Lídia– Você está tão linda, prima mas tem certeza? Se quiser podemos fugir juntas, o que acha? Igor vai nos ajudar!Queria muito poder fugir mas sei o perigo que iria correr se fizesse isso, o último mês foi tranquilo apesar de anteceder o casamento, percebi que a segurança em torno da família inteira foi reforçada quando perguntei para Saulo o motivo e ele não quis me dizer, acredito que algo terrível está acontecendo mas ele não quer compartilhar comigo por alguma razão que desconheço.Andressa não compareceu ao noivado pois aos olhos dos membros da família não correto colocar alguém que não pertence a família portanto não poderia estar no dia do meu noivado, não me preocupei tanto pois Andressa disse que não se sentiria bem já que no meio de pessoas que não fazem parte do círculo social que normalmente ela e eu fazíamos parte mas no meu casamento exige que ela viesse pois é a única família que tenho.Saulo não se opôs e fiquei feliz por isso, eu e ele estamos tendo uma relação tra
Saulo– Você vai mostrar sua mulher por um bando de velhos nojentos? Não posso acreditar nisso, acho que estava drogado quando fez esse pacto com Lídia só isso para explicar a merda que fez!Carlo estava dando uma lição de moral em mim já tinha meia hora, ele ficou surpreso em saber quem era a minha futura esposa e confesso que percebi seu incomodo também, não entendi por qual razão. O maior problema em relação ao meu amigo é a forma que ele olha para Lídia, de primeiro momento não levei tão a sério o que aconteceu na festa porque conheço ele e sei que fala muita bobagem mas depois percebi os olhares estranhos, a forma que ele sempre perguntava dela como se quisesse saber mais do que é da sua conta, lembro de uma vez que Carlo insistiu muito para que ela fosse junto comigo em nosso jantar mensal, isso soou um alerta dentro da minha cabeça.Todos os meses nos reunimos para jantar ou até mesmo marcamos de ir em alguma das minhas boates mas como quis usar essas últimas semanas para estar
Saulo Esperava que meu casamento fosse mais animado pois sou um homem conhecido por gostar muito de festas mas na situação que estamos passando não é aconselhável que tenhamos uma festa, então depois dos cumprimentos, os convidados que não fariam parte da prova de fidelidade iriam embora. Lídia estava cumprimentando todos com muita educação mas percebi que ela estava incomodada com alguma coisa, apesar de não ter comentado comigo pois precisava dar atenção para os convidados notei sua apreensão, infelizmente não tivemos muito tempo para conversar, quando ia falar com ela, Fontana veio acompanhado da esposa. Alessa parecia muito cansada enquanto segurava sua barriga. Lídia a abraçou e ela sorriu mas notei que a mulher não estava bem, Dante nunca gostou de eventos da família, ele faz o trabalho dele de maneira impecável disso não temos o que reclamar mas Fontana sempre foi um homem muito recluso e agora que estamos tendo muitos eventos por causa do meu casamento, ele sempre vem porque
- Saulo, você precisa me falar como é essa prova de fidelidade, todos estão indo embora e ainda não conversamos, seja sincero! Fiquei calado e a guiei até o meu escritório, Dario já havia me avisado que ele e os outros estariam lá nos esperando, durante todo o caminho Lídia tentou me convencer a contar mas não consegui, sabia que poderia quebrá-la para sempre porém não consigo dizer que serei responsável por isso. Quando finalmente chegamos no escritório, ela viu os principais membros do conselho olhando pra nós. - Saulo, quando se faz o pacto de sangue, sua companheira se compromete com você e com nossa família, sendo assim, entende que deve se manter fiel e leal. Perante todos deve provar que se manteve pura enquanto estava afastada! Negrini falava sobre a fidelidade do pacto e Lídia continuou olhando pra mim esperando por alguma explicação, ela não prestava atenção em nada que ele falava apenas esperava de mim algo que não tive coragem de contar. - Estamos aqui hoje para comprov
