ELA SABIA QUE JÁ NÃO HAVIA mais o que fazer, seu filho tinha ido embora para sempre, Michael tinha abdicado do direito de ser pai, provavelmente pelo papel que lhe rendeu a oportunidade de ser o maior astro de Hollywood e ela agora tinha também uma fortuna nas mãos e o filho seria alguém no futuro.
— Você pode achar que não conheço a sua dor, Maisie – disse Tom, desta vez de forma solícita –, mas conheço.
— Não acha que o período de falar comigo já passou?
— Eu tive um filho também, o abandonei em um orfanato com medo de perder o futuro que estava construindo.
De repente, Maisie percebeu pela primeira vez em anos que estavam casados que ele estava se abrindo.
— O abandonei ara poder construir minha empresa e assessorar o presidente, tinha uma amante, além da filha do presidente, é claro e ela morreu dura
HANNAH ESTAVA VELANDO o pai e não tinha a menor ideia de tudo o que estava acontecendo, sua mãe tinha envelhecido uns quinhentos anos em poucos meses e a empresa que seu pai tanto se orgulhava havia quebrado na bolsa de valores, ou seja, eles não tinham mais um único centavo.— Você sabia disso, mamãe?— A verdade, querida?— Óbvio... já chega de mentiras.— Seu pai nunca foi um homem realmente rico, tudo o que tinha era para tentar impressionar os clientes para fazer parte de um círculo elitizado, seu pai era uma completa fraude.Hannah não estava acreditando no que estava ouvindo.— Não, mamãe, meu pai sempre nos deu tudo do bom e do melhor...— Sempre te deu tudo do bom e do melhor, não que ele vivesse algo, eu e ele por muitas vezes não tínhamos o que comer para te dar tudo do bom e d
MICHAEL CHEGOU e todos na festa correram para cumprimentá-lo, era indiscutivelmente o que mais havia se destacado entre todos eles, e obviamente, o que mais havia ganhado dinheiro entre eles também, e pacientemente deu uma rápida atenção a todos ali presente e sua atenção logo voltou para Maisie.Provavelmente se alguém algum dia tivesse falado que ele seria rido e mundialmente famoso, iria rir da cara da pessoa, a última vez em que todos eles estiveram juntos, seus pais morreram, os pais da Maisie, ele se casou com ela, foi um turbilhão se coisas acontecendo ao mesmo tempo que era difícil descrever.E ele percebeu que era recíproco, só que ambos não sabiam era que suas vidas daquele momento em diante estava em risco.
NÃO DAVA PARA IGNORAR as labaredas que saíam dos olhares dos dois naquele momento. Não havia como negar que fosse o que fosse, amor, paixão ou atração, algo perigoso nasceria daquele encontro.E como em um flashback Maisie se lembrou de tudo que passou todos aqueles anos de escola, sempre foi apaixonada por Michael e nunca escondeu isso apesar da timidez, mas apenas depois dos anos longe dele pode colocar na balança todas as atitudes que ele tinha e ver que aquilo nunca traria para eles futuro algum, ele simplesmente era um maldito homem guiado por seu pênis.Era perigoso, mas era a única oportunidade que ela tinha de saber se todas as dúvidas que sempre tiveram foram realmente criadas pela sua cabeça.— Você não muda mesmo não é Michael?Michael se sentou o mais perto que pode e disse encostando os lábios no ouvido de Maisie:—
— NÃO... AQUELE DINHEIRO nunca foi nosso e nunca foi do presidente Hillstrong também...Quanto mais ela pensava naquilo, mais se sentia atormentada por todos os demônios que rondav a sua família, eles haviam perdido tudo, seu marido naquele dia trágico estava falido e toda a situação havia sido um mero estopim.Hannah não tinha a menor noção de tudo o que estava acontecendo com o marido e quando se viu no olho do furacão de tudo aquilo, então conheceu verdadeiramente o que era o inferno. Aquilo estava matando Hannah por dentro, ela sabia que o presidente havia sido financiado pelo seu pai, mas imaginava que um dia iria devolver cada centavo investido, só tinha um problema, ele era o homem mais poderoso do mundo.
MAISIE FOI EMBORA assim que disse aquelas palavras, e deixou seu cartão pessoal. Foi direto para o banho e depois para sua cama, quando decidiu se mudar não sabia que ia ser tão solitário e ela odiava solidão, então ficava a maior parte do tempo fora do luxuoso apartamento. Diferente dos outros dias, ela deitou na cama, mas o sono não veio, apenas as milhares de lembranças do dia e também do passado, ela pensou naquilo tudo e aos poucos a sua mente cansou, seu corpo foi caindo no mais profundo sono. Queria ela que fosse tão profundo, ao invés disso foi conturbado, sonhos e fleches, pessoas rindo, ele não fazendo nada, ela indo embora, afogando suas magoas no abraço apertado de seu pai.Ela tinha orgulho, não seria assim tão fácil, não depois de tudo.JÁ HAVIA SE PASSADO alguns minutos e Maisi
— NÃO... — Como assim não? Ninguém fala não ao presidente.Thomas chegou perto dela e sussurrou ao seu ouvido.— É a sua chance perfeita de se vingar daqueles dois, pensa com carinho.— Desgraçado... você roubou a minha família.— Roubar é um termo feio, Hannah, eu me associei ao seu pai, que não viu o que estava escrito nas entrelinhas.— Mas quero o meu dinheiro.Thomas pegou um cheque e assinou.— Aqui tem mais do que suficiente para cobrir a dívida.Hannah não estava acreditando na quantidade absurda que o cheque cobriria.Thomas chegou perto dela e lhe deu um beijo e novamente sussurrou em seu ouvido:— Você sabe que nada no mundo é de graça, não é mesmo?Hannah sorriu, devolveu-lhe o beijo, ajoel
MICHAEL ESTAVA com uma tremenda dor de cabeça quando a sua consciência lentamente começou a voltar, era uma mistura de barulho de pessoas gritando e sirenes.Nada parecia fazer sentido, era como se estivesse preso dentro de uma bolha e as coisas estivessem se desenrolando àsua frente em câmera lenta.— MICHAEL... – gritou Maisie – MICHAEL... você está bem?— Acho que sim... o que aconteceu?— Uma explosão... precisamos sair daqui...— Uma explosão? Mas...— Vamos ver isso depois...Michael estava sendo ajudado por Maisie a se levantar quando viu a última pessoa morta...Hannah...— Que Deus a tenha – disse Maisie.— Ou o diabo... agora temos que sair daqui.
MICHAEL FOI LEVADO até um canto seguro.— Michael... eu acho que estão querendo nos matar.— Você está louca?— O presidente sabe que eu sei.— Que você sabe o que?— Não se faça de imbecil.— Eu não tenho nem ideia do que você está falando.— Você assinou um documento quando conheceu o presidente?— Sim, assinei... ele pediu para eu assinar alguns documentos para interpretá-lo no cinema.— Foi isso o que ele te disse?— Acho que sim... sei lá... estava bêbado naquele dia.— Acho que isso explica muita coisa.— Explica o que, caralho?Maisie olhou bem nos olhos de Michael e disse:— Nosso filho está vivo.