar uma presa, ah, mas não será o meu boy magia, calma aí, de onde eu tirei isso de boy magia? Só posso ter escutado Luize chamando os casos dela assim.

— Na verdade também achei desnecessária a roupa que ela veio vestida, mas tenho certeza que você passará instruções a ela, né meu amor?! — Me diz ele achando graça.

— Tá certo, eu cuidarei de dar um UNIFORME para ela usar, amor! — Digo bem séria para ele, e enfatizo bem a palavra uniforme.

— Você pode fazer como achar melhor amor, também temos mais um novo funcionário, ele ficará como segurança aqui do terceiro andar, então você também se encarregará de passar as instruções para ele.

— Pode deixar Sr. Garry, sei fazer muito bem minhas funções!  — Digo mordendo os lábios.

— Sabe é?! Tem outras coisas que não vejo a hora de você me mostrar que sabe, pois acho que fomos interrompidos da última vez, você não acha? — Diz ele com uma malícia que consigo ver de longe, dando a volta em minha mesa e ficando cara a cara comigo, não consigo pensar em mais nada, meu sangue congela, como pode ele ter esse poder sobre mim?

— Também acho que fomos interrompidos da última vez; então, o que faremos para mudar a situação?  — Digo com a mesma malícia que vi há segundos em seus olhos, então ele simplesmente segura meu rosto com as mãos e me beija, um beijo quente, que parece querer me devorar, nossas línguas dançam no mesmo ritmo, e começo a sentir sua ereção crescendo e me pressionando, como eu o quero, é uma luxúria que existe entre nós dois, algo difícil de decifrar, só espero ter nosso desejo aflorado finalmente, não vejo a hora de senti-lo possuindo cada sentimento do meu corpo, me consumando por inteira, sinto minha vagina latejar de tanto desejo, quanto mais ele me beija mais vontade de agarrá-lo eu sinto, quando já não temos mais fôlego, ele se afasta de mim, somente o suficiente para respirar, então ele olha dentro dos meus olhos e fala:

— Você não sabe o quanto eu te quero e te desejo!

— Isso não é verdade, eu tenho que praticamente me jogar em cima de você!  — Eu digo a ele, mas sim, eu sinto que suas palavras são verdadeiras, algo o impede de consumar nosso desejo que arde em nossa pele.

— Não quero ser um canalha com você, quero que sua primeira vez seja algo especial para você, não para mim, não quero que você sofra depois como eu sofri, então tenta me entender, eu não sou gay. — Fala ele pegando minha mão e colocando sobre sua calça para que eu sinta sua ereção.

— Se eu fosse gay, você não faria isso comigo.

Com certeza eu estou vermelha como um pimentão, com seu comentário.

— Eu te entendo, posso esperar, só, por favor, não demore.  — Digo para ele, que me dá como resposta um belo sorriso.

— Vou para minha sala, tenho algumas coisas para resolver, aliás, quer ir jantar comigo depois do trabalho?

— Não posso, marquei de sair com a Lui e Sâmi.

— Tudo bem, divirta- se.  — Então ele me beija e sai da minha sala.

O restante do dia passa voando, quando vejo já está na hora da saída, então vou para a recepção e encontro a Luize já me esperando, e mando uma mensagem pra Sâmila para nos encontrar lá em casa, depois de feito vamos para o elevador, assim que chegamos à garagem, entramos no meu carro e vamos para minha casa, pouco mais de vinte minutos já estamos em casa, fazemos apenas um lanche para não passarmos mal, e vamos para nossos quartos nos arrumarmos. Entro no meu quarto, abro meu guarda- roupa e tento escolher algo para vestir, me decido por um vestido preto com brilhos, bem colado no corpo, com um decote nas costas, na frente ele não tem decote, apenas um pequeno v, escolho uma sandália de salto alto de tiras que vem até a canela, um conjunto de lingerie também preto, depois de decidir o que usar, vou para o banho, tomo um banho longo e bem demorado, me depilo toda, finalizo meu banho e saio do banheiro, começo arrumando meu cabelo, o escovo e faço uma chapinha fazendo cachos nas pontas, então me visto, e vou me maquiar, como é balada, decido caprichar na maquiagem, faço uma maquiagem dourada com esfumado preto, um delineador gatinho, passo bastante rímel nos cílios, um pouco de blush nas bochechas, e nos lábios um batom rosa clarinho fosco, calço minhas sandálias, pego minha bolsa coloco dentro dela minha carteira, e solto meu cabelo, dou uma última olhada no espelho e estou divina, desço ao encontro de Luize e a Sâmi, ao chegar na sala vejo a Lui linda em um vestido amarelo rodado que fica lindo em seu tom de pele, uma sandália dourada, uma Maquiagem espetacular.