LídiaPodia mencionar tudo que passei, cada detalhe até aqui sem esquecer de nenhum ponto, a infância solitária por causa da negligência do meu pai, a adolescência feliz e agora minha vida a partir desse momento, andava devagar orando a cada passo pedindo para Deus tirar a dor física e emocional de mim para conseguir suportar tudo que aconteceu. Meu vestido estava sujo de sangue, a minha parte íntima doía e tudo que eu queria era esquecer mas não conseguia.Ao chegar no quarto, abri a porta e logo tranquei, Mariana me entregou a chave mestra da casa portanto Saulo não poderia entrar aqui e continuar me machucando. Tirei o vestido olhando os lindos detalhes nele, é tão bonito e delicado mas agora se tornou o símbolo da minha vergonha, começo a rasgar ele com toda força que ainda me restava, faço o mesmo processo com a calcinha e o sutiã, um conjunto branco dado pela minha sogra que era muito lindo como o vestido, tirei o arranjo de flores do meu cabelo despachando o penteado de qualque
– Sei que esta acordada, entendo se não quiser abrir a porta, eu também não abria mas quero que me escute. Quero que saiba que não sabia de nada que aconteceu ontem, nem Cecilia sabia, só soube quando vi o estado de Saulo hoje, ele não está bem, Lídia mas eu não tenho nenhum tipo de empatia por ele, Saulo é meu irmão mas isso não muda o fato dele ter humilhado e machucado você que é a pessoa mais importante da minha vida. Li, aconteceu muita coisa ontem e mesmo sabendo que você não está bem, não seria justo esconder os últimos acontecimentos de você.Me aproximei da porta querendo ouvir o que tinha acontecido, sentia um aperto no peito como uma espécie de pressentimento ruim.– Lídia, infelizmente, Alessa e a bebê não resistiram, o médico disse que ela perdeu muito sangue no parto e não conseguiram reverter a situação, a bebe nasceu morta.Mariana começou a chorar e eu também não consegui segurar as lágrimas, havia perdido uma das poucas pessoas que fiz amizade nessa organização maldi
Lídia– Sim, por favor providencie tudo, não teremos muitas pessoas no velório, dez a vinte seguranças esta perfeito, acredito que dará certo, agradeço a ajuda!Mariana estava organizando o velório e o enterro de Alessa, ficamos a manhã inteira juntas, ela falou que não precisava ter medo de Saulo pois ele junto com os outros estavam tentando encontrar Helena portanto ele ficaria longe da mansão por um bom tempo. Minha amiga cuidou de mim, pediu remédios para dor e assim pude descansar um pouco, ela foi atenciosa e querida, sempre atenta a qualquer necessidade minha.– Obrigado, o hospital é o Santa Bárbara, ninguém pediu para que os corpos sejam preparados, a moça que faleceu não tem parentes vivos. Já confirmei sim, os corpos ainda estão lá. Aguardo suas informações!Mariana desligou o telefone e se sentou ao meu lado na mesa da sala de jantar enquanto tentava comer alguma coisa, seu olhar consolador e sua presença com certeza era o que eu mais precisava nesse momento.– Você tomou
Cecília estava emocionada ao dizer todas aquelas palavras e eu acabei chorando junto com ela, ela tinha razão. Por mais magoada, humilhada e traída que eu me sinta preciso voltar a viver, não posso deixar o que Saulo fez comigo me destrua. Tenho muito a viver ainda e como Cecília disse tive a oportunidade de viver coisas que Alessa não teve, só de pensar em tudo o que ela já passou na vida por mais triste que esteja pela sua morte sinto feliz por saber que ela estará descansando junto com sua mãe e filha.Mariana avisou que faltava menos de 1 hora para o velório então fui ao banheiro tomar um banho quando terminei, arrumei o cabelo e coloquei um vestido preto como mandava a tradição deles, quando chegamos no local do velório como Mariana havia mencionado a havia apenas os seguranças, eu, Violeta, Cecília e Andressa. Minha prima foi me abraçar sabendo como aquele momento era difícil para mim, não vou contar a ela o que aconteceu pois não quero envolver a minha prima nos meus problemas