CAP 7

...- A senhorita já terminou de tomar o seu café?- A Flávia entrou na sala já questionando a Alícia e me fazendo os meus pensamentos se despersarem.

Ela deixou o seu prato de frutas de lado, desceu do seu lugar e se virou para a dona Flávia acenando com a sua cabeça.

- Então vai escovar os dentes que

a senhorita já está atrasada...- Flávia disse a ela e Alícia logo a obedeceu e saio correndo da sala de jantar.

Eu deixei a minha xícara de café e

o meu jornal de lado e logo levantei a cabeça olhando em direção a Flávia.

- Você já encontrou uma nova babá

ou está difícil?- eu perguntei em um tom muito irônico enquanto eu me levantava do meu lugar.

- Ainda não, mas hoje a tarde vai vir uma moça pra eu entrevistar, ela tem um currículo muito bom e parece ser uma ótima funcionária.- Flávia falou.

- Esse assunto eu deixo pra você, eu

só espero que até o fim de semana já tenha uma nova babá nessa casa.- eu fui franco e saí da sala antes que ela dissesse algo.

Assim que eu saí da sala de jantar

eu fiz tudo o que restava fazer e logo depois nós partimos para a escolinha da Alicia... O trajeto até a escola dela durou por volta de quinze minutos e por incrível que pareça a dona Alícia não deu um pio em momento algum, ela já deve estar ciente que as coisas não estão boas para ela!

O motorista nos deixou em frente

ao inscrito Hermes e nós descemos já entrando no instituto. A Alícia seguiu para a sua classe com uma tia e eu fui para a diretoria para nossa reunião.

Eu passei horas e horas sentado na sala da diretora e ela despejou mil e um problemas sobre mim, coisas até um pouco desnecessárias e no fim da conversa, que parecia interminável, ela ainda teve a coragem de me dizer que a Alícia está se comportando mal para chamar a minha atenção... O que ela quis dizer com isso? Ela falou que eu não dou atenção e educação para a minha filha na minha cara!

Até parece que o comportamento

ruim da Alicia tem algo haver com o jeito que eu a trato, ela dessa maneira porque ela é uma criança bagunceira e até mesmo um pouco mal educada, a culpa disso tudo não é minha, mas não é mesmo!

Quando a reunião acabou e aquela diretora me liberou eu saí da sua sala cuspindo fogos pelas ventas de tanta raiva... Hoje eu vou tirar tudo o que a Alícia mais gosta como castigo e ela só terá tudo de volta quando ela aprende a se portar bem.

Assim que eu entrei no pátio do colégio eu avistei a Alícia em um grupinho de crianças e eu fui até ela pisando duro.

- Alícia, vamos já pra casa!- eu falei

em um tom nervoso chamando a sua atenção.

Ela desviou o seu olhar dos seus amiguinhos e me encarou com um olhar confuso em seu rosto.

- Mas papai...- ela começou a falar.

- Agora!- eu voltei a falar.

Ela se despediu dos seus amigos rapidamente e em seguida nós fomos em silêncio até o carro, mas todo esse silêncio acabou no momento em que a porta do carro foi fechada.

- Quando é que você vai aprender a

se comportar? Você é uma criança de quatro anos e da mais trabalho do que um adolescente problemático Alícia!- eu exclamei irritado.

Ela levantou a sua cabecinha me encarando e um olhar de raiva se fez presente em seu rosto... Eu disse que ela é exatamente igual a Cecília!

- "Você ê é uma criança e da mais trabalho do que um adolescente problemático Alícia!"- Alícia me imitou se enrolando com as palavras enquanto fazia caretas.

Essa menina está realmente sem limites algum, mas ela irá aprender

a se comportar nem que eu tenha que manda-la para um colégio interno.

- PARE JÁ COM ESSA GRACINHA!

Você está errada e é melhor você me ouvir e ficar caladinha!- eu falei em um tom sério e autoritário.

Durante todo o trajeto de volta

para casa eu fui dando bronca na Alícia e pela carinha de raiva em seu rosto ela não gostou nada de ouvir o que eu tinha para dizer, mas mesmo assim eu falei... Criança necessita de limites!

- Você me entendeu? Você vai ficar sem o seu tablet porque você fez algo errado e essa será a sua punição!- eu falei para ela assim que o motorista estacionou na garagem.

Ela estava de cabeça baixa, com os seus braços cruzados e com aquela feição triste em seu rosto, mas assim que eu terminei de falar ela levantou a cabeça e me encarou com raiva.

- Eu preferia morar com a minha

avó do que com você... Você é um grande de um chato... Quer saber? Você é o pior pai do mundo e eu te ODEIO!- ela disse aos berros enquanto me fitava com os seus olhinhos bem vermelhos.

- ALICI...- eu comecei a falar, mas antes mesmo de eu conclui a palavra ela saiu marchando pela porta do carro sem olhar para trás.

Eu deixei todos os meus pertences para trás e saí correndo atrás dela me sentindo péssimo... Eu tenho certeza que é horrível pra qualquer pai ouvir o seu filho dizer que te odeia, é uma sensação muito ruim, eu me senti um cara totalmente vazio!

A Alice passou pela porta principal

da casa e eu entrei logo em seguida a fazendo parar por alguns segundos.

- QUANDO É QUE VOCÊ VAI PARAR

DE ME DAR TRABALHO, ALICIA? SE EU TIVER QUE VOLTAR DE NOVO NA SUA ESCOLINHA EU VOU TE MANDAR PRA UM COLÉGIO INTERNO NO PAÍS MAIS DISTANTE DO BRASIL!- eu falei com ela aos berros para vê se ela para e me escuta.

Ela levantou a sua cabeça me encarando assustada assim que eu falei em colégio interno e pelos seus olhos esbugalhados eu posso afirmar que a minha técnica deu certo.

- Mas papai...- ela começou a falar, mas eu resolvi interrompe-la.

- CALA A BOCA, ALICIA! Eu já ouvi demais no dia de hoje por sua causa. VÁ JÁ PARA O SEU QUARTO!- eu falei por fim e ela me obedeceu sem pensar duas vezes.

Eu me sinto péssimo toda vez que

eu tenho que trata-la dessa forma, mas ultimamente é só desse jeito que a Alícia está obedecendo, ela só escuta quando eu grito, é só assim!

Continua... 

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