— Amiga você está tão linda, se eu fosse homem te pegava. — Digo para Lui, que abre seu sorriso encantador.

— Você também não fica atrás né dona Melody, está tão sexy, estou até com pena do Enzo. — Diz ela achando graça.

— Porque está com pena dele?

— Porque se ele não vigiar irá te perder para outro. — Fico pensando no que minha amiga disse, e nunca parei para pensar como seria se terminarmos nosso namoro, pois eu não o amo, sinto uma enorme atração, não é amor, mas sou muito leal às pessoas e odeio esse negócio de estar com uma e mais um time inteiro.

— Aí Luize, só você mesmo para fazer esse tipo de observação, e, aliás, cadê a Sâmi?

— Já deve estar chegando, assim espero, estou louca para chegar à boate e começar a dançar.

Foi ela acabar de falar e a Sâmi entra na sala, como ela é nossa amiga então não ligo dela sair entrando sem bater.

— UAU meninas, vocês estão vestidas para Matar hoje hein! — Diz Sâmi boquiaberta, ela por sua vez também não está nada mal, está usando um vestido todo em paetê dourado e preto, saltos pretos e seu cabelo está solto, sua maquiagem é leve mais linda.

— Você também está lindíssima Sâmi!

— É verdade! - Concorda Luize. — Então vamos arrasar hoje, por que a noite é uma criança.

— Vamos meninas!

Com isso saímos de casa, entramos no meu carro e partimos para a boate, quarenta minutos depois chegamos, o lugar é muito lindo, todo iluminado com globos coloridos, o único problema é essa fumaça artificial, odeio-a, fazemos o check-in na entrada e vamos para nossa mesa, pedimos alguns drinks e começamos a beber, depois da quarta rodada de bebidas, vamos para pista de dança ao som de Katy Perry, dançamos essa e mais umas cinco músicas na sequência, paramos para beber alguma coisa e quando íamos para a mesa, um homem alto negro e forte para a Sâmi e começa a cantá-la, quando olho de novo eles já estão se beijando, aí até eu porque o homem é bonito, Luize eu nos sentamos e pedimos mais uma rodada de bebida só que dessa vez de tequila, sim,  vamos de algo mais forte, viramos de primeira nossa tequila e pedimos mais uma, bebemos de novo e voltamos para a pista de dança, a essa altura já estávamos dançando de tudo, sempre eu e a Lui, do nada se aproximam dois homens e ficam se esfregando em nós, nos afastamos mas eles continuam, então eu olho bem nos olhos de um deles e digo que não queremos companhia, eles não nos dão ouvido e acabam nos agarrando, começamos a nos debater mas eles são mais fortes, não sei como,  mas eu consigo dar um chute no saco do que estava me segurando que cai no chão me xingando e retorcendo-se de dor, mas o outro não solta a Luize, eu vou para cima dele para tentar ajudar minha amiga, seguro o rosto dele com minhas mãos e enfio minhas unhas nos olhos dele que solta a Luize mas me agarra, dou um chute nele também e começo a bater nele cada vez mais forte, mas o dito cujo não me solta, então Luize desesperada  o morde, ele simplesmente dá um tapa bem na cara da minha amiga, e é nesse exato momento que o infeliz é arremessado longe, eu corro para ajudar minha amiga que estava chorando, quando chego perto dela e a abraço, eu a olho e vejo que  ele não a machucou  mas em seu rosto tem um vermelhão. Luize não fala nada apenas aponta para trás de mim, quando olho, vejo o Enzo, meu coração simplesmente dispara, como ele está aqui? Fico incrédula e imóvel, minhas pernas não reagem, só consigo ver ele se aproximando de nós duas, e nos abraça.

— Amor você está bem? — Ele me pergunta.  — Vocês duas estão bem?

Não conseguimos emitir nenhum som, apenas ficamos caladas, quando enfim consigo falar pergunto pela hora e ele diz que já passam das quatro da manhã e pergunta se queremos ir para casa, eu respondo que viemos com a Sâmi e que não podemos deixá-la, ele pede o número do telefone dela e liga para ela, ela diz que tudo bem que podemos ir, que amanhã  fala conosco, então pegamos nossas bolsas e vamos no meu carro mesmo por que ele veio com um amigo, saímos da boate e meu corpo começa a tremer e muito, não sei se por medo ou pela adrenalina, ele tira seu casaco e coloca sobre meus ombros, nesse momento começo a ficar mais zonza, tudo começa a girar, Enzo coloca Lui no banco traseiro e me posiciona no banco do carona, assim que entramos ele dá partida, um enjoo começa a surgir,  eu odeio  vomitar.

— Vai mais rápido, por favor. — Digo enrolando a língua para falar.

— Quanto que vocês beberam?  — Me pergunta.

— M-Muito. - Eu digo por fim.

— Vocês precisam dormir, vão acordar com uma tremenda enxaqueca.

Não sei quanto tempo demoramos para chegar em casa, só sei que parece uma eternidade.

Ele estaciona o carro na garagem da minha casa, me ajuda a descer e também à Luize, que por sinal está mais sóbria do que eu, subimos as escadas com dificuldade, ele abre a porta e Luize fala que vai para o quarto dela tomar banho e dormir.

— Acho melhor você tomar alguma coisa antes de dormir.  — Diz ele para minha amiga.

— Não se preocupe, já estou acostumada a beber, só cuida da Mel, ela sempre foi muito fraca com a bebida.

— Não se preocupa vou cuidar direitinho dela.

— Tá bom só não se aproveita dela, por que isso não se faz hein!

— Nunca que eu faria isso!

— Será que eu posso me deitar, caso vocês dois já tenham acabado de discutir e Luize, deixa ele se aproveitar de mim, você sabe que quero isso!

— O.k., então, boa noite para vocês dois! — Diz Lui subindo para seu quarto.

— O.k., mocinha vamos para o banho, depois que você estiver limpa...

— Você vai fazer amor comigo?

— Não, vou preparar algo para você comer.

— E depois vai fazer amor comigo?

— Não, você vai dormir e descansar.

Faço um biquinho para ele que ri, me leva no colo para o banheiro, tira minha roupa e me dá banho, depois me veste e me coloca na cama, e sai do quarto, quando ele volta estou quase dormindo, o escuto me chamando, mas meus olhos não se abrem de jeito nenhum.

Na manhã seguinte acordo com uma porra de dor de cabeça, parece que ela vai explodir, olho para o lado e encontro um copo d’agua e um Advil, bebo e continuo deitada, como hoje eu posso chegar mais tarde na empresa não me preocupo muito, quando olho vejo o Enzo saindo do meu banheiro só de cueca box, meu Deus, que visão do paraíso, será que finalmente rolou, não sinto nada de diferente como as pessoas dizem que se sentem.

— Bom dia, bela adormecida, como você está se sentindo?

— Com uma baita de uma dor de cabeça!

— Isso é normal.

— Você dormiu aqui?

— Sim!

— Na minha cama?

— Sim!

— E quem me trocou?

— Fui eu, aliás, te dei banho também!

— Você me deu banho também!

— Sim!

— Você me viu nua?

— Sim, como você acha que eu ia te dar banho bobinha?

— É né!

— E por sinal você é linda nua!  - Sinto que coro até os dedos dos pés.

— É.… nós, nós dois fizemos, é.… você sabe?

— Não sei, o quê que nós dois fizemos Mel?

— Aquilo!

— Aquilo?

— Enzo!!! – Repreendo-o — Nós transamos?

— É...

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